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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Crítica: Ponyo - Uma Amizade Que Veio do Mar


Hayao Miyazaki é o grande mestre da animação japonesa. Seus filmes são cultuados pela crítica e fazem sucesso com o público do mundo inteiro. Mas vai entender o que se passa na cabeça dos distribuidores dos seus filmes no Brasil...

Dos seus filmes mais recentes, A Viagem de Chihiro só entrou em cartaz depois de ser indicado a algumas dezenas de prêmios mundo afora; O Castelo Animado demorou ainda mais e limitou-se ao circuito alternativo; e Ponyo – Uma Amizade Que Veio do Mar, aplaudido em Cannes 2008, só agora chega aos cinemas nacionais, com dois anos de atraso. E reparem: todos eles fizeram no mínimo US$ 200 milhões nas bilheterias e foram aguardados com ansiedade pelo público brasileiro, que sempre os recebe muito bem.

Ponyo é uma peixinha-dourada, encontrada por Sosuke na beira-mar, que corta o dedo, mas é curado por uma lambida da Ponyo. Os DNAs se misturam e Ponyo passa a ter a capacidade de tornar-se menina. O problema é que ela é filha de um carrasco dos mares e possui poderes que podem desequilibrar as relações entre os humanos e os seres do mar. Mesmo assim, a amizade que florece entre Ponyo e Sosuke é tão forte que eles farão de tudo para ficar juntos.

Esperto e apaixonado por crianças, Miyazaki entrega seu filme mais infantil e tão inteligente quanto os outros, conseguindo universalidade sendo regional. Ele utiliza a cultura japonesa com sabedoria , bom gosto e toda a criatividade que lhe é característica.

O surrealismo é presente, para criar um mundo de criança, ou seja, um mundo onde tudo é permitido, da maneira mais ingênua possível.

A técnica de animação aproxima-se mais da simplicidade de O Reino dos Gatos do que do rebusco de A Viagem de Chihiro, mas nem por isso deixa de ser encantadora, assim como seus personagens centrais, dóceis e dublados com imensa dose de fofura.

Ponyo – Uma Amizade Que Veio do Mar não possui a genialidade que o diretor vinha demonstrando em seus últimos filmes, mas tem conteúdo, é divertido e altamente recomendado para todos os públicos.

Tomara que seja bem recebido pelos brasileiros e que, numa próxima, possamos nos deleitar com uma obra do Myiazaki na mesma época que o resto do mundo.

Trailer:

(Gake no ue no Ponyo, Japão, 101 minutos, 2008)
Dir.: Hayao Miyazaki
Nota 8,0

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Crítica: SALT


Eu adoro ver o sexo feminino dando porrada, como nos recentes Kick Ass e À Prova de Morte. Sendo Angelina Jolie a nova (velha) carrasca em destaque, as chances para mais um filme empolgante pareciam boas. Mas tê-la num filme de ação não é sinônimo de qualidade, como pode ter pensado o diretor Phillip Noyce ao escalar a boca mais sexy do mundo para seu filme.

Jolie interpreta Evelyn Salt, uma mulher misteriosa, que será o mote de todo o filme: caberá ao espectador descobrir se ela é ou não uma espiã russa infiltrada na CIA. E só o espectador poderá chegar a alguma conclusão sobre esta questão (sério).

Angelina Jolie é muito boa para fazer filmes de ação, mas definitivamente não tem feeling para escolher bons roteiros do gênero – vide, além deste, os dois Tomb Raider e Procurado. Fazendo-lhe companhia no time dos “sem faro” está Liev Schreiber (X-Men Origens: Wolverine), que eu ainda acho que devia parar de atuar e seguir carreira na direção de bons filmes, como o fez com seu filho único Uma Vida Iluminada.

O puro clichê em forma de filme, Salt coloca (pela enésima vez em Hollywood) os russos como o-povo-mal-que-quer-destruir-o-mundo, os alemães para os ajudarem na missão e os norteamericanos para salvarem a humanidade. Acreditem, não acaba por aí: apesar de toda a frieza nos corações dos skavurskas, o amor pode ser a salvação (ou o ponto fraco). Incrível, não?! E o filme trás ainda os novos vilões do planeta (adivinhem?): os nortecoreanos, oras.

Enumeremos: o roteiro é uma tentativa fracassada (e esburacada) de reinventar Jason Bourne em formato vaginal; o som perdeu a medida do início ao fim, regulando vozes graves demais até em cenas de rua (que não possuiam sequer interferências naturais) e uma dublagem original péssima; os efeitos visuais e os (d)efeitos especiais são patéticos e atingem seu auge na (des)antológica sequência dos incríveis choquinhos mágicos com poderes de colocar defunto para dirigir carros; e a fotografia oscila entre planos muito bons e planos muito ruins.

Em meio e muito barulho e corre-corre, as informações vão ficando pelo caminho e dificilmente voltando à tona para serem explicadas ou amarradas. Um monte de pistas soltas que só servem para confundir.

E depois de Liev Schreiber revelar que é o Tarkovsky e Angelina ficar possuída como Regan (a garotinha d'O Exorcista), somos surpreendidos com a notícia de que o fim não está próximo. Haverá ainda uma sequência.

