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sábado, 30 de maio de 2009

Dois Perdidos Numa Noite Suja

Desculpem o palavreado chulo, mas é nessa base (e na base dos parênteses) que será construído esse post...

Na vida, conhecemos muito filho da puta. Pessoas egocêntricas e que quanto mais infelicidade trazem aos outros, mais realizadas são.

No fundo, essas é que são as pessoas infelizes, pois não percebem que o bom da vida é amar e ser amado (piegas, não?!). Acham que o ideal é farrear (no mau sentido), é dinheiro, é aparência, é a companhia de rostinhos bonitos que só servem para enfeitar carcaças que cobrem toda a podridão do ser humano (estou me sentindo “us manu” hoje). Assisti Dois Perdidos Numa Noite Suja com essa sensação.

Uma menina bonita (Débora Falabella, muito boa, em início de carreira) que se acha autossuficiente por ser independente em Nova Iorque, mas que para tal passa-se por homem e faz boquete em viados (esse termo pejorativo é do filme e não meu), conhece um cara carente (não foi a intenção rimar com a música do Camelo), doido para fazer amigos e construir uma vida digna no meio da confusão daquela cidade. Maliciosa, a garota aceita morar com o sujeito, mas se aproveita da boa índole dele e só sacaneia: faz o cara ser preso e se apaixonar por ela só pelo prazer de sentir que tem o poder da sedução (no sentido amplo da palavra).

O filme é baseado na peça teatral (que por sua vez foi baseada no livro homônimo de Plínio Marcos) e foi realizado na base da criatividade, com cenários e diálogos bem teatrais, mas coerentes com a proposta.

É o segundo filme baseado na peça. O primeiro foi dirigido por Braz Chediak, em 1970.

Ganhou o Grande Prêmio Cinema Brasil de Melhor Atriz (Débora Falabella); os Kikitos de Ouro de Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora, no Festival de Gramado; Melhor Diretor, Melhor Atriz (Débora Fallabela) e Melhor Roteiro no Festival de Brasília e Melhor Fotografia e Melhor Figurino no Cine PE - Festival do Audiovisual.

Quem assistir em dvd poderá ver também uns extras bem legais de bastidores, making of e depoimentos dos atores sobre os ensaios e o processo de construção dos personagens. Bem interessante.

Para quem não encontrar o dvd (ou não!) e quiser fazer o download, segue o torrent.



Trecho, extraído do Youtube:


Dois Perdidos Numa Noite Suja

(Brasil, 100 minutos, 2002)

Dir.: José Joffily

Com Débora Falabella e Roberto Bomtempo

Nota: 7,4

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Lokas

Dirigido pelo chileno Gonzalo Justiniano, Lokas é uma comédia co-produzida por Chile/México/França.

Trata de Charly, viúvo, homofóbico e pai de Pedro, uma garoto de 9 anos. Quando perde o emprego depois de ser preso, sua mãe resolve enviá-lo, junto do filho, para o México, onde mora seu pai. Eles não se vêem há 30 anos e o reencontro traz uma surpresa: o pai de Charly é gay e mora com o companheiro, Jason.
Charly resolve “aceitar” morar na casa do pai, já que Jason lhe ofereceu um emprego com um salário excelente, numa boate gay (!), na qual ele teria que fingir ser um deles, já que lá só contratam gays.

Poderia ser uma ótima comédia, não fosse a sucessão de erros técnicos, que fazem o filme perder toda a atmosfera sinestésica, essencial para que a história contada seja crível.

Há vários erros de continuidade dos planos (num plano dois personagens estão de frente, noutro um deles está de lado, numa mesma cena), maus cortes de edição, cenas que pareciam não marcadas e câmeras mal posicionadas. Pessoalmente, me incomodou também a quantidade absurda de travelling frontal (câmera rápida que corre em direção ao rosto dos personagens, como um zoom).

