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sábado, 29 de agosto de 2009

Os Normais 2 - A Noite Mais Maluca de Todas

Quando soube da sequência de Os Normais – o Filme, achei ótimo. Roteiro bom era garantido e mais uma grande bilheteria para o cinema nacional também. Não foi bem por aí o que vi no cinema.

A gripe suína continua afetando as bilheterias (a sessão não estava cheia como esperava) e o roteiro não era tão bom assim.

Rui e Vani estão noivos há 13 anos e a relação está morna. Eles resolvem apimentar o noivado e saem em busca de alguém para fazer um mènage à trois. Pronto. Acabou a história.

Acontece que o tempo passa para todo mundo e Fernanda Young e Alexandre Machado (os roteiristas), dessa vez, perderam o espírito das brincadeiras de Rui e Vani e erraram na dose.

A loucura que os torna normais ainda está lá, mas os roteiristas parecem ter esquecido de que a graça que sempre sustentou o programa (e o primeiro filme) está neles por eles mesmos e não em situações que forçam ser engraçadas, mas que dão até vergonha em quem assiste.

Muito palavrão e situações ridículas sempre foram bem vindos, mas colocar Rui e Vani em situações que parecem plagiadas de besteiróis americanos não combina. Nunca foi o humor pastelão que sustentou a graça.

O filme tem sim, seus momentos divertidos, mas há cenas muito fracas (que em sua maioria nem dizem respeito aos protagonistas) que poderiam ter sido cortadas sem o menor prejuízo para a história. Erro de montagem e apego excessivo do diretor. Cenas como as do velho no karaokê, logo no início, ou a do cara que se prepara para um exame de próstata ou toda a sequência da francesa que procura empregada doméstica no Brasil são de um mau gosto terrível. Não é questão de ter ou não pudor, é questão de bom gosto.

Mas não saí tão frustrado assim, da sessão. Os Normais 2 contém cenas hilárias, como a cena que abre o filme, com Rui e Vani desafinando Livin' La Vida Loca, de Ricky Martin; toda a sequência da festa de uma bicampeã de kickboxing (Danielle Suzuki), na qual eles conhecem uma mulher estranha (Cláudia Raia) e Vani fica doidona ao puxar um baseado. Todas as cenas têm como ponto forte a despirocada da Vani. Fernanda Torres dá um show, mesmo sem ter a ajuda do parceiro Luiz Fernando Guimarães, sujeito cujas piadas... bem, ele não tem piadas.

Dessa vez o diretor José Alvarenga Jr perdeu o controle da situação e errou na mão, ao contrário da sua outra grande bilheteria, Divã.

Mas Os Normais é Os Normais e é bom matar as saudades do casal Rui e Vani, mesmo tendo que filtrar bons e maus momentos durante os 75 minutos de projeção.


Trailer:


Os Normais 2 – A Noite Mais Maluca de Todas

(Brasil, 75 minutos, 2009)

Dir.: José Alvarenga Junior

Roteiro: Fernanda Young e Alexandre Machado

Com Fernanda Torres, Luiz Fernando Guimarães

Nota 6,0

Saiba se o filme está em cartaz na sua cidade.

A Onda (Die Welle)

Dia desses eu estava a conversar com uma amiga alemã, quando ela perguntou-me se eu sabia como dizer “olá” na língua dela. Eu, do alto da minha ignorância, respondi que “sim! Não é heil?!”. A hostilidade pairou sobre nós por uns segundos. Então ela explicou-me que o heil era o termo utilizado pelos nazistas para “bater continência” para seu líder, Hitler e que tal termo era malquisto por lá, já que eles (os alemães) não gostam de serem ligados à Segunda Guerra, que é um passado obscuro, que ainda os persegue, apesar dos constantes esforços de mudar tal imagem perante o resto do mundo.

É mais ou menos isso que os personagens de A Onda discutem no início do filme: sobre a revolta que os jovens alemães, que nada têm a ver com o passado do país, nutrem por terem que “pagar” por algo que não fizeram.

Como é semana de exercícios práticos nas escolas, um dos professores, incumbido de dar aulas sobre autocracia, é confrontado pelos alunos, que acham impossível o retorno a uma política ditatorial no país. Diante disso, propõe um desafio: que eles vivam num regime autocrático durante toda aquela semana.

Os alunos não só aceitam a proposta, como (imbuídos de uma ideologia comunista) começam a enxergar no “regime temporário” algumas vantagens. É então que formam a comunidade A Onda (Die Welle, em alemão), começam a andar uniformizados, queimam suas roupas de marca e saem à procura de novos aderentes, além de outras coisas que não contarei, para não estragar o filme.

No início do filme, achei que tratava-se de mais uma dessas histórias do “professor que não desiste dos alunos rebeldes e consegue romper as barreiras da rebeldia”, mas vi que A Onda tem muito mais do que uma simples história a oferecer.

Baseado em fatos reais, que originalmente aconteceram nos EUA (na Califórnia, em 1967) e que já haviam sido explorados num premiado médiametragem de 1981, The Wave, facilmente encontrado no Youtube. Tais fatos foram transpostos para a Alemanha acertadamente, já que lá existe um conteúdo histórico que confere ainda mais densidade às discussões levantadas. A Onda é um filme muito importante e que será exibido muitas vezes nas aulas dos bons professores mundo afora. Além de discutir os métodos de ensino, debate sobre até que ponto os jovens podem ser influenciados, sobre o quanto uma ideologia exarcebada pode isolar as pessoas e gerar conflitos, sobre o quão estúpidos foram os regimes autoritários, sobre o perigo da formação de gangues e sobre mais um monte de coisas. Aproveita-se do filme quem quiser. O leque é amplo.

Como cinema, também alcança muitos êxitos: a fotografia é muito boa, variando bastantes os movimentos de câmera e os planos, com destaque para as cenas aquáticas; a trilha é adequadamente pulsante, principalmente a dos créditos iniciais do filme, também muito bons; o roteiro é bem desenvolvido e conta com um bom diretor para executá-lo.

