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quarta-feira, 31 de março de 2010

Crítica: Chico Xavier


Já tem um tempo que o cinema brasileiro vem acordando para o fato de que é preciso adaptar para o cinema suas grandes histórias e personalidades. A prática é comum nos países em que o cinema é mais desenvolvido do que aqui e, geralmente, boas bilheterias são o resultado.

Depois de filmes como Cazuza – o Tempo Não Pára, Olga, e Dois Filhos de Francisco, além de diversos documentários sobre nomes importantes da história nacional – especialmente no campo musical – é chegada a vez do médium Chico Xavier ter sua cinebiografia realizada, cuja estreia acontecerá nesta sexta-feira (02), véspera do centenário do Chico. 

A direção desta grande produção, estimada em 12 milhões de reais, ficou a cargo de Daniel Filho, responsável por levar multidões aos cinemas com a franquia Se Eu Fosse Você. O filme é uma das grandes apostas de público do cinema nacional neste ano e a julgar pelo potencial de filmes espíritas descoberto com Bezerra de Menezes: o Diário de um Espírita, tem tudo para alcançar seus objetivos, ainda mais com uma figura tão idolatrada como Chico Xavier, indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1981.

O filme é baseado no livro “As Vidas de Chico Xavier”, do jornalista Marcel Souto Maior e o roteiro é assinado por Marcos Bernstein (Zuzu Angel).

Ateu, o diretor trouxe uma visão distanciada da história, o que talvez pudesse ser bom, mas não o foi. Seu trabalho tem uma incômoda frieza que engessa o potencial emotivo do longa, ameaçando emocionar em uma única cena protagonizada por Tony Ramos e Christiane Torloni, mas que alcança êxito por ser cortada antes da hora. A fé que movia o espírita e seu seguidores não contagia, provavelmente pelo fato da montagem não dar tempo para a emoção fluir.

O médium é interpretado por três atores: Matheus Costa (infância), Ângelo Antônio (juventude) e Nelson Xavier (fase mais madura). Os dois primeiros têm interpretações esforçadas, mas ficam completamente ofuscadas pelo trabalho brilhante do terceiro, que tem a maior parte de suas cenas concentradas no programa Pinga Fogo, que tornou-se um grande clássico após a participação de Chico Xavier.

A produção traz erros grotescos de sonoplastia e dublagem dos personagens, principalmente do menino Matheus Costa, sem sincronia nas falas. Outro problema é a trilha sonora, que deveria apostar em temas mais emotivos, mas também cai na questão da frieza e não ajuda nos momentos em que poderia emocionar o público.

Mas há que se aplaudir o trabalho da direção de arte, reconstituindo com a maior competência as três épocas em que se passa o filme. Os detalhes são muito bem cuidados, desde a decoração das casas do município de Pedro Leopoldo, até a reconstituição de uma fábrica de tear e o principal: o programa Pinga Fogo, que rende as melhores sequências.

Talvez o maior mérito do filme seja o de trazer ao público mais jovem a história desta grande figura humana. Mas com potencial para tornar-se uma grande obra, por pouco não ficou abaixo da linha da mediocridade.

O sucesso de público é quase garantido, mas Francisco Cândido de Paula Xavier merecia uma homenagem melhor.

Trailer:
(idem, Brasil, 125 minutos, 2010)
Dir.: Daniel Filho
Com Nelson Xavier, Ângelo Antônio, Tony Ramos, Christiane Torloni
Nota 6,5


*estreia somente na sexta-feira (02/04)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Revendo: Babel


"sf 1 fig. confusão de línguas. 2 lugar em que há grande confusão e desordem."
 
A definição do dicionário dá uma dica do que encontramos no terceiro filme do mexicano Alejandro González Iñárritu, diretor de 21 gramas e Amores brutos . Se definirmos “efeito babel” como uma simples ação em determinado lugar que pode gerar uma reação em cadeia nos mais diversos lugares do mundo, chegamos então à espinha dorsal do filme.
 
Japonês viaja ao marrocos para exercer a caça de animais e antes de ir embora, dá de presente ao cidadão que foi seu guia um rifle. O marroquino ensina seus filhos a usar o rifle e estes, numa brincadeira de mau gosto, atiram num ônibus de turistas e atingem uma norte-americana que estava com o marido a fim de reerguer o casamento dos dois. O fato impede que o casal retorne na data prevista para os eua. A babá dos filhos do casal, mexicana, com compromisso de casamento marcado e sem ter com quem deixar as crianças até a volta dos pais, resolve então levá-las consigo para o casamento, em sua cidade natal, tendo que atravessar a fronteira com os mimadinhos. Enquanto isso, a polícia procura o dono do rifle, mas só encontram, num primeiro momento, a filha do indivíduo, uma adolescente surda-muda que procura desesperadamente perder a virgindade para não se sentir excluída em seu grupo social.
 
