Estreou nesta semana o longa-metragem Polícia, Adjetivo, escolhido da Romênia para representar o país no Oscar 2010.
Dirigido por Corneliu Porumboiu (À Leste de Bucareste), conta a história de Cristi, um policial que investiga um jovem que foi pego oferecendo haxixe a dois colegas de escola. Cristi tem receio de prender o rapaz, já que a lei está para mudar e o ato não seria mais condenável. Ele entrará numa crise ética. O que fazer: obedecer a lei ou a sua consciência?
É isso. São 115 minutos de “perseguição” (não entenda isso como um filme de ação), com muita calma e quase nada acontecendo. É o tipo de filme no qual várias pessoas sairão no meio da sessão. Coitadas dessas pessoas. Perderão o melhor do filme.
Quando nada mais parecia poder acontecer (além do nada que predominava até então), em sua última meia hora o filme entra numa discussão quase que filosófica e paradoxalmente muito objetiva sobre o sentido da palavra e da profissão “polícia”, numa cena longuíssima, mas sensacional, na qual o protagonista confronta-se com o seu chefe, que o obrigará a decidir, após a conversa, o futuro da rapaz investigado.
Vinte minutos. Um único plano. Nada de trilha. Uma conversa somente. E que conversa! De tão incrível, só esta cena já vale todo o preço do ingresso. Além de ter conteúdo, possui um toque de humor negro que quase matou uma senhora de tanto rir, na minha sessão.
Uma pena o desenvolvimento do longa não ser tão incrível quanto o final.
Sinceramente, não acredito na indicação deste filme ao Oscar, mas isso não quer dizer que não seja um grande filme.
Vencedor do Un Certain Regard, de Cannes, além do prêmio especial do júri para o diretor Corneliu Porumboiu. Injustamente, porque À Deriva, do Heitor Dhalia, merecia bem mais...
Trailer:
(Politist, Adj.; Romênia, 115 minutos, 2009)
Dir.: Corneliu Porumboiu
Com Dragos Bucur
Nota 7,8
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