Talvez o lado mais frágil do filme esteja no das interpretações, que poderiam ser viscerais, mas são apenas ordinárias. Nada que estrague a boa desgustação do espectador.

Vale a pena assistir, principalmente para quem gosta de uma boa discussão/reflexão após a sessão.



Trailer:




A Onda

(Die Welle, Alemanha, 107 minutos, 2008)

Direção: Dennis Gansel
Roteiro: Dennis Gansel
Elenco: Jurgen Vorgel, Frederick Lau, Jennifer Ulrich, Cristina do Rego

Nota 8,0




Saiba se o filme está em cartaz na sua cidade!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Coração Vagabundo

Caetano Veloso fez tantas trilhas sonoras para a Natasha Filmes (produtora de Paula Lavigne, ex-mulher e fiel escudeira dele) que estava até demorando chegar algum filme que fosse completamente... Caetano.

Coração Vagabundo é mais um entre os montes de documentários musicais que têm sido produzidos no Brasil. Felizmente, a modinha não trás consigo (pelo menos até agora) resultados ruins e este é mais um bom exemplar desta safra nacional. A diferença é que, neste caso, não se trata de uma cinebiografia. A intenção não é a de contar a vida e a carreira de Caetano. Portanto, não há depoimentos e nem imagens de arquivos.

O diretor Fernando Grostein Andrade simplesmente quis registrar a rotina do artista, durante sua turnê do cd Foreign Sound por Nova York, São Paulo e Tóquio. Essa escolha foi muito boa, já que Caetano é uma figura muito interessante e agradável de se ouvir e o fato de ser acompanhado de perto por muitos dias e estar à vontade diante das câmeras faz com que ele solte suas opiniões peculiares a todo momento e aos poucos absorvemos o que realmente interessa, que é a essência dele, tanto como cantor quanto como pessoa.

Não há aqui um trabalho de desconstrução da imagem, mas uma confirmação daquilo que todos já pensavam. É óbvio que há sempre uma moderação diante das câmeras e Caetano deita e rola, porque já é descolado no assunto assédio e faz das filmagens aquilo que bem quer e não mostraria um lado que pudesse denegrir sua imagem, se é que ele tem esse lado. Fala com a calma de um legítimo baiano e seus pensamentos vão sendo proferidos sem nenhuma agressividade, mesmo quando relacionados a assuntos polêmicos.

O diretor conseguiu depoimentos de gente do quilate de Pedro Almodóvar e David Byrne.

Em certo momento, Caetano está rouco e precisa descansar a voz. Diz então ao diretor: “Você hoje fará um filme de Bergman... só silêncio. Ou de Antonioni... só um homem e uma parede!”. E eis que surge ninguém menos que Michelangelo Antonioni, contando sobre sua aproximação com o cantor. Privilégio para poucos.

Há também momentos muito engraçados, como a impagável sequência do docinho japonês, na qual até a câmera treme, pois nem o diretor conseguiu segurar o riso.

Mas o papel mais importante que Coração Vagabundo – o Filme exerce é, na minha opinião, o de conscientizar-nos da importância que esse cara tem para o Brasil. Sua música tem um alcance inimaginável no estrangeiro e leva consigo um boa imagem dos tupiniquins. Na passagem pelo Japão, vemos gente que aprendeu um pouco de português para poder cantar as músicas dele. Isso é algo que deve-se valorizar muito em um artista como Caetano. Percebe-se que ele tem importância na música mundial e não só por aqui.

Coração Vagabundo é Caetano por ele mesmo. Portanto, quem gosta dele vai gostar ainda mais e quem não curte, continuará não gostando... ou não!



Trailer:



Coração Vagabundo – o Filme

(Brasil, 60 minutos, 2009)

Dir.: Fernando Grostein de Andrade

Nota 7,0



Saiba se o filme está em cartaz na sua cidade!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O Mundo em Duas Voltas

Sobre o filme: é um documentário, filmado pelos membros da família Schürmann, sobre a volta ao mundo que eles deram, de barco, seguindo praticamente a mesma rota que seguiu Fernão de Magalhães no início do século XVI.

A jornada passou por 19 países e o que é mostrado na telona são os países mais interessantes ou importantes historicamente, ora pelo critério da viagem de Magalhães, ora pelo critério dos Schürmann.


No que tange a jornada atual, o que vemos são imagens belíssimas de cada lugar fascinante por onde passou a simpática família, que nos mostra, através da narração da matriarca Heloísa, a cultura dos países e ilhotas e os sentimento diversos pelos quais a família passou nos 4 anos que ficaram longe de sua terra natal, o Brasil.


É uma declaração de amor ao mar, à liberdade e à natureza. E uma grande homenagem ao grande navegador Fernão de Magalhães.


O lado histórico é contado pelo paralelo entre as duas aventuras e através de desenhos (pinturas) não-animados muito bonitos, feitos pelo francês Laurent Cardon.


Era de se imaginar que a fotografia do filme seria feita com um pouco menos de critério pelo fato de ter sido feita amadoramente na maior parte do tempo pelo chefe da família e do veleiro, Vilfredo.


O cuidado maior para fazer com que o documentário chegasse o mais próximo do que se denomina “cinema” ficou por conta do filho mais velho do casal, David, que já havia feito a mesma rota com os pais, quando criança e agora, já formado em cinema, dirigiu e editou as imagens que os pais captaram.


O resultado é um misto de viagem de família e documentário, mas a sensação passada para o espectador é a mesma que um filme mais elaborado e criterioso, a sensação sinestésica de imersão na história contada, impressão de que estamos a viajar com a família e confesso que em alguns casos (como o meu) chegamos a nos emocionar com a família e ao final temos a mesma sensação de “volta pra casa”, eles para a cidade natal, nós para nossa realidade fora do cinema.