O tema principal a ser discutido é a dificuldade de comunicação, contrariando todo o conceito de globalização em que estamos inseridos, mas entram em questão uma série de problemas gerados por isso, como o choque de culturas, a ignorância de uns e arrogância de outros, a impaciência, a exclusão social, dentre tantos outros temas identificáveis no decorrer da película.
 
O roteiro foi muito bem traçado, Iñárritu optou por uma montagem linear, e intercalada, mostrando as cenas de cada núcleo de forma pré-determinada e previsível (sabemos sempre quem aparecerá na próxima cena), mas que é suficiente para a boa fluidez da história. 

Iñárritu prova que é um dos grandes diretores da atualidade, entrega um filme enxuto e urgente à época. De quebra ainda contou com um elenco de primeira, com destaque para a atuação surpreendente da japonesa Rinko Kikushi (que recentemente integrou o elenco do divertido Vigaristas), a melhor entre as três atrizes do elenco indicadas na categoria de melhor atriz coadjuvante no Oscar. Só não entendi a indicação do filme para melhor trilha sonora, que é coerente, mas muito convencional, sem nenhum diferencial.
 
As filmagens refletiram exatamente o que o filme quis mostrar, pois foram conturbadas, com dificuldade para dirigir tantas línguas numa só equipe, mas Iñárritu prova que é possível contornar todos esses problemas e extrair de toda essa diversidade um resultado excelente como esse.

Trailer:
(idem, França/ EUA/ México, 143 minutos, 2006)
Dir.: Alejandro González Iñarritu
Com Brad Pitt, Cate Blanchett, Rinku Kikuchi, Gael Garcia Bernal, Adriana Barraza
Nota 8,5 

sábado, 27 de março de 2010

Crítica: Tulpan


Depois de servir ao Serviço Naval Russo, o jovem Asa retorna ao bando nômade de sua irmã, na Hunger Steppe (região desértica do Cazaquistão) para iniciar a indesejada carreira de pastor de ovelhas. Ao mesmo tempo, Asa precisa conquistar a única solteira elegível da região: sua misteriosa vizinha Tulpan. Mas ela não gosta dele, por causa das suas “orelhas grandes”. Mesmo desapontado, Asa não desiste e continua sonhando com uma vida que talvez não seja possível naquele lugar.

O diretor Sergei Dvortsevoy demonstra bastante competência em seu primeiro longa metragem e entrega um filme sensível, regional (mas cheio de simbologias universais) e muito interessante do ponto de vista da cultura cazaque.

Com o tom sofrido de Camelos Também Choram e com o ritmo calmo dos filmes iranianos, Sergei utiliza pessoas comuns, para representarem os personagens, que surpreendem pela emoção que passam, de maneira impactante e real. Mas as crianças são insuportavelmente espontâneas: uma grita e a outra canta o tempo inteiro. É o único ponto insuportável do filme.

Existem duas cenas de partos de ovelhas no filme que podem fazer com que algumas pessoas saiam no meio da sessão. São cenas muito fortes e dão ânsia de vômito. Apesar disso, o segundo parto é emocionante e simboliza a libertação do personagem e o alcance da sua almejada autoafirmação. É preciso estômago e coração forte para vê-la.
 
Um filme que mescla documentário e ficção com tanta sutileza que fica difícil sabermos onde termina um e começa o outro.

Enfim, Tulpan significa para o Asa a esperança de uma vida melhor e abrirá os seus (e os nossos) horizontes.

Um dos filmes mais bonitos que vi em festivais no ano passado e que só agora estreia no circuito comercial.

Vencedor do prêmio Un Certain Regard no Festival de Cannes de 2008, além de outros: Asian Film Award, Cottbus Film Festival of Young East European Cinema, Dubai International Film Festival, International Film Festival of India, Karlovy Vary International Film Festival, Montréal Festival of New Cinema, Tokyo International Film Festival, Zurich Film Festival, além do British Film Institute Awards.

Trailer:

(idem, Cazaquistão/ Alemanha/ Polônia/ Rússia/ Suíça, 100 minutos, 2008)
Dir.: Sergei Dvortsevoy
Nota 8,4 


quarta-feira, 24 de março de 2010

Crítica: Como Treinar o Seu Dragão


Em janeiro deste ano, fui convidado, juntamente com alguns críticos e jornalistas de Brasília, para um sessão especial do filme Como Treinar o Seu Dragão, nova animação em 3D da Dreamworks. A versão que nos foi mostrada era ainda inacabada, com apenas os 59 minutos iniciais do filme. O relato desta experiência pode ser conferido aqui no blog.