Salt testou ao máximo a minha boa vontade e confesso que me esforcei para tê-la, mas o filme, para mim, não passou de uma grande piada. 

Trailer:

(idem, EUA, 100 minutos, 2010)
Dir.: Phillip Noyce
Com Angelina Jolie, Liev Schreiber
Nota 2,5

quarta-feira, 28 de julho de 2010

15º FBCU - Festival Brasileiro de Cinema Universitário


Quem estiver no Rio de Janeiro entre 28 de julho e 08 de agosto ou em São Paulo de 10 a 15 de agosto poderá conferir o 15º FBCU, o Festival Brasileiro de Cinema Universitário, que já acumula, desde 1995, mais de 75 mil espectadores.

Procedimento Hassali ao Alcance do Seu Bolso
E tem curta produzido por mim passando na Mostra Informativa Laços de Família! É o Procedimento Hassali ao Alcance do Seu Bolso, que antes já havia sido exibido no MIAU (Goiânia) e no PUTZ (Curitiba). Hassali será exibido no dia 03 de agosto, às 14:30, no Centro Cultural dos Correios, no Rio. Os horários de São Paulo ainda não foram divulgados.

O FBCU é uma realização da Associação Cultural Festival Brasileiro de Cinema Universitário com os patrocínios da Oi, Petrobras, Correios, Caixa, Secretaria de Estado de Cultura – RJ e Fundo Nacional de Cultura e co-patrocínio da Prefeitura de São Paulo.

Além das mostras competitivas nacional e internacional, articuladas em torno do trabalho ainda em processo de estudantes universitários, o FBCU apresenta também a Mostra Informativa de Curtas, a Mostra Homenagem, este ano dedicada a Vladimir Carvalho, Sessões Especiais, Oficinas, Seminário, Debates, Encontros, o Projeto Sal Grosso. E a Mostra 15 anos do Dogma 95.

Mais informações no site www.fbcu.com.br

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Curta: Senhora Liberdade


Assisti hoje o 400Contra1, longa nacional que será lançado no dia 06 de agosto próximo, cuja crítica postarei numa data mais próxima da estreia.

Pesquisando sobre o filme, encontrei este curta, também dirigido pelo Caco Souza, que resolveu fazê-lo após alguns anos de convivência com o personagem central da história do 400Contra1.

Senhora Liberdade trás um depoimento impressionante de William da Silva Lima, um dos idealizadores do chamado Comando Vermelho, organização que originalmente surgiu para lutar contra a ditadura e o sistema carcerário na década de 1970 e que na década de 90 firmou-se como uma das maiores facções criminosas do Rio de Janeiro, tendo como membros o traficante Fernandinho Beria-Mar e Elias Maluco, entre outros. William ficou preso por 37 anos, inclusive assim o estando na época da gravação deste curta. Hoje, ele encontra-se foragido e, segundo disse o diretor, acha que não precisa mais ficar preso, já que o tempo máximo de prisão no Brasil é de 30 anos.

O curta é uma produção pequena, mas que deve ter sido no mínimo tensa de se filmar, já que o local da entrevista (o Ari Franco, no Rio de Janeiro) é dominado por três facções diferentes e quem faz essas gravações – eu já fiz algo parecido – sabe que não é muito confortável “passear” com equipamentos de filmagens em regiões que possuem “pontos de conflito”.

Eis o curta, dividido em duas partes, que o próprio diretor postou no Youtube:

Parte 1

Parte 2


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Crítica: O Bem Amado


Para aqueles que acompanharam a novela de Dias Gomes, imagino que a espera pela adaptação cinematográfica de O Bem Amado deva estar sendo vista com desconfiança, afinal, refilmar uma obra tão boa e com personagens ainda tão presentes no imaginário popular é tarefa das mais ingratas.

Ao mesmo tempo, Guel Arraes – diretor do filme – já saiu com a vantagem de ter em mãos uma história que, boa ou não, tem potencial de sobra para atrair o público, ainda mais numa época muito pertinente para se pensar e discutir política no Brasil.

Aliás, finalmente o oportunismo foi usado de forma saudável e sem intenções (claras) de influenciar o voto dos eleitores em ano de eleição e de forma melodramática e apelativa como certa produção lamentável o fez em janeiro deste ano.

O Bem Amado tem como personagem principal o antológico Odorico Paraguaçu, prefeito do município de Sucupira, na década de 1960, quando então o Brasil passava por mais uma de suas crises políticas, durante o governo de Jânio Quadros.

Numa cidade onde nada importante acontece, a principal meta do prefeito passa a ser a inauguração de um cemitério, cujas obras suspeita-se que sejam superfaturadas. O problema é que há muito tempo ninguém morre por lá e Odorico precisa cada vez mais de um “voluntário” para a inauguração, à medida que uma revolta popular – liderada pelo seu principal opositor, o dono do único jornal da cidade – está prestes a eclodir.