Trailer:



O Mundo em Duas Voltas


(Brasil, 92 minutos, 2007)

Dir.: David Schürmann


Nota 7,0

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tempos de Paz

É fim de guerra em 1945. Chegam ao Brasil navios de refugiados de diversos países atingidos por ela. Um destes refugiados, o polonês Clausewitz (Dan Stulbach), não consegue passar pela alfândega brasileira, por despertar desconfiança nas autoridades, que acham que o que ele diz ser (agricultor) não condiz com suas mãos finas e com a sabedoria que demonstra ter (ele fala um bom português e até recita Carlos Drummond de Andrade). Caberá a Segismundo, um ex-oficial da polícia de Getúlio Vargas, a tarefa de interrogá-lo, a fim de extrair a verdade e decidir se cede ou não o “salvo conduto” para a estadia do polonês no Brasil.

Ao término do filme, minha maior vontade era a de assistir à peça. Isso porque o texto é muito bom e as interpretações deixam claro que trata-se de uma peça maravilhosa. Mas isso não implica que transpô-la para as telonas seria garantia de bom cinema. Não o é, nem de longe.

Daniel Filho continua impregnado com seus vícios televisivos (os planos das cenas continuam com as opções 'quadradas' que a tevê oferece), mas dessa vez o grande mal que lhe assola é o teatro. Alguém aí conte para ele, por favor, que ele não é o Kurosawa, para unir as artes com competência?

Acho que, primeiramente, ele deveria aprender a fazer cinema, para depois incorporar outros elementos à sétima arte. O seu maior trabalho em Tempos de Paz seria o de deixar o filme andar com as próprias pernas, escorado nas interpretações dos protagonistas e nos ótimos diálogos (vejam bem, isso não quer dizer que o roteiro seja bom) escritos por Bosco Brasil, mas ele não se contenta em não deixar sua marca. Resolveu acrescentar, desnecessariamente, personagens que antes só existiam na peça em citações, como a irmã de Segismundo (Louise 'teatral' Cardoso) e um sujeito misterioso (ele próprio, Daniel 'forçado' Filho) que está à procura de Segismundo, por motivos revelados em flashbacks posteriores, igualmente desnecessários e que subestimam a inteligência do espectador, já que tudo o que essas cenas mostram, nós descobrimos pelas falas do personagem de Tony Ramos, sem precisar da didática “teletubbiana” adotada pelo diretor. Esse acréscimo de trama só faz mal ao filme, que é obrigado a ver o seu final prolongado e pieguizado em prol do desfecho de personagens secundários, que não tinham a menor importância na trama.

Tempos de Paz seria um grande filme, não fosse a mão pesada e a mania de popularidade do diretor, que perde a oportunidade de finalmente trabalhar o cinema como arte e não como entretenimento vazio.

Além da direção, somos “brindados” com a precária fotografia, com seus planos médios rebaixados (os personagens têm muito corpo e cabeças constantemente cortadas), sua baixa resolução (algumas cenas parecem ter qualidade de Youtube) e sua péssima iluminação.

Mas todas essas falhas não estragam por completo o filme, já que, além dos excelentes diálogos, há uma boa direção de arte, que ajuda bastante na reconstituição da época, uma montagem eficiente e um duelo de grandes protagonistas: Tony Ramos, que faz o seu feijão-com-arroz muito bem feito, como sempre, e Dan Stulbach, que dá um show no papel do polonês, com uma interpretação digna de muitas premiações. Quando o filme começava a dar sinais de cansaço, eis que surge um monólogo declamado por ele com um brilhantismo tamanho que arrepia e dá vontade de levantar da cadeira e bater palmas, como no teatro. Só esse monólogo merece o ingresso, mas preferia vê-lo no teatro. Um trabalho admirável dos atores, que trouxeram para o cinema a química que tiveram ao encenar no teatro a peça que deu origem ao filme, Novas Diretrizes em Tempos de Paz.


Trailer:

Tempos de Paz

(Brasil, 80 minutos, 2009)

Dir.: Daniel Filho

Com Tony Ramos e Dan Stulbach

Nota 5,5


Saiba se o filme está em cartaz na sua cidade!

domingo, 23 de agosto de 2009

Se Beber, Não Case! (The Hangover)

Primeiramente: se você não tem senso de humor, não assista Se Beber, Não Case, pois o que te espera no cubo mágico nas sessões deste filme, é uma infinidade de situações absurdas, mas que são muito bem explicadas pelo roteiro. Dá até para acreditar que tudo aquilo pode acontecer no mundo real.

Os amigos de Doug resolvem levá-lo para uma despedida de solteiro em Las Vegas, onde “tudo que acontece lá, fica por lá”, dois dias antes do casamento dele. Eles só não imaginam a quantidade de episódios que terão que “deixar por lá”. Eles tomam um porre homérico, amanhecem com uma ressaca fenomenal e de quebra, uma amnésia alcoólica (que depois será justificada). A fotografia lisérgica da cena em que acordam deixa bem claro seus estados. Há uma galinha (a que bota ovos) pela suíte que alugaram, um tigre (!) no banheiro e um bebê (!!) no armário. E o pior: Doug sumiu!

Li a crítica do Érico Borgo, na qual ele define o filme como um Amnésia etílico/cômico. Concordo. Através das pistas deixadas por toda a parte, os três amigos tentarão recapitular tudo o que aconteceu e para tanto, contarão com a ajuda (ou não) de figuras bizarras com as quais interagiram na noite passada.

Não vou contar mais nada e nem citar nenhum desses personagens bizarros que aparecerão na história, para não tirar a graça das surpresas.

Tanto os três malucos (com destaque para o barbudo hilário Zach Galifianakis) quanto os espectadores serão surpreendidos a cada momento com os lugares pelos quais eles passaram.

É uma sucessão de cenas engraçadíssimas, que não se repetem e não deixam o ritmo decair, à exceção de alguns poucos momentos excessivamente grosseiros, mas que não estragam o filme.