A iniciativa do estúdio já demonstrava o quanto o projeto é importante para eles. Alguns problemas, que obviamente não se referiam ao acabamento das cenas, puderam ser detectados e repassados ao estúdio, como forma de feedback para, quem sabe, tentar consertá-los. Uma das minhas queixas foi quanto à dublagem original, já que alguns personagens – especialmente o protagonista – não ganharam vozes compatíveis com seu tipo físico. Tal problema não ocorreu com a cópia dublada em português, conferida no último domingo, quando da pré-estreia. A versão brasileira ficou excelente, com poucas piadas perdidas e muito mais qualidade nas vozes.

Berk é um vilarejo viking, lugar constantemente atacado por dragões. Seus habitantes aprendem, desde a adolescência, a matar os monstros e proteger a aldeia. Soluço, o filho franzino do chefe da aldeia, está na idade de fazer o treinamento sobre “como matar dragões”, mas algo inusitado acontece: ele encontra um “dragão da noite”, espécie mais temida pelos vikings, isolado na floresta, por não conseguir voar. É então que Soluço começará a estudar a espécie para ajudar o pequeno dragão, batizado de Banguela pelo menino. Neste processo, uma nova amizade surge e os planos de se tornar um viking matador vão por água abaixo.

A escolha da ambientação e dos personagens foi mais uma jogada ousada da Dreamworks, que já mostrou que não gosta de seguir pelo caminho fácil de retratar bichos fofinhos nas telonas. Shrek e Monstros Vs Alienígenas estão aí para provar isso. Pelas escolhas, o roteiro é original e trata com coerência da figura mítica dos dragões, mesmo tendo uma base de construção tradicional, a famosa “Jornada do Herói”, utilizada por boa parte dos filmes hollywoodianos desde O Mágico de Oz.

A diferença é que, dessa vez, a dose de piadas ácidas diminuiu, mas nem por isso o filme ficou menos divertido. Com situações divertidas, personagens cativantes e sequências de ação excelentes, Como Treinar o Seu Dragão tornou-se um grande barato, o que deve agradar a todos os públicos.

As sequências de voos (rasantes, em queda livre, no meio e por cima das nuvens) são um espetáculo à parte, assim como a luta final, que não direi entre quem será para não estragar a história. Os efeitos 3D são ressaltados em poucas cenas, mas estas compensam assistir o filme com os óculos especiais, pois proporcionam uma imersão incrível nas imagens. Reparem também na textura dos pêlos, pele, escamas, braços, casacos e árvores, resultado de um trabalho minucioso. Um detalhe importante: a consultoria visual foi assinada por ninguém menos que Roger Deakins, excelente diretor de fotografia, já indicado a oito Oscars. O resultado não poderia ser melhor.

Fechando o pacote, uma trilha sonora excelente, com toda a grandiosidade e originalidade que um filme como este merece. No fim, ainda sobra espaço para uma boa dose de emoção, mas sem apelar para o choro fácil.

Só uma incoerência incomodou-me: lá pelas tantas, Soluço diz que Berk é um lugar onde chove por nove meses ao ano e neva nos outros três. Oras, onde estavam estes dois elementos climáticos durante todo o filme? Basicamente, é o sol que predomina no longa.

No mais, Como Treinar o Seu Dragão é um ótimo programa, sem pretensões além da diversão de qualidade. Se depender da reação das crianças que estavam na minha sessão, sua bilheteria será uma das maiores de 2010.

Eu duvido que alguém não queira voar num Banguela depois de ver o filme!

Trailer:

(How To Train Your Dragon, EUA, 98 minutos, 2010)
Dir.: Dean DeBlois e Chris Sanders

segunda-feira, 22 de março de 2010

Crítica: Soul Kitchen


Mistura de música e culinária, Soul Kitchen é o mais recente filme do turcoalemão Fatih Akin, cultuado diretor da atualidade, por filmes como Contra a Parede (Gegen Die Wand, 2004) e Do Outro Lado (Auf Der Anderen Seite, 2007).

A comédia gira em torno de Zinos, um jovem dono de um restaurante de quinta categoria, cuja namorada vai morar em Xangai e eles passam a se comunicar através da internet – o que permite a inclusão de ótimas cenas no filme. Poucos dias depois ele lesiona a coluna e passa o resto da história sem saber do que tratam as dores. Denunciado por um “amigo de colégio” para a vigilância sanitária e sofrendo cobranças por parte da receita federal, ele tem estipulado o prazo de um mês para ajeitar o restaurante às normas e fazer o estabelecimento dar lucro.