Com a ajuda do secretário palerma Dirceu Borboleta e das três irmãs Cajazeiras, com as quais mantém relações bem próximas, Odorico usará de todos os artifícios disponíveis – inclusive contratando o foragido Zeca Diabo, responsável pela morte do prefeito anterior de Sucupira – para acabar com o “recesso necrofílico” e abafar com as suspeitas de desvio de verba pública.

Em meio a tudo isso, há ainda espaço, ainda que pequeno e desnecessário, entre a filha do prefeito e o jornalista comunista Neco. É ele o narrador da história e tentará, inclusive, provar por a+b, de maneira divertida e em formato de mockumentary (falso documentário) o porquê o prefeito de Sucupira teve influência decisiva para o fracasso do governo de Jânio Quadros (!).

Imprimindo seu estilo cordelístico, humor peculiar e diálogos cheios de joguetes e raciocínios (i)lógicos, Guel Arraes trás para O Bem Amado o mesmo ritmo de O Auto da Compadecida e principalmente Lisbela e o Prisioneiro: lá estão a mocinha filha do mandante da cidade que terá um romance com o mocinho rebelde; o secretário capachão; a amante vingativa; além da mesma trilha brega-pop-nordestina-repaginada de Lisbela, com direito a Mallu Magalhães cantando música de Vanessa da Mata (!!) e repeteco de Caetano Veloso e Zé Ramalho.

Assim como Woody Allen faz no mundo e Amácio Mazzaroppi fez no Brasil, Guel vem construindo sua carreira com estilo repetitivo, mas muito próprio, que tem dado certo e ao que parece, ainda dará por muito tempo. Se é assim e se seus filmes continuam divertindo o público com qualidade, que mal há nisso?

O Bem Amado chega recheado de clichês e previsibilidades, mas não há nada mais coerente que isso, ainda mais quando se trata de uma adaptação de novela e cujo assunto é a estereotipada e banal política brasileira. Desta forma, até as interpretações exageradas soam pertinentes.

Marco Nanini acrescenta (ou não, já que ele já vinha interpretando o mesmo personagem no teatro) à sua invejável carreira mais uma interpretação memorável, conseguindo trazer para si um personagem que parecia impossível de ser interpretado por outra pessoa que não fosse Paulo Gracindo (o Odorico da novela). Seu discurso mole, incompreensível e abarrotado de neologismos antológicos é responsável por arrancar gargalhadas do público.

Ao seu lado e com igual talento e graça, estão Andrea Beltrão, Zezé Polessa e Drica Moraes como as espevitadas irmãs Cajazeiras. Só é uma pena que Matheus Nachtergaele não tenha conseguido fazer um Dirceu Borboleta à altura daquele que fez Emiliano Queiroz.

Por fim, esta nova velha roupagem para O Bem Amado cumpre o seu propósito e dá o seu recado. O brasileiro, se tudo correr como o previsto, lotará os cinemas para rir (muito) da própria desgraça. Sucupira ainda é o retrato do Brasil, infelizmente. Lá não há santos: nem o coveiro, nem os jovens revolucionários, nem os políticos e muito menos a imprensa. É cada um por si... e salve-se quem puder.

Trailer:

(idem, Brasil, 105 minutos, 2010)
Dir.: Guel Arraes
Com Marco Nanini, Andrea Beltrão, Matheus Nachtergaele, Zezé Polessa, Drica Moraes, José Wilker, Caio Blat, Maria Flor
Nota 8,0

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Crítica: Predadores


Era só o que faltava. Avatares do Predador ocuparam a ilha de LOST, onde um grupo de humanos cairam de paraquedas (literalmente) e agora terão que resolver o “mistério do Cubo” para sairem de lá.

Com este roteiro “superoriginal”, o diretor Nimród Antal (Temos Vagas) fez um filme cheio de barulhos e mistérios manjados, com objetivos claros de atingir o público que procura diversão escapista nos cinemas. A produção é de ninguém menos que Robert Rodriguez (Sin City), um fanático pelas histórias d'O Predador.

Para facilitar o suspense e a desconfiança mútua nos confinados da floresta, um elenco de cores, raças e nacionalidades das mais distintas e exóticas foi escalado. Dentre eles, a brasileira Alice Braga (esforçada, num papel de bastante destaque), o russo Oleg Taktarov, o japonês Louis Osawa Changchien e o americano Danny Trejo (conhecido do publico trash-cult como Machete, do falso trailer que antecedia os filmes de Grindhouse, que ganhará filmessolo).

No comando da trupe, Adrien Brody (O Pianista; King Kong), que eu ainda não entendo o porquê de ele teimar em impostar o grave da sua voz – a famosa “voz de arroto” - e fazer pose de galã nos seus filmes.

Sob o pretexto de que fazem parte de um experimento comportamental e munidos de toneladas de frases de efeito, o grupo precisará unir as informações sobre a vida e a personalidade de cada um para desvendar o mistério e encontrar uma saída da sufocante ilha, para não cair “nos braços de Morpheus” (quem assistir, entenderá o que quero dizer com isso).

Predadores é um terror sci-fi que nos apresenta um mundo estranho nada estranho; onde ninguém se conhece e todos sabem de todos; onde as mortes não são surpresa e onde as informações chegam do além para resolver os problemas.