O roteiro não se sustenta. A prisão de Charly é repentina e mal desenvolvida, há cenas que forçam a barra (o avô se engraçando com o namorado já no primeiro dia de reencontro com o filho), em certos momentos o filme não se decide se é drama ou comédia e perde o tom. Nos primeiros 15 minutos, falta uma trilha sonora irreverente, que deixe claro o produto que iniciamos a ver.

O protagonista é uma espécie de Mel Gibson mexicano, inclusive na forma de atuar (lembram de Do que as Mulheres Gostam?), mas rende uitos momentos engraçados. A criança é pau-mandada: quando lhe dão uma cena condizente com sua idade, vai bem. Mas quando a situação foi feita para uma criança de 5 e não de 10 anos, aí a coisa desanda e o coitado fica artificial.

O filme rende boas risadas, mas há comédias muito melhores por aí.

Exibido na 32ª Mostra Internacional de São Paulo.


Lokas

(Chile/México/França, 96 minutos, 2008)

Dir.: Gonzalo Justiniano

Com Rodrigo Bastidas, Coco Legrand

Nota: 4,0

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Perfume - A História de um Assassino

Quando li as primeiras críticas favoráveis à adaptação da obra de Patrick Süskind pelo diretor de Corra Lola Corra, Tom Tykwer, achei estranho dizerem que o filme era capaz de passar a sensação de estarmos realmente sentindo o perfume de certas coisas e aquilo me deixou cabreiro, pois me soava meio piegas dizer esse tipo de coisa. Fora o trailer, que o deixa sob a sombra duvidosa de ser ruim.

Por fim, tanto fez o boca-a-boca que resolvi tirar a dúvida: conferi o filme de subtítulo clichê e totalmente desnecessário: A História De Um Assassino. Nos primeiros 40 minutos de película fui tomado por raiva, afinal, diante de tanta sujeira nos cenários (o filme começa ambientado na Paris anti-higiênica do século XVIII), tanta cena nojenta, como poderiam ter embasamento as críticas que havia lido?

Jean-Baptiste Greenouille nasceu em meio à sujeira d’um mercado de peixes e ali mesmo sua mãe foi condenada à morte, acusada de tentar matá-lo. O bebê foi vendido a uma senhora, que comandava uma espécie de orfanato, onde ele viveu até os 13 anos, sendo novamente vendido, agora para um brutamonte gosmento, que o comprou para ajudá-lo numa fábrica de couros.

Já desde pequeno Jean-Baptiste percebeu que tinha um dom especial: um aguçadíssimo olfato. Descobriu sua verdadeira vocação quando, na ocasião de uma das entregas de couro, conheceu o italiano Baldino, dono de uma perfumaria. Torna-se discípulo do senhor, vivido por Dustin Hoffman. Agora, numa Paris um pouco mais limpa (eu diria menos suja!), ele começa a perseguir a essência perfeita: a da beleza feminina.

Para tanto, ele vai atrás das mais avançadas técnicas de extração de perfumes e quando descobre como extrair o desejado odor, precisa matar as jovens para tal. E é o que ele faz, já tomado por uma dedicação completamente psicótica.

Tom Tykwer confere o ritmo ideal ao filme, suave e sem pressa, até nos levar ao final do conto, quando somos assaltados por uma mórbida poesia, que toma contornos inebriantes, causados pelo efeito do que seria o mais puro amor, mostrado numa cena de bacanal de dar inveja a Calígula.

A obra do escritor Patrick Süskind gerou um roteiro excelente, diferente, cheio de charme e elegância.

A produção tem seus defeitos, como a escolha, de Ben Wishaw para viver o protagonista, cuja performance não condiz com o charme e requinte que seu personagem pede. Outro erro foi o diretor ter optado por filmar tudo em inglês, fator incoerente, já que o filme se passa na França e todos os personagens são de lá. Sou sempre a favor de o filme ser falado na língua correta. Essa mania de colocar todo mundo falando inglês, com a desculpa de que é “para tornar o produto mais comercial”, para mim não cola. As qualidades provêm na verdade do filme como um todo.