É então que entram em cena personagens marcantes e que possibilitam situações bem divertidas e outras nem tanto. Seu irmão recém saído da prisão, um chef de cozinha metido, músicos de talento duvidoso e uma garçonete temperamental são algumas das figuras que povoam o longa.

O elenco é ótimo, especialmente o desajeitado protagonista, com sua voz de ogro e sua coluna eternamente travada. O problema é que nem todas as situações soam naturais, destoando do ar de comédia alternativa, deixando-se influenciar por filmes hollywoodianos do gênero.

A combinação música/culinária-de-quem-se-vira-com-o-que-tem lembra o excelente ítalobrasileiro Estômago, mas este não chega a ser tão bom quanto aquele. Soul Kitchen ultrapassa os limites do bom gosto por diversas vezes e cai na mesmice das comédias bobinhas. Falta-lha sutileza.

Sua trilha sonora é deliciosa, com um ecletismo que vai de ritmos latinos a soul, dance, rock e música espanhola, black e árabe.

Para quem gosta de reparar na técnica, Fatih combina seus elementos fotográficos, utilizando adequadamente planos e efeitos difíceis de serem empregados, como zenitais, grande-angulares e “efeitos hitchcock”. Reparem também nos créditos finais, estiloso como deveria ter sido todo o filme.

Uma pena que um bom argumento, boas músicas e algumas piadas não sejam suficiente para fazer um grande filme.

Com potencial para comédia sutil e original, Soul Kitchen não passa de mais um besteirol... alemão!

Trailer:

(idem, Alemanha, 99 minutos, 2009)
Dir.: Fatih Akin
Com Adam Bousdoukos, Moritz Bleibtreu, Birol Ünel

Promoção O Livro de Eli

Pela quantidade de gente que leu a minha crítica sobre o filme O Livro de Eli e pela quantidade de gente que pesquisou sobre ele no google, percebo o grande interesse no público em assistí-lo.

Eu já dei minha opinião aqui, caso queira ler.

Dessa forma, sortearei três (03) pares de ingressos para o filme. A participação é válida até o fim do dia 23/03 (terça-feira) e o resultado do sorteio e da enquete será divulgado no dia seguinte.

Quem quiser participar, é só responder às seguintes perguntas: "Que livro você gostaria de queimar? E que livro você gostaria de ser?". 

A pergunta é a título de enquete e todos que responderem e deixarem junto a ela, num comentário deste post ou num e-mail enviado para fredburlenocinema gmail.com, endereço completo, nome completo e e-mail, concorrem. Lembrando que os endereços (reais e virtuais) são mantidos em sigilo, sendo divulgados apenas os nomes e as cidades dos contemplados.

Boa sorte a todos!

Promoção encerrada

Sorteados:
1- Gisele Fagundes - Santa Barbara D'Oeste/SP
2- Marcos Bueno - Brasilia/DF
3- Ana Paula de Oliveira - Uberlândia/MG

Algumas respostas:

Gostariam de queimar: livros do Paulo Coelho e do Dan Brown (muitas pessoas!), O Segredo (muitas pessoas), O Doce Veneno do Escorpião, Mein Kampf (de Adolf Hitler), A Cabana, a Bíblia, Crepúsculo, A República (do Platão), entre outros. Houve até quem dissesse que gostaria de queimar o Kama Sutra porque o acha muito difícil!

Gostariam de ser:  O Mundo de Sofia, O Vendedor de Sonhos, Os Deuses Vencidos, a Bíblia, Crepúsculo (duas pessoas!), O Castelo Animado, Encontro Marcado (de Fernando Sabino), Dom Casmurro (duas pessoas), O Senhor dos Anéis (muitas pessoas), Harry Potter, entre outros.

sábado, 20 de março de 2010

Crítica: Criação

Criação é feito nos padrões de filme-para-ganhar-prêmios. Tem figurino de época, direção de arte diversificada, um personagem central forte e roteiro baseado em uma conhecida biografia (Annie's Box, de Randal Keynes). Não é de se estranhar que o filme não tenha obtido este tipo de êxito.

Charles Darwin, cientista e naturalista britânico, autor do livro A Origem das Espécies, elaborou a teoria da evolução das espécies a partir de um ancestral comum, por meio da seleção natural. Suas ideias são difundidas e estudadas até hoje e todo mundo sabe um pouquinho sobre ela. O filme propõe-se retratar a época da escritura do livro, na qual Darwin passava também por problemas familiares, após a morte de uma de suas filhas, Annie.