Eu entendo a proposta e acho válida, mas não posso classificá-lo como nada além de terror vazio. Nem os realizadores parecem tê-lo levado a sério, chegando ao cúmulo de encerrá-lo ao som de um incoerente twist.

No fim das contas, eis que esta pode ser a grande piada do ano.

 

(Predators, EUA, 107 minutos, 2007)
Dir.: Nimród Antal
Com Adrien Brody, Alice Braga, Laurence Fishburne, Topher Grace, Danny Trejo
Nota 4,0


Promoção "O Bem Amado"


Chega aos cinemas brazucas nesta sexta-feira (23/07), a adaptação de uma das novelas de maior sucesso da história, O Bem Amado, obra original de Dias Gomes.

O blog Fred Burle no Cinema sorteará dez (10) pares de ingressos, válidos para todo o Brasil*. Além disso, se algum sorteado(a) for de Brasília, o mesmo ganhará também uma camiseta do filme.

Para concorrer, basta responder à pergunta: “Quem foi o autor da obra original O Bem Amado?”

A resposta deve ser deixada num comentário deste post e é imprescindível que você deixe também o seu nome completo, e-mail e endereço completo, para que eu envie os ingressos o mais rápido possível. Os comentários ficam todos ocultos, visíveis apenas pelo administrador do blog, ou seja, não há problemas em deixá-los aqui. Assim que o sorteio for realizado, serão todos sumariamente excluídos.

A promoção é válida até o fim do domingo (25/07) e o resultado será divulgado no dia seguinte.

Boa sorte a todos!

Promoção encerrada

 Sorteados:
1- Paulo Roberto Morais de Sousa - Riacho Fundo II/DF (ganhou também uma camiseta)
2- Gustavo de Almeida Batista - Candangolândia/DF (ganhou também uma camiseta)
3- Jefferson Ribeiro Peixoto - Nilópolis/RJ
4- Elza Dantas da Silva - Santo André/SP
5- Adelson Matos - Salvador/BA
6- Aline Santana Silva - Vitória da Conquista/BA
7- Gloria Luiza Coutinho - Caxias do Sul/RS
8- Rahil Sombra Hachem Moreira - Fortaleza/CE
9- Gabrielle de Abreu Araújo - Taboão da Serra/SP
10-Gustavo Soares Pestana - Recife/PE  

* convite válido para sessões de segunda a quinta-feira, exceto feriados, em qualquer cinema onde filme o filme esteja sendo exibido, exceto as salas do Grupo Araújo, Grupo Estação, Cinemark Iguatemi São Paulo, salas Prime do Cinemark Cidade Jardim e salas Platinum do Kinoplex Vila Olimpia.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Ninguém Quer Brincar Comigo


Que coisa mais simpática este curta do mestre Werner Herzog. Ele o filmou em 1976, com a ajuda dos alunos de um curso de cinema e com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia alemão, num trabalho realizado com várias crianças.

As crianças são ótimas e Herzog consegue extrair delas uma inocência depressiva, com impressionante talento em contar uma história e passar um conceito em apenas 13 minutos.

Ninguém Quer Brincar Comigo é sobre uma criança isolada do resto da turma, que encontra numa garotinha o verdadeiro sentido da amizade.

Reparem na maneira direta que Herzog constroi o drama, sem fazer rodeios e emocionando com a mesma intensidade que seus melhores dramas. Além disso, é muito legal ver as referências infantis da época, como Laurel e Hardy (o Gordo e o Magro).

Um brinde e tanto para meus queridos visitantes. Vocês merecem!



(Mit mir will Niemand spielen, Alemanha, 13 minutos, 1974)
Dir. Werner Herzog

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Crítica: À Prova de Morte


Antes tarde do que nunca, meus amigos! Podem comemorar que finalmente (e desta vez é para valer) chega aos cinemas brasileiros a obra mais descompromissada de Quentin Tarantino, parte integrante do projeto Grindhouse, no qual o diretor uniu-se a Robert Rodriguez (Sin City) para formar um combo de filmes propositadamente tosco e ousado.

Planeta Terror, a outra parte, estreou no Brasil há quase dois anos, não foi muito bem de bilheteria, mas acabou virando um pequeno cult-trash. 

Lançadas separadamente e em versões ampliadas no Brasil, as obras me pareceram melhores como combo - mesmo porque os longas dialogam entre si, com personagens  que aparecem nas duas histórias e com seus diretores fazendo uma ponta, assim como o amigo e também diretor Eli Roth -, especialmente no caso do filme do Tarantino, que já é bom com 110 minutos, mas seria ainda mais dinâmico com a redução do tempo de algumas sequências, especialmente as sequências de longas e fúteis conversas de bar.

À Prova de Morte (Death Proof) é o nome do imponente e assustador carro do dublê Mike (Kurt Russell), pensado para cenas de acidentes, mas que Mike usa para outras finalidades. De passagem pelo Texas, ele tem sua atenção voltada para algumas garotas do local.