É preciso muita atenção para não se perder na história, pois o roteiro é muito bem amarrado, mas incrivelmente complexo para um filme do gênero.

O diretor Todd Philips segura muito bem as rédeas dessa comédia que poderia facilmente seguir o caminho duvidoso dos besteiróis escatológicos que lançam por aí aos montes. Além disso, o filme conta com a adequada fotografia de Lawrence Sher e uma divertida trilha sonora (no final do filme, vocês darão algumas risadas com versões ao vivo de Candy Shop e a dance oitentista Fame).

Quando tudo parece concluído, somos ainda surpreendidos com as “provas dos crimes” que os quatro malucos cometeram naquela noite, enquanto sobem os créditos. É de chorar de rir!

Se Beber, Não Case é um filme politica e deliciosamente incorreto, que agradará não só os homens (pela fácil identificação com as situações), como também as mulheres que não o levarem a sério e não se importarem com o fato de serem retratadas como umas chatas e implicantes (exceto no caso da personagem de Heather Graham, uma divertida prostituta).

Então, entre no clima e divirta-se com a provável melhor comédia do ano!


Trailer:

Se Beber, Não Case

(The Hangover, EUA/Alemanha, 100 minutos, 2009)

Dir.: Todd Philips

Com Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Justin Bartha, Heather Graham

Nota 8,6


Saiba se o filme está em cartaz na sua cidade!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O simpático "O Contador de Histórias"

O Contador de Histórias está em cartaz a três semanas e como não li muito sobre ele, resolvi tecer meus comentários e ajudar na divulgação do filme, que não merece passar despercebido pelo público.

O filme é sobre Roberto Carlos Ramos, um garoto que foi internado na Febem, em Belo Horizonte, quando criança, e tido como caso perdido após dezenas de fugas do internato. Cheirou cola, tinner e roubou diversas vezes. Encontrou numa pesquisadora francesa a possibilidade de ter seu destino mudado. Acabou por transformar-se num dos maiores contadores de histórias do mundo.

A história é contada através da visão que ele tinha das coisas quando jovem (a narração é do verdadeiro Roberto Carlos) e por isso, permeada por todos os acontecimentos lúdicos que a imaginação de uma criança pode criar em substituição aos fatos reais. Por isso, o chefe dos bandidos torna-se um rei cheio de moral, para o qual as pessoas dão seus pertences sem nem sequer serem abordadas; um assalto a banco mais parece uma estilosa aparição dos Jackson 5; uma mulher alta torna-se uma circense perna-de-pau, uma professora gorda transforma-se num enorme e artesanal hipopótamo e a leitura de “20 Mil Léguas Submarinas”, de Júlio Verne, emerge o garoto numa cena animada, cheia de bichinhos advindos do livro. As filmagens dão vida à imaginação hiperbólica da criança, colorindo mais as cenas em que ele conta seus “causos” e dando um tom mais sóbrio quando as situações representam o que realmente aconteceu.

Há duas histórias paralelas: a da vida que começou após conhecer a francesa e a da vida que o menino teve antes disso, desde a convivência com a família numerosa até o internato na Febem.

É óbvio que a vida do sujeito foi muito mais dura do que a contada no filme e isso não é um descrédito à produção. A escolha por contar tudo na visão do protagonista e não apenas reconstruir os fatos, como geralmente acontece em cinebiografias, dá um toque mais fantasioso e carrega a história de maneira leve, afinal, o que entra pela retina de uma criança é muito mais iluminado e circense, sem dimensão exata dos fatos. Então não adianta criticar o filme por suavizar as situações porque isso tudo é justificado.

Para mim, é uma grande mérito não fazer melodrama em cima das tragédias que ocorreram no decorrer da vida dele. A intenção não é fazer o público chorar, mas contar uma história que teve um final feliz, pela força de vontade de uma batalhador.

O Contador de Histórias é um pequeno Peixe Grande brasileiro. Não tem toda a pompa do filme de Tim Burton, mas é muito bonitinho e bem produzido.

A atriz portuguesa Maria de Medeiros está encantadora no papel da francesa Margherit e as atuações dos garotos que interpretaram o protagonista, em diversas idades, são bem satisfatórias, exceto a do último ator, que faz o menino já mais velho.

Aliás, tudo no final do filme é bem inferior ao restante do longa, o que o faz perder a força. Um filme que se desenvolve tão criativamente não poderia terminar de forma tão simplória.

Mas isso não ofusca os méritos da produção, que encanta, entretem e que, mesmo ludicamente, encontra espaço para pequenas críticas aos métodos de reabilitação aplicados aos menores nas casas como a Febem.

A trilha sonora sonora é assinada pelo competente André Abujamra e entre os produtores está Denise Fraga, atriz e mulher do diretor Luiz Villaça, que aparece em duas pontinhas, bem escondida (um doce para quem descobrí-la na primeira aparição!).


Trailer:



O Contador de Histórias

(Brasil, 100 minutos, 2009)

Dir.: Luiz Villaça

Com Maria de Medeiros, Malu Galli, Marco Antônio Ribeiro, Cleiton Santos, Paulinho Mendes

Nota 7,3

Saiba se o filme está em cartaz na sua cidade!


Boas notícias pós-post: esta semana recebi dois selos "Vale a Pena Ficar de Olho Neste Blog", dos amigos Nespoli, do blog O Cara da Locadora e Gabriel Von Borell, do Um Olhar Além da Tela. Muito obrigado aos dois! É ótimo ser reconhecido por vocês! Só não vou continuar a corrente, para não ficar repetindo post no blog...

A outra boa notícia é que saiu o resultado da votação popular do Top Blog 2009 e o Fred Burle no Cinema está entre os 100 mais votados na categoria Cultura, passando então para a segunda fase do concurso, que terá agora uma banca de especialistas analisando os finalistas. A premiação dos melhores blogs, segundo análise acadêmica, acontecerá no dia 31/08. Boa sorte para os concorrentes! Muito obrigado a todos que votaram neste blog, de verdade! Agora é só torcer!


terça-feira, 18 de agosto de 2009

A Era do Gelo 3: o fenômeno... brasileiro?