A grande falha do roteiro é concentrar a história no drama pessoal do cientista e praticamente deixar de lado as descobertas dele, o processo de observação dos seres e a consequente elaboração da sua principal teoria, que ia, na época, contra os preceitos da Igreja. O conflito científico e o conflito religião versus ciência pouco são abordados. Assim, a obra torna-se uma visão reducionista do trabalho de Darwin, um trabalho equivocado e desperdiçado. Ora, se fosse para contar a história de um pai de família com alucinações e traumas pós-morte da filha, porque então escolher Darwin como personagem-tema?

Seria um enorme prazer assistirmos ao filme e termos a sensação de descoberta junto com o protagonista – interpretado sem a devida entrega por Paul Bettany (Dogville). A história dava margens a belas cenas de licença poética e cores destacadas dos seres por ele estudados, mas o que vemos é uma fotografia sem vida, com cenários que abusam do marrom e deixam tudo mais sem graça.

Mesmo no âmbito do drama familiar, o filme não consegue desenvolver o seu potencial, deixando o bom trabalho de Jennifer Connelly (Requiem Para Um Sonho), como a esposa de Darwin, relegado a poucas falas e pouca relevância, esquecendo-se de retratá-la como “a grande mulher por detrás do grande homem”: uma mera espectadora.

Por mais que “A Origem das Espécies” seja uma teoria amplamente difundida, roteiro e direção não poderiam partir deste pressuposto e deixar de explicar os seus pormenores. Engana-se quem pensa que vai entender ou captar alguma informação relevante sobre tal teoria ao assistir este filme. Ela não é nem citada por cerca de 40 minutos e de repente, uma sequência de menos de um minuto resume com pensamentos sobrepostos e não-interligados os pensamentos de Darwin e logo em seguida, voilá, eis o livro pronto.

Criação é dirigido por Jon Amiel, cujo trabalho concentra-se na tevê, que aliás, seria o nicho mais adequado para se lançar este filme. Tem mais cara de minissérie da tevê a cabo do que de cinema – não que eu queira rebaixar uma coisa a outra.

Trailer:

(Creation, Inglaterra,108 minutos, 2009)
Dir.: Jon Amiel
Com Paul Bettany, Jennifer Connelly, Jeremy Northam

sexta-feira, 19 de março de 2010

Crítica: O Livro de Eli


Depois de assistir O Livro de Eli, uma pergunta não me saiu da cabeça: como pode um filme ser tão ruim? Nem com muita fé este roteiro poderia ficar bom.

Denzel Washington é o novo “salvador do mundo”, “a última bolacha do pacote”, pegando emprestada a função que geralmente é exercida por Will Smith. Ele é Eli, um sujeito à procura de sossego, mas que, por portar a última Bíblia da humanidade, é perseguido por um grupo de pessoas que acha que, ao possuir “a palavra”, pode dominar o mundo (!). Eli ruma para o oeste, seguindo uma orientação que lhe foi dada por uma inexplicável voz (!!). A trama se passa trinta anos após uma guerra – qualquer uma, não importa – que acabou com a camada de ozônio, fato que possibilitou uma entrada absurda de luz no planeta, além do consequente super aquecimento global.

O filme inicia-se como Eu Sou A Lenda, com Eli vagando por uma cidade devastada, solitário. A incômoda fotografia sépia é utilizada constantemente, com muita poeira em todos os cenários e personagens sujos, mas nunca sem estilo. Eles usam roupas que os fazem parecer mendigos vestidos por Yves Saint-Laurent.

Em seguida, o longa toma contornos de O Código Da Vinci às avessas, com o mistério – como se houvesse algum – a ser desvendado sobre o tal livro. A esperança da humanidade é Denzel Washington, uma espécie de cidadão de Fahrenheit 451 (coitado do Truffaut).

Enquanto o chefe do grupo malvado manda queimar O Código Da Vinci, entre outros livros, Eli profere palavras bíblicas a torto e a direito. Haja fé em tanta bobagem! Aliás, um dos únicos momentos agradáveis que o filme proporciona é quando o livro de Dan Brown é sentenciado à fogueira – desejo que muitos têm vontade de realizar – e quando, numa simpática cena com um casal de velhinhos perigosos encontrado na "via sacra", toca ao fundo a música Ring My Bell, numa vitrola. E só.

No mais, o que o espectador irá encarar na sessão será uma infinidade de cenas de luta, com Denzel enfiando a faca em dezenas de capatazes de Gary Oldman (Carnegie, o chefe do mal) e Mila Kunis desfilando seu modelo de destruição fashion e sua pouca desenvoltura no quesito atuação, como a parceira de Eli e ex-detenta de Carnegie, Solara. Além, é claro, dos tradicionais merchandisings descarados que compõem estes filmes, afinal, algumas marcas são como baratas: sobrevivem a qualquer tragédia.