Utilizando de equipamentos bem menos tecnológicos e pouca luz artificial, Tarantino assume uma estética trash oitentista e imagens muitas vezes embaçadas ou propositadamente cheias de falhas, inclusive falhas de montagem, cortes bruscos que antecipam-se ao término da cena - chegando inclusive a cortar clímaxes, como a ótima dança sensual de Rose McGowan - erros grotescos de continuidade e oscilações de colorização.

Mas incrivelmente boa parte da graça do filme vem dessas “falhas” e é possível perceber o quanto a equipe deve ter se divertido e feito um trabalho sem compromissos de entregar algo perfeito imageticamente. Na verdade, este é o filme que Tarantino pode se mostrar um tremendo tirador de sarro, mais do que costumeiramente o faz em outros longas.

A história inicia-se morna, mas fica cada vez mais interessante, quando surge em cena Kurt Russell e quando entra nos últimos trinta minutos, eletrizantes e deliciosamente feministas, pela presença das vingativas Kim (Tracie Thoms), Abby (Rosario Dawson) e Zoe (Zoe Bell), esta última a melhor do filme – e olha que originalmente ela nem atua, pois é quase sempre dublê.

À Prova de Morte é um filme para poucos. É feito para aqueles que curtem um cinema descompromissado e que consigam entender a proposta do diretor, sem reclamar das falhas ou achar que foi realmente mal feito.

No fim, a empolgação pode ser tanta que ficará difícil se conter ao som de Chick Habit, interpretada por April March.

Doido demais!

Trailer:

(Death Proof, 114 minutos, EUA, 2007)
Dir.: Quentin Tarantino
Com Kurt Russell, Rose McGowan, Rosario Dawson, Zoe Bell
Nota 9,0

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Crítica: Encontro Explosivo


Knight & Day; April & June; Sol & Lua. Fazendo brincadeira com elementos e/ou nomes complementares, o novo longa de James Mangold (Garota Interrompida; Johnny & June) inicia-se com cara de que não passaria de mais um filme de piadas ridículas e apelos para fáceis clichês. Com um casal de medalhões hollywoodianos como protagonistas, então estaria evocado o espírito de Sr e Sra Smith na tentativa de se produzir mais um sucesso e mais um casal caliente para as telonas. Nada disso aconteceu.

À exceção do apelo para os clichês, o restante consegue ter uma marca de personalidade e piadas advindas das situações esdrúchulas em que se metem os protagonistas. Ao contrário do apelo sensual de Pitt e Jolie, Cruise e Diaz formam um casal divertido, mas sem muito tempero carnal.

Assim como a brincadeira do título original (Knight & Day), um faz contraponto ao outro, na medida certa para agradar aos que procuram um bom passatempo. Ela é, digamos, ensolarada e ele misterioso, nebuloso. Enquanto Cruise se esforça para fazer um tipo ainda galã (e é bom registrar que ele consegue melhorar a performance e o físico em relação aos seus filmes recentes), Diaz usa suas melhores armas – charme e espontaneidade – para encarnar uma mulher extremamente carismática e sapeca, uma hilária desengonçada e desprotegida mocinha, bem diferente da pantera lutadora de outrora. Uma perfeita palhaça.

Ele é Roy Miller, um ex-agente da CIA envolto a mistérios que não me cabem lhes contar; ela é uma mulher solitária, que nunca teve sorte nos seus relaciomentos. Eles se esbarram no aeroporto e desenvolvem uma paquera durante um voo em que coisas estranhas acontecerão, numa boa sequência de dosagem equilibrada entre ação e comédia, que só perde espaço para as posteriores caras e bocas (e ângulos contratuais) de Mr Cruise.

A partir dali, os dois serão cúmplices numa corrida alucinada para salvar um objeto considerado fonte de infinita energia, ou seja, a salvação da humanidade.

É incrível como estes blockbusters encomendados têm a capacidade de serem tão descuidados com o roteiro em prol de barulho e ação. Somente depois de cerca de uma hora de corre-corre vazio é que a trama enfim toma contornos mais interessantes que, aliados a uma mistura de efeitos à James Bond antigos com efeitos ultratecnológicos e uma convidativa trilha sonora dominada pelo tango eletrônico do Gotan Project, Encontro Explosivo nunca alcança um nível de encher os olhos, mas escapa com tranquilidade de explodir como bomba do ano.

Trailer:

(Knight & Day, EUA, 109 minutos, 2010)
Dir.: James Mangold
Com Tom Cruise, Cameron Diaz, Paul Dano
Nota 7,0


domingo, 11 de julho de 2010

Em dvd: Mistérios da Carne


Indigesto; impactante: adjetivos que podem descrever Mistérios da Carne, filme do Gregg Araki, um aficionado por discussões sobre sexualidade, cuja obra gira, em sua maioria, em torno deste tema. Se em outras obras ele não conseguiu atingir um bom nível de densidade, nesta ele o fez com maestria.

Neste longa, Gregg “joga lama no ventilador” e retrata, sem o menor pudor ou hipocrisia, a pedofilia, a homossexualidade e o mundo das drogas, prostituição e perversão sexual.

