Após a morte do marido, Sin-ae resolve ir com o filho morar na cidade onde o falecido nascera, a tal Milyang do título original. Lá, ela tenta reconstruir a vida, mas seu destino é permeado de tragédias e ela terá de lutar intensamente para se curar da dor.
Secret Sunshine foi indicado à Palma de Ouro em Cannes (vai entender) e venceu na categoria de melhor atriz.
Chang-dong Lee, o diretor, era ministro da cultura na Coreia do Sul em 2003-2004. Após deixar o cargo, dirigiu este primeiro longa-metragem. Deveria ter continuado no cargo anterior, já que aquela foi a época de maior emergência dos filmes da Coréia do Sul no cenário cinematográfico mundial.
“Escolhi começar o filme com um plano do céu e terminar com um plano de um pedaço qualquer de terra, mesmo um que estivesse um bocado sujo. Com isto, apenas queria dizer que o sentido da vida deve ser procurado não no céu, mas na Terra”, disse ele após a exibição do filme em Cannes 2007.
Para mim, a mensagem que predomina em Secret Sunshine é a mais pessimista. O que o diretor mostra é que não adianta buscar lugares mais tranquilos, mudar o estilo de vida ou frequentar igrejas. Se a vida tiver que ser trágica, ela será em qualquer lugar. Não há como escapar do destino.
Para desenvolver a sua “tese”, Chang-Dong Lee usa de 142 minutos enfadonhos, torturando-nos com cenas intermináveis de igreja e seus seguidores fervorosos, histeria da mulher sofrida, um sujeito banana que não toma atitude nenhuma para conquistar a mulher amada e um monte, mas um monte de personagens chatos.
Se fosse um pouco mais objetivo e enxugasse uns 40 minutos de história, até seria assistível. Ainda assim, com um roteiro desses, não dava para ir muito longe. Um filme que torcemos tanto para que acabe logo não pode ser bom, oras.
“Entre mortos e feridos”, salva-se apenas a interpretação da protagonista, a atriz Jeon Do-Yeon. Coitada dela, que teve que sofrer, sofrer e sofrer durante tanto tempo e com tanta intensidade que esgotou a si e a nós espectadores. Mas mereceu ganhar o prêmio em Cannes.
Secret Sunshine é como um dramalhão mexicano, só que sem final piegas e feliz.
(Milyang, Coréia do Sul, 142 minutos, 2007)
Dir.: Chang-dong Lee
Nota 3,5
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