Uma recomendação: quem for assistir, não esqueça do guaraná, para ajudar a driblar o sono, já que os pouco mais de 110 minutos do filme arrastam-se e aparentam ter três horas... a mais.

Trailer:

(The Book of Eli, EUA, 118 minutos, 2010)
Dir.: Albert Hugues e Allen Hugues
Com Denzel Washington e Gary Oldman

quinta-feira, 18 de março de 2010

Em dvd: Por Uma Vida Melhor


Excelente pedida para ver em casa, o filme Por Uma Vida Melhor (Away We Go) foi lançado no Brasil diretamente em dvd, estranhamente.

Dirigido por Sam Mendes (Beleza Americana), tem no elenco principal John Krasinsky (Simplesmente Complicado) e Maya Rudolph (Como Se Fosse a Primeira Vez), além de um monte de participações de rostos conhecidos.

O filme é um road movie em que Burt e Verona, grávidos do primogênito, viajam pelos EUA e Canadá em busca do lugar ideal para viver. Os dois passarão dias agradáveis (ou não) com vários amigos e/ou parentes, cada um com mais esquisitices do que o outro.

Com o charme das comédias românticas independentes mais recentes (Juno, Pequena Miss Sunshine, 500 Dias Com Ela), o longa apresenta-nos ao sujeito que com certeza fará ainda muitos filmes de sucesso. Guardem este nome: John Krasinsky, hilário, com expressão facial e corporal ímpares. Outro destaque do elenco é Maggie Gyllenhaal (Coração Louco), no papel de uma mãe zen e (aparentemente) politicamente correta.

O roteiro de Dave Eggers (Onde Vivem os Monstros) e Vendela Vida é ótimo, a direção é sensível e a trilha sonora é muito bonitinha.

Não há mais o que dizer, apenas recomendo... e muito!

Trailer:

(Away We Go, EUA, 90 minutos, 2009)
Dir.: Sam Mendes
Com John Krasinsky, Maya Rudolph, Maggie Gyllenhaal
Nota 9,0

Promoção Invictus

Esta promoção é para quem quer assistir ao mais recente filme de Clint Eastwood.

Serão sorteados quatro (04) pares de ingressos para o filme Invictus, com Morgan Freeman e Matt Damon.

Para concorrer, basta responder à pergunta: "Qual esporte é retratado no filme Invictus?" Junto à resposta, deixe seu nome completo, endereço completo e e-mail. Quem for de Brasília e preferir buscar os ingressos na Asa Norte, não precisa deixar endereço, mas precisa indicar a cidade.

Não sabe a resposta? É provável que ela esteja aqui.

A promoção é válida até o fim do dia 21/03 (domingo) e o resultado será divulgado no dia seguinte.

Boa sorte a todos!

Promoção encerrada

Resposta correta: Rúgbi.

Sorteados:
1- Bruno S D Costa - Taguatinga/DF
2- Jussara Bontempo - Lago Sul/DF
3- João V F Borges - Brasília/DF
4- Giovanni Hillenbrand - Guará/DF 

quarta-feira, 17 de março de 2010

Crítica: Um Sonho Possível

Resquícios de Oscar. Um Sonho Possível (The Blind Side), filme pelo qual Sandra Bullock ganhou seu primeiro Oscar de melhor atriz, estreia no Brasil com este gostinho. Resquício porque a premiação deste ano já é página virada – e esquecível – e resquício porque este é um longa que faz (bem levemente) o estilo que a Academia gosta de premiar, mas que neste caso faz mais o perfil de uma sessão da tarde do que propriamente um filme a ser lembrado por especialistas.

O longa é o maior sucesso da carreira de Sandra, tendo arrecadado mais de US$ 250 milhões de dólares só nos EUA.

Bullock faz o papel de Leigh Anne Tuohy, cujo marido é dono de uma rede de restaurantes nos EUA. Com uma família “perfeita”, eles resolveram ajudar Michael Oher, um garoto de 17 anos com problemas de aprendizagem e que estava sem lugar para morar, depois de ser expulso de casa.

A história é baseada no livro The Blind Side – Evolution of a Game, de Michael Lewis, que por sua vez, baseou-se na história da vida do bem sucedido jogador de futebol americano, Michael Oher para escrever seu livro. A direção fica a cargo de John Lee Hancock (nada relevante) e a música é assinada pelo “bola da vez” Carter Burwell (Crepúsculo; Onde Vivem os Monstros; Um Homem Sério; Queime Depois de Ler), mais uma vez fazendo um ótimo trabalho.

