Seguindo todos os preceitos das comédias indies sucesso de temporadas, como Juno, Pequena Miss Sunshine, Minhas Mães e Meu Pai e 500 Dias Com Ela, Submarine tem tudo para entrar para ser o próximo do time a arrebatar o público.
Adaptação do primeiro (e homônimo) livro de Joe Dunthorne, o filme conta, da forma que todo bom nerd gosta, a história de Oliver Tate (Craig Roberts, ótimo), um garoto de quinze anos, que vive num tempo e numa cidadezinha anônimos.
Em material distribuído à imprensa do 61º Festival de Berlim, é Oliver quem define a sua própria história: “Há muito tempo que espero pelo filme da minha vida. Meu nome é Oliver Tate. Este filme irá capturar minhas idiossincrasias particulares, como por exemplo, a maneira como conquistei minha colega de classe, Jordana Bevan, somente usando o poder da minha mente. Além disso, desde que o casamento dos meus pais tem sido ameaçado por um homem que leciona cursos de 'bem-estar físico e mental', o filme provavelmente irá mostrar alguns trechos em que eu o derroto. Haverá filmagens com helicóptero e cenas em câmera lenta, mas também haverá momentos transcedentais, como quando eu curo a depressão dos meus pais. Conhecendo-me como eu conheço, ficarei surpreso se o filme se concluir em menos de três horas. Alguns adjetivos que a imprensa usou para definir o filme são 'irresistível', 'de tirar o fôlego', assim como a frase 'uma façanha monumental'”.
Obviamente, a subjetividade da fala mostra o que Oliver gostaria que acontecesse, mas nem tudo será como o planejado. Mas uma coisa ele previu bem: o trecho das críticas. No site Rotten Tomatoes, por exemplo, 26 críticos já publicaram suas opiniões e todos deram avaliações positivas.
De diálogos afiados e história bem contada, Submarine sobressai-se por não menosprezar em momento algum os sentimentos do jovem que acha que a vida vai acabar, quando enfrenta os seus primeiros problemas de relacionamento – familiares e amorosos. Por mais que seja uma fase imatura e exageradamente dramática (e isso também fica claro no filme), as reações são muito sinceras e realmente difíceis de lidar.
Assim como Craig Roberts entrega um Oliver sincero, o restante do elenco cumpre seu papel com a mesma credibilidade. Sally Hawkins dá um show na pele da mãe, Paddy Considine está hilário como o canastrão que conquista a mãe do garoto e Yasmin Paige é a doçura em pessoa, como a namoradinha.
O diretor e roteirista Richard Ayoade já acumulava experiência dirigindo vídeoclipes e séries para a tevê e faz aqui a sua estreia no cinema. Dos tempos de videoclipe, virou amigo do Alex Turner (do Arctic Monkeys) e o pediu para compor as músicas originais. Surpreendentemente, Alex interpreta todas as canções em tom de baladas intimistas deliciosas e que só aumentam a simpatia do público.
A amistosidade que parece dominar a equipe passa para a tela e o que vemos é uma obra extremamente suave, divertida e cativante. Com sorte, não se limitará a festivais e cinemas alternativos e chegará ao grande público também.
Trailer (sem legendas):
(idem, Inglaterra/EUA, 97 minutos, 2011)
Dir.: Richard Ayoade
Com Craig Roberts, Sally Hawkins, Noah Taylor, Paddy Considine, Yasmin Paige
Nota 8,5