Esta eu não podia deixar passar. Sempre acompanho as bilheterias dos cinemas mundiais e a algumas semanas venho surpreendendo-me com os impressionantes números de arrecadação de A Era do Gelo 3, no mundo todo, mas especialmente no Brasil.

O filme estreou com quase dois milhões de espectadores nos primeiros 5 dias de exibição - conta-se 5 dias, porque ele estreou numa quarta-feira e não numa sexta-feira, como ocorre de costume – e no segundo fim de semana praticamente manteve a média, levando mais de 1,2 milhões de pessoas aos cinemas em três dias. Geralmente os filmes têm queda de 40 a 50% de arrecadação a cada semana em cartaz, mas não foi o que aconteceu com o desenho da FOX, dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha. Com pouca porcentagem de queda, o filme ultrapassou facilmente a bilheteria do recordista do ano, Se Eu Fosse Você 2 e continuou galgando melhores posições no ranking de bilheterias no Brasil, em todos os tempos.

Pois bem. Ontem, o FilmeB divulgou o esperado: A Era do Gelo 3 já é a maior bilheteria da história, no Brasil, ultrapassando o fenômeno Titanic, que deteve o título por doze anos. A bilheteria da animação já ultrapassou os R$ 80 milhões de reais e continua tendo boa arrecadação, podendo aumentar ainda mais a vantagem para o filme de James Cameron. Vale lembrar que os valores são nominais, ou seja, sem correção monetária. Num ranking com tal correção, Titanic ainda mantém a ponta, mas pode também perdê-la em breve, já que a arrecadação de A Era do Gelo 3 segue forte. O número de espectadores já é de mais de 9 milhões, podendo chegar na marca do maior sucesso de público nacional, Dona Flor e Seus Dois Maridos, que levou mais de 10 milhões de pessoas aos cinemas, em 1976.

Nos EUA, o filme está próximo dos 200 milhões de dólares e ao redor do mundo totaliza quase 800 milhões de dólares arrecadados, sendo, até então, a terceira maior bilheteria do ano, perdendo para o sexto filme de Harry Potter (U$ 862 milhões) e para Transformers 2 (U$ 824 milhões). Apesar disso, é o filme mais lucrativo do ano, mundialmente, já que seu custo (U$ 90 milhões) é bem inferior aos U$ 250 milhões de gastos com o filme do bruxinho e aos U$ 200 milhões de custo do filme dos megarrobôs.

Carlos Saldanha, o diretor da franquia, já declarou estar superfeliz com os resultados alcançados e que, por ele, teremos continuações de A Era do Gelo para o resto da vida. Um exagero, mas que o filme ainda terá outras seqüências, disso ninguém duvida.

E vocês, acham que o filme merece as marcas? O que pensam a respeito das possíveis seqüências?

Manifestem-se!


Fontes: FilmeB, Ancine, BoxOfficeMojo e Epipoca.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Arraste-me Para o Inferno

Arrastados para o inferno sejam aqueles que não assistirem este filmaço do Sam Raimi! Que tais hereges só consigam assistir filmes do Uwe Boll ou do Steven Seagal se não forem ver Arraste-me Para o Inferno. (Ok, ok... Ainda estou afetado pelo excelente programa que acabo de fazer).

Alison Lohman é Christine, uma jovem ambiciosa, que, diante da possibilidade de promoção no banco de penhores onde trabalha, decide mostrar serviço, negando o prolongamento da dívida de uma velha cigana, a sra Ganush (Lorna Raver), que com isso perderia a própria casa. Sentindo-se humilhada com a situação, a velha amaldiçoa a jovem, que passará a ter alucinações, pesadelos e enfrentará momentos de muito pânico, beirando a loucura. Para tentar se livrar da maldição, Christine contará com o apoio do namorado (Justin Long), de um vidente (Dileep Rao) e de uma espécie de exorcista (Adriana Barraza).

O elenco até dá conta do recado, com Lohman menos exagerada do que poderia ser e excelentes atuações de Lorna Raver (medo, muito medo) e Adriana Barraza (a mexicana indicada ao Oscar por Babel), mas venhamos e convenhamos... o que faz Justin Long perdido no filme? Tudo bem que ele já fez filmes do gênero, mas em momento algum ele convence como o namorado da histérica protagonista e aparece sempre com a mesma expressão de nada que lhe é peculiar. Mas pelo menos não aparece tanto, a ponto de estragar o filme.

Mas as atuações não seriam nada, não fosse a ajuda da competente equipe de trilha e efeitos sonoros. Cada vez que toca o violino, sobe o frio na espinha e os inúmeros sustos são então concretizados pelos sons agudos dando pontadas em nossos ouvidos. São elementos que só os grandes diretores sabem dosar sem parecerem gratuitos. Sabemos todos os momentos em que os sustos virão, mas não tem jeito: o timing preciso da montagem sempre dá um jeito de nos pregar os sustos que o gênero se propõe.

Mas não só de sustos vive Arraste-me Para o Inferno. Como é peculiar nas grandes obras de terror B, há muitos momentos cômicos. Risadas tiradas, principalmente, dos efeitos propositadamente toscos, como o olho que brota do bolo, a mosquinha faceira que pousa na lente da câmera (muito bom!) e passeia pelos orifícios da protagonista, enquanto essa dorme ou o vômito em CGI da velha cigana em cima da mocinha assustada. Também são divertidos os detalhes que a direção de arte põe em cena, tirando sarro do próprio filme, como os cartazes do gatinho pendurado e a frase “Baby, Hang On”, num momento de sacrifício e outro cartaz escrito “POP”, numa das cenas mais teen-clichê.