Depois dos primeiros momentos, os erros se tornam perdoáveis e o filme realmente assume a postura poética que o “fator-perfume” tem o poder de exalar, mas não ao ponto de dizer que somos capazes de sentir aqueles odores, mas sim a sensação obtida pelo êxtase da descoberta da essência perfeita que levou Jean-Baptiste a sucumbir por ela.

O orçamento de Perfume - A História de um Assassino foi de US$ 65,8 milhões. Trata-se do filme mais caro já feito na Alemanha até então.

Ganhou 2 prêmios no European Film Awards, nas categorias de Melhor Fotografia e o Prêmio de Excelência (cenografia). Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Ator (Ben Whishaw) e Melhor Trilha Sonora.


Perfume: The Story of a Murderer
(Alemanha / Espanha / França, 147 minutos, 2006)
Dir.: Tom Tykwer
Com: Ben Wishaw, Dustin Hoffman, Alan Rickman
Nota: 7,7

domingo, 24 de maio de 2009

Budapeste

Adaptação do best-seller literário de Chico Buarque, o filme conta a história de um ghost-writer (Leonardo Medeiros), ou seja, um sujeito que escreve livros por outras pessoas. Ele sofre uma crise no casamento, porque sua esposa (Giovanna Antonelli) não sabe do seu real ofício e acha que ele é um fracassado. A caminho de Istambul, onde iria participar do encontro anual de ghost-writers, um acidente acontece e ele acaba aterrisando em Budapeste, onde encontra um estátua dedicada à sua profissão, atração turística da cidade. Lá, ele terá um caso com uma húngara (Gabriela Hámori).

Os direitos da adaptação foram comprados por Rita Buzzar, produtora e roteirista, que recrutou Walter Carvalho para a direção e o filho dele, Lula Carvalho, para a direção de fotografia e câmera. Rita apostou alto, desembolsando do próprio bolso 2 dos 6 milhões de reais que o filme custou. Dinheiro conquistado pela alta bilheteria que obteve seu filme anterior, Olga. O restante foi obtido através de editais e da parceria de co-produção com a Hungria e Portugal. “Cinema é risco”, disse ela. Não só o risco financeiro rodeou a produção, como o risco artístico também.

A história funcionou muito bem no livro, mas isso não significava que também funcionaria na tela.

Budapeste é um filme morno. Assistí-lo não é sacrifício, mas é um programa tão sem graça que é difícil ter outra reação além da indiferença.

Leonardo Medeiros está muito bem na pele do escritor, principalmente por ter que falar em húngaro boa parte do filme, língua que ele não conhece e que confessou ter decorado as suas falas. Nem quando contracena com a gringa Gabriela Hámori ele se deixa ofuscar.

Há cenas belíssimas, como a do transporte da estátua de Lênin, aos pedaços, de barco, pelo rio Danúbio e a cena do confronto do escritor com a outra estátua, a dos ghost-writers, contrastando com um nuvem de pombos numa praça da cidade. Mas nem sempre Lula Carvalho obtém êxito. Há momentos desnecessariamente escuros e outros cheios de grânulos inadequado à situação.

A produção como um todo, é redondinha. Correto e nada mais.

Tomara que o filme pelo menos se pague nas bilheterias.

Leia a coletiva de imprensa no AdoroCinema.com .


Trailer:

Budapeste

(Brasil/Hungria/Portugal, 113 minutos, 2009)

Dir.: Walter Carvalho

Produção e roteiro: Rita Buzzar

Fotografia: Lula Carvalho

Com Leonardo Medeiros, Gabriela Hámori, Giovanna Antonelli, Paola Oliveira...

Nota: 5,5

sábado, 23 de maio de 2009

Hunger

Sinto-me mal. O estado de choque em que me encontro é indescritível. Poucas vezes um filme me levou a este extremo. Chega a ser deprimente. Passei boa parte do filme (baseado em fatos reais) sofrendo com o personagem central, Bobby Sands, que durante as suas seis últimas semanas de vida fez greve de fome e liderou um dos mais violentos motins contra os maus tratos no presídio de Maze, na Irlanda do Norte, em 1981.