No centro da dicussão, temos Neil (Joseph Gordon-Levitt, com interpretação bem diferente de 500 Dias Com Ela, mas igualmente boa) e Brian (Brady Corbet), dois jovens que cresceram à sombra de acontecimentos da infância. Neil viveu um romance, aos oito anos de idade, com o seu professor de beisebol. Brian sofreu um trauma, que o impede de lembrar exatamente o que aconteceu quando, num certo dia, ele acordou no meio de um descampado, com o nariz sangrando. Ele acredita ter sido abduzido por alienígenas, mas precisa ter certeza dos fatos para “curar” seus problemas psicológicos.

Ambos são o retrato de uma sociedade que pouco olha para suas crianças. Seus pais, cada qual a seu modo, sempre priorizaram os próprios interesses e pouco repararam no que poderia acontecer com os filhos. O resultado: dois jovens perdidos no mundo, ansiosos por um encontrar seu lugar no mundo. No caso de Neil, a situação é ainda pior, porque ele cresce com fetiches advindos da infância e vê na prostituição e na rebeldia um meio de alimentá-los. Brian opta por fechar-se para as interrelações. Torna-se um garoto acuado e por muito tempo, incapaz de se impor e tomar suas próprias decisões.

O diretor usa de muitos closes para mostrar a fragilidade dos personagens, denotada pelas suas feições assustadas ou expressões de prazer, além de cenas polêmicas com crianças, o que desafia o estômago e a moral do espectador. Apesar de estar claro que houve um trabalho de montagem para evitar que os atores mirins filmassem por completo determinadas cenas, a sensação é a de que elas participaram o tempo todo, algo que pode incomodar e/ou enojar muita gente.

Em meio a tudo isso e ao visual oitentista bem reconstituído, existe espaço para a amizade e a afetividade, mesmo que sejam sentimentos cujos conceitos são deturpados pelos personagens.

Fora isso, o elenco demonstra talento, especialmente os dois protagonistas e o amigo de Neil, Eric (Jeffrey Licon), um maluco-beleza cujo visual assusta os mais conservadores.

Mistérios da Carne é um caldeirão de afrontas à hipocrisia. Uma obra onde coragem pouca é bobagem.

Trailer:

(Mysterious Skin, EUA/Holanda, 105 minutos, 2004)
Dir.: Gregg Araki
Com Joseph Gordon-Levitt, Brady Corbet, Jeffrey Licon, Elisabeth Shue, Bill Sage, Mary Lynn Rajskub
Nota 9,0

sábado, 10 de julho de 2010

Betty Boop no País das Maravilhas


Pegando o gancho do post sobre o Alice de 1903...


Já na década de 30, as paródias de Alice no País das Maravilhas começaram a surgir. Encontrei a primeira delas: Betty in Blunderland, no qual a charmosa Betty Boop, já sonolenta na tentativa de montar um quebracabeças, vê o Coelho Branco, que a leva para Blunderland.

Menos importante historicamente do que a versão de 1903 que eu havia postado aqui no blog, mas bem mais divertido.

Confesso que não tive tempo – nem paciência – para inserir legendas neste curta, mas dá para entendê-lo, mesmo sem saber inglês.


(idem, EUA, 7 minutos, 1934)
Dir.: Dave Fleischer

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Crítica: Almas à Venda (Cold Souls)


A megalomania e a esquizofrenia que assolam Hollywood acabam de fazer mais uma vítima: Paul Giamatti. Sujeito de bons filmes no currículo, ele topou viver ele mesmo, neste filme em que mais vale a insanidade do que um bom roteiro.

Paul está em crise consigo mesmo e não consegue mais separar seu próximo personagem teatral de si mesmo. Numa tentativa desesperada de livrar-se dos problemas, resolve extrair sua alma e guardá-la num depósito de almas.

Depois de nada de interessante acontecer, começa então um tal de emprestar alma para cá, alugar alma para lá, um dar, vender e trocar sem pé, cabeça e muito menos fim. Um claro investimento em bizarrice e surrealismo, que não chega aos pés da genialidade de Quero Ser John Malkovich.

A confusão não se limita à história e aos quesitos técnicos. Ela se estende ao espectador – pelo menos a mim –, que por muitas vezes não saberá se a atuação é séria, quando o ator é o ator ou quando ele é o personagem. Por outro lado, isso pode ser considerado um mérito do Paul Giamatti, que mesmo não sendo genial, entrega uma ótima interpretação.

A metalinguagem vem por meio de referências a outros artistas e pela exibição de algumas cenas de outros filmes de Giamatti. À parte alguns poucos momentos engraçados, o resto é filosofia barata sobre almas, citações a Tchékov, muitos surtos, furos de roteiro e argumento mal desenvolvido.

Depois de determinado momento, a problemática em torno da peça que o ator ensaiava é esquecida e nunca mais toca-se no assunto. Fora os personagens, que vão sendo deixados pelo caminho, sem que haja algo que os amarre ou cenas que lhes dêem alguma resolução.

Completamente insano e perdido, Almas à Venda almeja ser fundo como um panelaço, mas não tem mais que a profundidade de um pires.