Sam Raimi mostra que ainda está em forma no gênero que lhe deu notoriedade (com Evil Dead). Mesmo não trazendo nenhuma grande inovação, faz um ótimo filme, contribuindo para um gênero que há alguns anos tem oferecido várias podreiras. Valeu a pena ele e seu irmão Ivan Raimi esperarem mais de uma década (forçadamente) para conseguirem filmar o roteiro de Drag Me To Hell, que inicialmente seria um curta, mas como o diretor acha que ninguém vê curtas, resolveu incrementá-lo para virar um longametragem.

O filme é clichê sim, mas os bons terrores são assim mesmo, como já o fizeram o próprio Raimi, William Friedkin, Peter Jackson (Fome Animal) ou José Mojica Marins, o nosso Zé do Caixão. Parênteses: citei esses, porque foram os que algumas cenas de Arraste-me Para o Inferno me lembraram.

Muito terrores tentam ganhar o espectador (literalmente) no grito, sem êxito. Este aqui consegue fazê-lo, com muito sangue e hardcore, para a alegria dos nerds aficionados em sanguinolência trash. Por mim, Sam Raimi ficaria só no gênero terror(ir)/suspense e longe dos bobos Homem-Aranha 1, 2, 3, 4, 7 , 16, 947, etc.


P.S.: contra indicado para quem quiser dormir após o filme.



>>>Trailer do filme: ................................................ >>>Entrevista com Sam Raimi:
...

Arraste-me Para o Inferno
(Drag Me To Hell, EUA, 100 minutos, 2009)
Dir.: Sam Raimi
Com Alison Lohman, Justin Long, Lorna Raver, Adriana Barraza

Nota 9,0

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Moscou

Adoro conhecer os cinemas de outras cidades, então, aproveitei minha estadia em Belo Horizonte para assistir Moscou, novo documentário do mestre Eduardo Coutinho, cuja estreia em Brasília ainda não aconteceu. O cinema no qual o filme está em cartaz aqui na cidade mineira é o Usina Unibanco de Cinema, cujas instalações lembram muito os cinemas antigos, com pracinha na entrada, decoração rústica e café nos mesmos parâmetros. Ao entrar na sala, me senti num antigo galpão, com cadeirinhas de braços de madeira, mas que não chegam a ser desconfortáveis. Um lugar agradável e charmoso.

Nada mais adequado para assistir à nova empreitada do Coutinho, já que o filme desenvolve-se num teatro antigo de Belo Horizonte, onde o tradicional Grupo Galpão encena suas peças. Senti-me dentro do próprio teatro.

Coutinho convidou o grupo de atores mineiros e o diretor de teatro Enrique Diaz, para construírem, frente às câmeras, em dezoito dias, trechos que transpusessem para as telas a peça “As Três Irmãs”, de Anton Tchekhov. A peça conta a história das irmãs russas Olga, Maria e Irina, que moram numa província a centenas de quilômetros de Moscou, cujos sonhos é voltar à terra natal, para visitar o túmulo da mãe, cujo rosto esvai-se em seus pensamentos.

A intenção, segundo Coutinho, nunca foi a de mostrar o processo de criação da peça. Essa escolha, incentivada pelo amigo e produtor executivo do filme, João Moreira Salles (que dá o sinal de que ainda não se despediu completamente do cinema, como havia dito que faria à época do lançamento de Santiago), parece ser o que cria a polêmica em cima do filme, já que sem o processo, fica faltando algo. Mas a intenção era fazer uma obra incompleta, fragmentada, uma experimentação de linguagem, que às vezes dá certo, mas às vezes toma um ritmo arrastado e sem um elemento que possa renová-lo.

O atores raramente são os atores, nos ensaios. Eles, na tela, são os personagens e por mais que não entendamos isso de cara, depois fica claro que estamos assistindo aos fragmentos da peça, pelos nomes que as pessoas se chamam e pelo rumo que as conversas tomam.

Há vários trechos metalinguísticos, que nos aproximam dos atores, como se estivéssemos presentes no teatro, durante as filmagens. Câmeras aparecem, assistimos ao vídeo-assist com a equipe de filmagem, vemos a estrutura do teatro, o boom, os atores saindo dos bastidores para entrarem em cena.

É uma fusão teatro/cinema muito bem sucedida, mas que fica monótono perto do fim, pela repetição do tema. Coutinho disse, em entrevista ao jornal O Tempo, que entrou em crise quando não sabia o que fazer com o material filmado, na fase de montagem do filme. Isso, para mim, ficou evidente, quando o assunto se esgota e o filme não acaba, com cenas que estão ali simplesmente para preencher espaço. Ainda assim, é perto do filme que surge uma das cenas mais legais, na qual, num ambiente completamente no escuro, surgem os discursos de dois personagens, que então começam a sussurrar a canção “Como Vai Você”, de Roberto Carlos, iluminados pelo frenético acender e apagar de fósforos.

Meu filme preferido do Coutinho ainda é Jogo de Cena (de 2007, no qual ele já flertava com o teatro), mas com Moscou ele demonstra que, mestre que é mestre faz obras muito interessantes, mesmo quando passa por uma fase de crise criativa, como ele diz estar passando.

Trailer:

Moscou

(Brasil, 80 minutos, 2009)

Direção: Eduardo Coutinho

Direção teatral: Enrique Diaz

Produção executiva: João Moreira Salles, Mauricio Andrade Ramos, Guilherme Cezar Coelho

Com os atores do Grupo de Teatro Galpão

Nota 7,4


Saiba se o filme está em cartaz na sua cidade!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Há Tanto Tempo Que Te Amo

Há cerca de um mês estreou nos cinemas o longa francês Há Tanto Tempo Que Te Amo e eu não dei muita pelota para o filme. O título, o cartaz e o trailer levavam-me a crer que se tratava de mais um dramalhão francês de ritmo lento e sem maiores atrativos. Depois de tanta gente indicá-lo, fui assistir e agora chegou a minha vez de também indicá-lo!