O fato é que o prêmio maior do cinema dado a Sandra Bullock parece-me mais uma questão de oportunidade de ovacionar uma atriz competente e querida pelo público e pelos colegas do que propriamente a confirmação de que esta foi a melhor atuação do ano. Sem dúvidas, Meryl Streep estava melhor em Julie e Julia, mas esta ainda fará muitos trabalhos passíveis de serem premiados, ao contrário, possivelmente, da concorrente. Meryl que provavelmente nunca ganhará um Framboesa de Ouro (prêmio concedido aos piores do ano) como miss Bullock ganhou na véspera deste Oscar, com o maior espírito esportivo, qualidade rara em Hollywood, é bom ressaltar.

O filme assume o tom de vídeos institucionais ou um telecurso sobre “como promover a inclusão social” ou ainda um “passo-a-passo para se tornar um bom cristão”.

A dinâmica é mais ou menos assim: mamãe manda e filhinho obedece. Não converse com estranhos; ajude o ceguinho a atravessar a rua; gritar não resolve, dialogue; não fale palavrão, é feio e bobo; tenha fé, Deus é mais; ajude o seu semelhante; não desperdice comida; economize água; seja gentil, mesmo num jogo de futebol americano; confie nos professores, eles darão a base para construir o seu futuro; e por aí vai. Nada que você precise ir ao cinema para ouvir ou aprender. Pelo menos não de forma tão explícita e chata.

Uma profusão de lições de moral ordinárias que devem ser vistas com desconfiança, ainda mais em se tratando do retrato de uma família influente. Não há dúvidas de que os Tuohy são exemplares naquilo que neles ressalta, mas tanta perfeição soa irreal.

O fato é que nada na vida é tão simples quanto o filme tenta transparecer. Não há um grande drama, empecilho ou defeitos nos personagens que nos levem a crer na autenticidade da história. Nem quando acontece um “acidente de percurso” o drama se desenvolve. A vida é sempre boa, amena e feliz. Alguém aí acredita em fadas ou papai noel? Eu não.

Com certeza, será amplamente utilizado em escolas, presídios, concentrações esportivas, igrejas, centros de reabilitação, entre outros lugares, como instrumento de boas mensagens e discursos demagogos. Pieguice por pieguice, o nacional O Contador de Histórias exerce este papel com muito mais delicadeza e melhores cuidados na produção.

Um Sonho Possível é apenas a prova de que mesmo um filme ruim pode ser agradável se tiver uma boa dose de empatia.

Trailer:

(The Blind Side, EUA, 129 minutos, 2009)
Dir.: John Lee Hancock
Com Sandra Bullock
Nota 5,0

Saiba se o filme está em cartaz na sua cidade*
*estreia nesta sexta-feira (19/03)

terça-feira, 16 de março de 2010

Promoção Ilha do Medo

Quer assistir ao mais novo filme de Martin Scorsese?

Se a sua resposta é sim, então participe do sorteio de cinco (05) pares de ingressos, respondendo à pergunta: "Qual é o filme, dirigido por Martin Scorsese, que você mais gosta?" A pergunta é a título de enquete, ou seja, vale escolher qualquer filme dele; não precisa ser o atual.

A resposta deve ser deixada num comentário deste post, juntamente com seu e-mail, nome e endereço completos. Todos os ítens são indispensáveis e o não envio de um deles elimina o concorrente ao sorteio. Caso não consiga deixar o comentário neste post, envie a resposta e os dados para o e-mail fredburlenocinema gmail com, com o título "Ilha do Medo".

A promoção é válida até o fim do dia 17/03 (quarta-feira) e o resultado será divulgado no dia seguinte.

Quer saber a minha opinião sobre o filme? Leia ou assista a crítica nos respectivos links.

Boa sorte a todos!

Promoção encerrada

Sorteados:
1- João Cotrim - São Paulo/SP
2- Wilson Granja - Brasília/DF
3- Filipe Duarte - Candangolândia/DF
4-  Teresinha Ribeiro - Taguatinga/DF
5- Amanda Santos - Salvador/BA 

Resultado da enquete:
Os Infiltrados --------------------------- 36%
Ilha do Medo --------------------------- 14%
O Aviador ------------------------------ 10%
Gangues de Nova York ----------------- 10%
Taxi Driver ------------------------------ 6%
Touro Indomável ------------------------ 6%
Os Bons Companheiros ------------------ 6%
Cabo do Medo --------------------------- 6%
Contos de Nova Iorque - Lições de Vida -- 2%
A Idade da Inocência -------------------- 2%
Depois de Horas ------------------------- 2%

domingo, 14 de março de 2010

Crítica: Um Homem Sério


Há diretores cujo estilo é tão forte que é só assistir algumas cenas de um filme para saber que trata-se de um trabalho deles. Assim sendo, podemos sempre esperar boas ou más obras, a depender do tratante.