Depois, Giamatti (o personagem) ainda se arrisca a perguntar à sua esposa: “e se eu fosse um outro eu, no mesmo corpo, ainda assim você me amaria?”. Como ele, depois que “emprestou” a alma de outro, continuou agindo da mesma forma neurótica de antes, ela, obviamente, não entende nada. Nem eu.

Trailer:

(Cold Souls, EUA/França, 101 minutos, 2009)
Dir.: Sophie Bartes
Com Paul Giamatti, Emily Watson
Nota 4,0

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Crítica: Shrek Para Sempre


Sem Andrew Adamson, Shrek nunca mais foi – e nem será – o mesmo. O diretor soube bem dosar o humor ácido e as referências das duas primeiras partes, mas a terceira parte, sob a direção do então estreante no cargo Chris Miller, já não tinha mais o mesmo encanto das outras.

Em Shrek Para Sempre, Mike Mitchell (diretor de Sobrevivendo ao Natal e Gigolô Por Acidente) tenta resgatar a reputação da franquia, que supostamente chega ao fim, e também dar continuidade à arrecadação gigantesca nas bilheterias. Não conseguiu nem uma coisa, nem outra.

Nos EUA, onde o filme já se encaminha para sair de cartaz, a arrecadação não chegou nem ao patamar do primeiro e nem na metade do que fez Shrek 2. No restante do mundo (o filme já estreou em cerca de 20 países), a arrecadação tem tido o mesmo resultado frustrante que nos EUA. Além disso, a crítica também tem sido pouco favorável ao longa.

Em Shrek Para Sempre, o famoso ogro e sua amada Fiona mantém uma vida pacata no pântano, cuidando dos filhos e servindo de atração turística para os humanos, que não mais têm medo daquelas criaturas. Entediado com a situação e clamando por poder voltar a ser o temido e livre ogro que era antes, Shrek cai na lábia do mágico Rumpelstiltskin, que oferece a ele um contrato, no qual Shrek poderá ter um dia como no passado, em troca de dar um dia de sua infância para o mágico.

Shrek, então, é enviado para um mundo totalmente modificado, onde tudo é permitido e o surrealismo impera. Mas ele percebe que algo deu errado no contrato e precisará correr contra o tempo para desfazer o erro.

Como disse o Burro, numa das suas melhores sacadas: “Shrek tornou-se o próprio paradoxo metafísico!”. Pena que não é só o ogro que fica perdido na trama, sem saber como resolver o problema que ele mesmo criou. O roteiro se perde em meios à diversidade de opções de caminhos criados e apela para realidades paralelas e “efeitos-borboleta”, algo que poderia ser complicado e inteligente, mas é resolvido de maneira simplista e piegas.

As piadas só começam a funcionar lá pelas tantas, quando finalmente surge o Gato de Botas, em sua “versão alternativa”. Ele salva a graça e consegue arrancar algumas risadas das crianças que, até então (pelo menos na minha sessão), não haviam sequer se manifestado. Também pudera: com clima mais puxado para o drama, traduções péssimas e desnecessárias de algumas músicas (na versão dublada em português), um vilão sem graça e de nome dificílimo para as crianças brasileiras (repitam comigo: Rum-pel-stilt-skin), ação ineficiente e clima excessivamente sombrio, as reações não poderiam ser outras.

Shrek Para Sempre consegue ser um pouco melhor do que Shrek Terceiro, mas se esta for mesmo a sua despedida das telonas – e oxalá seja –, a chave utilizada para ir embora foi de latão e da porta dos fundos.

Trailer:

(Shrek Forever After, EUA, 93 minutos, 2010)
Dir.: Mike Mitchell
Nota 3,5

terça-feira, 6 de julho de 2010

O primeiro "Alice"


Muito, mas muito antes de Tim Burton causar todo um alvoroço no público com sua versão para Alice no País das Maravilhas, diversas outras versões já haviam sido feitas. Algumas bem conhecidas, como o desenho Disney de 1951.

Mas já faz mais de cem anos a primeira vez que a menina Alice foi retratada no cinema. Trata-se de um curta metragem de 1903, dirigido Cecil M Hepworth e Percy Stow. Em pouco mais de nove minutos, eles conseguiram resumir toda a história e, mesmo sem som e quase nenhum recurso tecnológico, conseguiram fazer uma obra bem interessante, especialmente para quem gosta de saber um pouco mais sobre a história do cinema.

Reparem que não há nenhuma movimentação de câmera, já que tal equipamento pesava centenas de quilos na época. Tudo era como um teatro filmado, sem closes ou planos próximos. E os personagens eram criados a partir de fantasias ou simplesmente eram os próprios bichanos da história, como o gato.

Vale a pena assistir. Esta versão foi restaurada no início de 2010 e disponibilizada no Youtube, pela BFI. Acrescentei as legendas, exclusivas para o post aqui do blog. Aproveitem!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Crítica: A Riviera Não é Aqui


Desde a época do lançamento deste filme na França, eu me perguntava o que seria o “ch'tis” do título original (Bienvenue Chez les Ch'tis), mas nunca encontrei tradução para isso. Pois bem, depois de muito tempo, descobri que a palavra é uma abreviação para Ch'timis, termo usado por lá, para designar a população que vive no norte mais norte da França, cuja reputação é ruim, o clima ainda pior e o sotaque é bem, digamos, diferenciado do resto do país – quase um novo idioma, cheio de chiados e gírias locais, ininteligível para os franceses sulistas.