Juliette sai da prisão depois de 15 anos e a única pessoa com quem pode contar é a sua irmã mais nova, Léa, que se sente no dever de ressocializá-la, apesar da resistência do marido.

O filme marca a estreia no cinema, já como diretor, do renomado escritor Phillipe Claudel, que há tempos declarava sua vontade de experimentar a sétima arte. Nunca li nada dele, mas se ele o faz com a mesma competência que demonstrou ter na direção, devem ser livros excelentes. A história do filme ele escreveu exclusivamente para o cinema e nem quis transformar em livro, por achar que ela só funcionaria no cinema. Eu discordo. Imagino que um livro com uma história tão interessante e de fácil identificação como essa, poderia ser tão denso quanto o filme e seria uma ótima leitura. Mas enfim, o filme já satisfaz.

Il y a Longtemps que je t’aime é o nome da música (bonitinha, mas chiclete) que Juliette toca ao piano e que também ensina a sobrinha a tocar. O título reflete muito bem a relação das duas irmãs, que apesar de não terem mantido contato durante o tempo da prisão, continuavam ligadas pelos laços familiares.

O afeto entre as duas é (re)construído de maneira dolorosa para ambas e isso passa para o espectador, graças às atuações de Kristin Scott Thomas e Elsa Zylberstein (Juliette e Léa, respectivamente). A inglesa Kristin foi a melhor escolha que poderiam ter feito para o papel da ex-presidiária. Faz um trabalho melhor do que qualquer Juliette Binoche da vida, convencendo-nos como uma autêntica francesa. Está sempre introspectiva, muito pensativa e de olhar distante. Sua personagem revive e repensa incessantemente os seus atos passados, que a atormentarão para o resto da vida. Ao mesmo tempo, redescobrirá a sua feminilidade e terá como desafio a sua reaproximação com os homens.

Durante a projeção, nem me fez falta saber o porquê da prisão de Juliette e quando veio a necessidade de sabê-lo, já mais próximo do fim, fui pego de assalto com os motivos revelados, que explicaram toda a angústia e comportamento arredio da protagonista para com os que demonstravam-lhe desconfiança.

O filme conta ainda com uma montagem de cenas escolhidas a dedo para que nenhuma ponta ficasse solta. A câmera é fluida, leve, sem dar um tom mais pesado do que a própria trama já confere ao filme.

O roteiro trata de um assunto muito sério de forma densa, mas não é chato como é costume acontecer com os filmes dramáticos franceses.

Indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz (Kristin Scott Thomas), além do BAFTA de Melhor Roteiro Original e mais outros vários prêmios.


Trailer:



Há Tanto Tempo Que Te Amo

(Il y a Longtemps Que Je T'aime, França/Alemanha, 115 minutos, 2008)
Direção: Philippe Claudel
Roteiro: Philippe Claudel
Produção: Yves Marmion
Fotografia: Jérôme Alméras
Edição: Virginie Bruant
Música: Jean-Louis Aubert

Com Kristin Scott Thomas, Elsa Zylberstein

Nota 9,2

Saiba se o filme está passando na sua cidade!

À Deriva

Juro que não esperava que À Deriva fosse tão bom quanto foi. A recepção do filme, quando foi exibido em Cannes esse ano, foi boa, mas não lembro de ter lido nada de extraordinário. Logo, minhas expectativas foram apenas de assistir um bom filme. Saí do cinema com a satisfação de ter visto um ótimo filme!

O terceiro longametragem de Heitor Dhalia segue o caminho inverso dos seus outros dois filmes. Enquanto Nina e O Cheiro do Ralo mostravam um lado mais sombrio do ser humano, ora por vias cômicas ora por vias dramáticas (ou não, já que muitos pensam que nem havia “lado humano” naqueles filmes), este aqui foca no amadurecimento de uma personagem, a adolescente Felipa (Laura Neiva). É uma filme de formação, na crucial fase para tal na vida de uma pessoa, afetando positiva ou negativamente o seu caráter.

Felipa está na fase de descobrir-se como mulher, mas ainda cheia de dúvidas. Juntamente com os conflitos internos, a gradativa conscientização dos problemas dos pais e a descoberta de que nem eles são perfeitos como costumava pensar desde criança. Acho que não preciso contar mais sobre a história. Todo mundo (ou quase) já passou por isso.

As locações escolhidas para as filmagens (as praias e casas de Búzios) dão densidade à trama, pois são ambientes facilitadores do afloramento da sexualidade dos jovens e lugar de refúgio de casais em crise, mas que, dependendo do tipo de crise, pode ser um agravante à situação.

Laura Neiva, que foi descoberta pelo Orkut (!), sai-se muito bem em sua estreia como atriz e a dupla Vincent Cassel e Débora Bloch demonstram competência e uma curiosa química, já que os pais que interpretam estão em crise.

O filme é muito bem decupado e os planos usados quase não se repetem, fazendo com que assistir ao filme não seja algo cansativo. A fotografia de Ricardo Della Rosa nos entrega belos momentos, como o plano detalhe dos cabelos da adolescente, esvoaçando ao andar de lancha, como se fossem pequenas labaredas e o travelling paralelo que acompanha uma corrida noturna da menina pela praia, até o seu encontro com o mar. Lindas cenas!

Na primeira metade do filme quase não há trilha sonora, combinando com a dureza das descobertas da filha mais velha e com a frieza do casal, que tenta se equilibrar. Quando as coisas entram na fase conclusiva, entra uma trilha quase contínua, com um piano forte, mas delicado como o estado dos personagens.

À Deriva é um filme cheio de camadas, que vão sendo expostas sutilmente e com sensibilidade, sem a monotonia que muitos aclamaram em um outro filme desse tipo, O Pantâno, de Lucrécia Martel (ô filme chato!).

Dhalia demonstra maturidade e beira a visceralidade com esse drama que deveria orgulhar os brasileiros, mas que por uma péssima divulgação, nem teve/terá chance de chegar ao conhecimento do grande público. Tomara que a boa recepção em Cannes tenha gerado bons frutos e que o filme consiga passar em outros países, principalmente na Europa, onde eu acho que ele encontraria um bom nicho para fazer sucesso. Por enquanto, só tem estreia confirmada na França.