Joel e Ethan Coen, os Irmãos Coen, imprimem sua marca cada vez mais conceituada desde que fizeram Fargo (1996), filme que deu reconhecimento a eles e a Frances McDormand (Queime Depois de Ler). Seus constantes planos estáticos, usados para dar tempo para repararmos melhor na ordinariedade dos seus personagens, torna-os mais patéticos e mais engraçados. O humor que lhes é característico é um humor sutil e a crítica que fazem à sociedade também o é, a partir da escolha dos tipos deprimentes que povoam seus filmes.

Um Homem Sério passa-se na década de 1960. Nele, os irmãos contam a história de Larry, um judeu anestesiado pela vida, professor de física, cuja mulher o troca por outro, os filhos exigem mais do que ele pode dar, seu irmão vive às suas custas, o vizinho quer invadir seu terreno para construir uma casa de barcos e no trabalho as coisas não vão bem. Para piorar, ele arranja um aluno sul-coreano muito inconveniente, capaz de trazer-lhe ainda mais problemas, ao tentar lhe subornar.

A sátira ao judaísmo fica explícita já na sequência inicial, contando a lenda dos dybbuks, que os judeus acreditam ser um espírito maligno possuidor, uma alma deslocada de uma pessoa morta, que volta em forma de outra para tentar cumprir a missão que foi deixada pela metade. 

Um casal é abordado por um possível dybbuk, que salva a vida de um deles, mas não têm como saber a verdade, então precisam aceitar os fatos.

Um dentista descobre uma possível mensagem divina nos dentes de um paciente, passa dias sem dormir, sempre procurando nos dentes das pessoas alguma nova mensagem. Cansado de procurar, aceita os fatos.

Larry tenta a todo custo levar uma vida moralista, mas as situações parecem não querer colaborar. Os conflitos éticos vêm à tona em todo momento. Se ele vai por um caminho, tudo dará errado. Se for por outro, também.

A frase que antecipa o filme pode ser a chave de tudo: “é preciso aceitar tudo o que acontece a você com simplicidade” (Rashi).

As situações judaicas, especialmente os dilemas do filho de Larry, que está prestes a passar pelo ritual do bar-mitzvah, são tão autênticas que parecem ser autobiográficas, já que os irmãos Coen também são judeus.

Com uma trilha energética (assinada por Carter Burwell, de Onde Vivem os Monstros), roteiro excelente e atuação convincente de Michael Stuhlbarg (Larry), o filme tem justificada as suas duas indicações ao Oscar: melhor filme e melhor roteiro original.

Paradoxalmente, é comum e muito diferente.

Trailer:

(A Serious Man, EUA/Inglaterra/França, 106 minutos, 2009)
Dir.: Ethan e Joel Coen
Com Michael Stuhlbarg, Fred Melamed




sábado, 13 de março de 2010

Crítica em vídeo: Ilha do Medo


(Shutter Island, EUA, 138 minutos, 2010)
Dir.: Martin Scorsese
Com Mark Ruffalo, Emily Mortimer, Ben Kingsley, Jackie Earle Haley, Max von Sidow, Michelle Williams e Patricia Clarkson


sexta-feira, 12 de março de 2010

Promoção Coração Louco

Quer assistir a este belo filme, mas está sem grana?

Seus problemas acabaram!

Participe do sorteio de cinco (05) pares de ingressos para o filme, válidos de segundas a quintas-feiras em todo Brasil*.

Para concorrer, deixe um comentário neste post, respondendo à pergunta: "Quais os dois Oscars Coração Louco venceu?"

Junto à resposta, é essencial escrever também, o seu nome e endereço completos, mais o e-mail.

A promoção é válida até o fim do domingo (14/03) e o resultado será divulgado no dia seguinte.

Participem!

P.S.: Quer saber o que achei do filme? Clique aqui.

* convite válido para qualquer cinema onde o filme estiver em cartaz, exceto os cinemas do Grupo Araújo, Grupo Estação, Iguatemi Cinemark São Paulo e salas vip do Cinemark Cidade Jardim (SP).


Promoção encerrada

Resposta correta: Melhor Ator (Jeff Bridges) e Melhor Canção Original (The Weary Kind).

Sorteados:
1- Naiara Cristina Costa - Ceilândia/DF
2- Fernanda Beirão - Brasília/DF
3- Claudia Merquior - Rio de Janeiro/RJ
4- Felipe Florentino - Ceilândia/DF
5- Julio César Zart Jr - Brasília/DF 

 
 
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