Bergues, a malquista cidade do filme, é como Bruges, cidade belga que serviu de cenário para a inteligente comédia de humor negro Na Mira do Chefe: não possui atrações turísticas, a comida é péssima e a temperatura é para deixar qualquer um de mal humor. É para lá que o atrapalhado Phillipe Abrams (Kad Merad, muito bem) é transferido, a título de castigo, após tentar forjar uma situação para ser transferido para a Riviera Francesa.

O problema é Phillipe descobre que a fama do lugar não condiz com a realidade, faz ótimas amizades por lá, acostuma-se com a comida, mas precisa parecer deprimido para a esposa (que havia ficado na cidade de origem deles, com o filho), que passa a ser carinhosa como nunca, ao ver o marido “sofrendo”.

A situação rende gargalhadas do público, assim como o sotaque tão irritante quanto engraçado dos ch'tis. A sequência da entrega de cartas é desde já antológica e várias gírias daquele povo serão motivo de piadas entre os espectadores após a sessão, “hã, biloute”?!

Imagino que, para os franceses, deve ter sido ainda mais engraçado ver a tiração de sarro com os nortistas, identificação que pode ter sido um dos principais fatores para o sucesso estrondoso do filme, que levou mais de 20 milhões de pessoas aos cinemas franceses, ou seja, quase um terço da população, a maior bilheteria de um filme francês de todos os tempos. É como se 60 milhões de brasileiros tivessem ido ver Se Eu Fosse Você 2, ao invés de 6 milhões, seu público real. A proporção é tão absurda que consegue ser maior do que Avatar nos EUA, que levou cerca de 25% da população aos cinemas.

Um sucesso que não será repetido no restante do mundo, mas mesmo assim, tem arrancado boas risadas por onde passa.

Trailer:

(Bienvenue Chez les Ch'tis, França, 106 minutos, 2008)
Dir.: Dany Boon
Com Kad Merad
Nota 7,0

domingo, 4 de julho de 2010

Crítica: Flor do Deserto


Waris, na Somália, quer dizer “flor do deserto”. Foi assim que a modelo Waris Dirie ficou conhecida, depois de descoberta pelo renomado fotógrafo Terry Donaldson. Mas este não foi o motivo pelo qual Waris passou a ter importância mundial, obviamente.

Waris fugiu de casa ainda criança e partiu para Londres, onde tentaria uma vida melhor, mesmo sem saber direito como atingir seu objetivo. Acuada e sem falar uma palavra em inglês, ela passou anos de muitas dificuldades, até que passou a ser ajudada pela desmiolada, de coração mole e aspirante a bailarina Marylin, até ser descoberta pelo já citado fotógrafo e usar sua fama e sua história de vida para chamar a atenção do mundo para uma tradição brutal e covarde da Somália: a mutilação da genitália feminina.

Para encarnar o papel da modelo nesta biografia, foi escalada Lyia Kebede, atriz nascida na Etiópia, cuja beleza é tão exuberante que enche a tela e os olhos do espectador cada vez que entra em cena. E não pensem que ela foi escolhida apenas pela beleza: sua interpretação é louvável e seu olhar fala muito, assim como o brilho dos seus olhos. Acompanhando Lyia, está Sally Hawkins (como Marylin), atriz que esbanjou simpatia e talento em Simplesmente Feliz.

O filme inicia-se com uma breve apresentação da vida na Somália, constratada pela vida londrina, através de um corte brusco de edição. Depois de muito contar a história da Waris em Londres, iniciam-se então alguns longos (e chatos) flashbacks, para “revelar” os trágicos eventos da sua infância. O problema é que os eventos são óbvios, o que tornou desnecessário o uso do recurso de flashback e a opção pela montagem alternada, o que configura-se como um equívoco, para mim, pois uma montagem linear seria muito mais eficiente e sem alarde.

Algumas cenas são excessivamente melodramáticas e quebram o ritmo das sequências mais interessantes, mas alguns momentos atingem o esperado impacto, especialmente por algumas cenas delicadas, apesar de “cortantes”, literalmente.

O grande problema é que direção e roteiro deram muita atenção à carreira e aos relacionamentos de Waris e pouco desenvolveram o tema que tanto levantaram bandeira no último trecho de filme, como se quisesse fazer surpresa em cima de algo público e notório, esquecendo de conferir-lhe densidade preliminarmente.

Flor do Deserto é um filme agradável e foge do clima deprimente que poderia imperar, mas não produz o impacto que deveria. É o tipo de obra que teria seu potencial muito mais explorado se fosse dirigido com menos preguiça. Se fosse um documentário, poderia ser extraordinário. Mas não o foi. Paciência.

Trailer:

(Wusten Blume, Inglaterra/Alemanha/Áustria, 120 minutos, 2009)
Dir.: Sherry Horman
Com Lyia Kebede, Sally Hawkins, Timothy Spall
Nota 6,5

 
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