Uma vez uma pessoa que conhece o Dhalia me disse que ele é um sujeito bem arrogante, mas que sabia fazer bem os seus filmes. Se ele é antipático eu não posso dizer, mas que ele domina a técnica cinematográfica e sabe como usá-la a seu favor, isso ele sabe.

Trailer:

À Deriva

(idem, Brasil, 103 minutos, 2009)

Dir.: Heitor Dhalia

Com Débora Bloch, Vincent Cassel, Laura Neiva, Camila Belle e Cauã Reymond

Nota 9,1

Saiba se o filme está passando na sua cidade!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Depois da tempestade, vem a bonança!

Pois é, povo!

Depois de tantos problemas, tive hoje uma boa notícia: dois curtas dos quais faço parte da equipe foram selecionados para a 9ª Mostra Taguatinga de Cinema, que acontecerá na semana que vem, na cidade que dá nome à Mostra.

Os curtas são o 32 Mastigadas: 16 N e 16 S e Ainda Somos os Mesmos. No primeiro eu dirigi a produção e no segundo assinei a assistência de produção e a pesquisa de imagens em arquivos. Já falei sobre ambos aqui.

A Mostra ocorrerá durante toda a semana que vem e vale prêmio. Os dias, horários e locais de exibição devem ser divulgados no site da organização até o fim desta semana, já que eles tiveram problemas com o servidor e ainda não conseguiram colocar a programação na net.

Infelizmente não poderei comparecer, pois estarei viajando. Mas quem puder, prestigie! É um festival muito legal e com ótimos curtas de todos os cantos do país.

Ficarei na torcida!

Por que o blog parou

Pessoal, como já tinha dito rapidamente no post do Inimigos Públicos, tive que ficar uns dias sem postar porque meu notebook deu problema e mandei para uma loja de recuperação de dados.

Pois bem, acho que devo relatar o que me aconteceu de lá para cá. Dois aborrecimentos principais que preciso torná-los públicos.

Antes da história do notebook, uma outra dor de cabeça me dominou: eu já vinha com alguns problemas com o blog, na parte de moderação de comentários. Não sei se vocês já ouviram falar num tal de JS-Kit Comments. Eu também não conhecia. Essa praga assolou o meu blog, no sentido de ter literalmente tomado conta dos comentários. Invadiu a configuração de HTML do meu blog sem sequer pedir permissão, instalou-se e eu não conseguia me livrar disso. O tal JS-Kit dificultava os leitores do blog a comentar. Alguns nem conseguiam fazê-lo. De tanto mandar e-mail para eles, consegui com que se retirassem do blog. O problema é que com eles, levaram TODOS os comentários que vocês, leitores, haviam feito por aqui, até então. Disseram que em cerca de duas semanas devolveriam os comentários, mas o deadline está chegando e até agora necas. Espero que se resolva logo.

Voltando ao assunto "notebook", como fiquei sem ele, estava difícil postar. A atendente da loja assinou um termo que dizia que eles tinham um prazo de 3 dias úteis para me passarem o orçamento. Passaram-se 5 dias úteis e eles sequer me ligaram para dar uma satisfação. Resolvi ligar e depois de tanto insistir, me passaram o preço do serviço. Caso eu autorizasse, só me devolveriam o pc 3 absurdos dias depois. Eu então fiquei furioso e resolvi pedir o computador imediatamente de volta, pois não gostaria de ficar mais tempo sem ele e ainda perder quase 300 reais para isso, além de ter sido super mal atendido. Para minha surpresa maior, diante da solicitação de devolução, eles disseram que não poderiam remontar o meu notebook nem para o dia seguinte e sim, para os mesmos 3 dias depois, alegando que só remontariam meu computador depois de atenderem a todos os outros clientes, pois já que eu não aprovei o orçamento, não era mais considerado "cliente" e em tal condição não tinha direito nenhum de querer meu bem de volta logo.

Como assim? Onde ficam os meus direitos? Que absurdo é esse? Já revoltado, ameacei ir ao PROCON. O dono da loja, que era com quem eu argumentava, não gostou da ameaça e teve a coragem de mandar-me a lugares indizíveis aqui. Nossa, fiquei muito revoltado com aquilo. Infelizmente, como a conversa deu-se por telefone e o sujeito, depois de mandar-me à m..., ainda desligou na minha cara. Resultado: fiquei sem meu computador por 10 dias, no total. E o que é pior: sem inúmeros documentos importantes, fotos, filmes, músicas, catálogos, material de divulgação dos meus curtas, roteiros, projetos, tudo se foi. Quase tudo eu tinha salvo em outros lugares, mas levarei meses até reunir tudo outra vez ou refazer, em alguns casos. Paciência. Inês é morta, mas nunca mais ficarei sem fazer backup. Ah! O nome da loja, não posso deixar de divulgar, para que todos de Brasília nunca caiam na mesma armadilha que eu: chama-se "Help! Informática" e fica na asa norte. Guardem esse nome e passem longe de lá.

Eu precisava desabafar sobre isso, pois uma das poucas defesas que o consumidor tem é fazer o boca-a-boca negativo, já que os órgãos competentes dificilmente tomam alguma providência concreta.

Eu poderia contar sobre um outro caso absurdo que aconteceu comigo na rede Cinemark neste fim de semana, mas confesso que falar sobre esses assuntos faz-me reviver os casos e não quero mais dor de cabeça com isso.

O que importa é que poderei retomar as atividades do blog. Para minha grata surpresa, vi que a quantidade de visitas pouco caiu nesses dias em que estive fora. Obrigado a todos que comentaram por aqui nos últimos dias e responderei assim que puder, bem como voltarei a visitar os blogs dos amigos.

Um abraço;
Fred Burle.
 
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