Chie e Taro se conhecem, se gostam e começam a namorar. Mas Chie quer terminar o namoro, por não querer fazer o namorado sofrer com o tratamento de quimioterapia que ela iniciará, contra o câncer de mama. Mas Taro irá provar que não a ama só na saúde. O filme é baseado em fatos reais, sobre um caso que foi acompanhado todo o país, através de depoimentos que Chie gravava para a tevê.
Piegas assim mesmo. O diretor Ryuichi Hiroki mais uma vez apela para o dramalhão para dar nó na garganta das pessoas. Mas, ao contrário de Your Friends, dessa vez ele consegue.
Assim como no filme citado, em April Bride Hiroki desenvolve a história como uma ejaculação precoce. A fase inicial, de conhecimento dos personagens – momento em que ele poderia inserir mais cenas para dar tempo para os personagens cativarem o público –, passa a jato e em pouco mais de dez minutos já estamos inseridos no drama principal.
Daí para frente, é só a luta da menina para tratar-se do câncer e a dedicação do menino para com a namorada e o pai dela. Mas dessa vez a história não se arrasta. Há bastante conteúdo para mostrar e isso não deixa o filme ficar monótono.
O elenco do filme é infinitamente melhor do que o de Your Friends e o Eita (esse é o nome completo do ator, acreditem), mesmo com seu bigodinho de porteiro e sua orelha de dumbo, cativa e dá um show de emoção na pele de Taro, o namorado. Só faltou um pouco mais de cenas com o pai da menina, que também estava muito bom.
Outro ponto positivo do filme são as locações. Lugares lindos, com cores bem destacadas. Até a praia do Japão escolhida é bonita. Metade do caminho andado para uma bela fotografia.
Hiroki usa cortes secos entre as cenas e isso dá um choque de transição no espectador. Num momento, há uma cena super emocionante, com musiquinha fofinha e de repente... corta pra rotina da menina sendo tratada no hospital. É como se o diretor dissesse ao espectador: “engole o choro que a hora para isso não é agora”. Eu preferiria se ele usasse de fades entre essas cenas. Seria menos agressivo. Além disso, ele erra a hora de acabar o filme. Depois de tudo concluído, com todo mundo no cinema chorando uma Foz do Iguaçu, aí vem mais uma cena, para o Hiroki deixar bem claro: “eu sou brega e meu filme tem que terminar assim também!”.
April Bride foi um grande sucesso de público este ano, no Japão, levando mais de 3 milhões de pessoas aos cinemas. Faria sucesso aqui no Brasil também. É um filme piegas, mas é lindo. Da próxima, levarei um lencinho.
April Bride
(Yomei 1-kagetsu no hanayome, Japão, 126 minutos, 2009)
Dir.: Ryuichi Hiroki
Nota 7,5
Assista o trailer aqui e saiba os horários do filme no FIC Brasília, inclusive com a participação do diretor após a sessão, aqui.
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