As escolhas do diretor estreante Steve McQueen não podiam ser mais acertadas. Ao invés de filmar as cenas do motim, envolver imprensa e uma tonelada de diálogos (que é o que provavelmente seria feito se fosse um filme hollywoodiano), ele se concentrou na violência silenciosa que ocorria no interior da prisão, mostrando os motivos pelos quais os presos iniciaram a revolta. Eram privados de qualquer direitos humanos: higiene não havia, os presos não tinham roupa para vestir nem cama para dormir. Faziam protestos internos, por exemplo, sujando as paredes com merda, derramando toda a urina para fora da cela, tudo organizado pelo cabeça deles, o tal Bobby Sands. Eram ignorados e só tinham as celas limpas e direito a banho (debaixo de porrada até pra isso, claro) quando alguma autoridade maior fosse visitar a prisão. E se fizessem protesto diante dessas autoridades, depois ainda levam cassete em forma do famoso “corredor da morte”. Não havia respeito de nenhuma das partes. Os presos sofriam uma retalhação daqui e se vingavam acolá e a situação ia tomando contornos cada vez mais dramáticos. Até que iniciou-se o protesto mais doloroso e silencioso de todos: o da greve de fome.

Até chegar nesse ponto, somos conduzidos pela trama praticamente pelas imagens. Há poucos diálogos e música. Só o som da tortura. Uma cena excelente quebra o silêncio: Bobby Sands recebe a visita de um padre, logo antes de começar a greve de fome. É nessa cena que se concentram quase todos os diálogos do filme, com os argumentos de cada um. Vinte minutos dessa conversa, sendo cerca de 15 deles com um só plano estático. Diálogos tão bons que fica difícil se desconcetrar da longa conversa.

Depois o sofrimento maior começa: Bobby Sands passa por 66 dias sem comer e vamos, junto dele, agonizando e perdendo os sentidos gradualmente. A competente direção de fotografia de Sean Bobbit é responsável por ângulos e jogos de foco excelentes, nos faz perder a visão em uns momentos, aproxima-nos e afasta-nos dos personagens no momento certo, ajudando a construir o tom dramático que o filme pede.

O trabalho do ator Michael Fassbender é algo de excepcional. O martírio que seu personagem passa é incorporado com assombro por ele. O estado de magreza no qual ele chegou é assustador, mas não é só a isso que se limita sua atuação. Só um ator com muito amor ao seu ofício para conseguir isso. Algo muito parecido foi submetido Christian Bale no ótimo O Operário.

Se você é fraco (a) de estômago e não gosta de filmes torturantes, é melhor não assistir, senão terá que tapar os olhos boa parte do longa.

O filme foi vencedor de 28 prêmios, dentre eles o Camera D'or em Cannes 2008, o BAFTA de melhor estréia para Steve McQueen e o British Independent Award de melhor direção, melhor ator e melhor fotografia.

Infelizmente não tem nem data de estréia no Brasil e por isso, não acho justo sermos privados dessa grande obra e coloco aqui o torrent para vocês. Façam bom proveito!

Uma recomendação: não assistam comendo.


Trailer:

Hunger

(Inglaterra/ Irlanda, 90 minutos, 2008)

Dir.: Steve McQueen

Com Michael Fassbender, Liam Cunningham...

Nota: 9,2

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Scoop

Scoop marcou o retorno de Woody Allen ao gênero que o consagrou - o das comédias escrachadas cheias de humor irônico e todo o tom neurótico que lhe é peculiar-, após sua “aventura” muito bem sucedida em outros ares, no thriller dramático Match Point.

Ao contrário de Match Point, esse aqui é um exemplar que não traz nada de inovador. Na verdade, soa como uma homenagem de Allen a alguns de seus filmes, como Assassinato em Manhattan e O Escorpião de Jade, pelo clima de sociedade elitizada londrina de décadas de maior charme, no que diz respeito à ambientação criada para o desenrolar da história.

Me lembrou um pouco do humor estabanado que Allen imprimou em O Dorminhoco, de 1966.

Sondra Pransky (Scarlett Johannson) é uma jovem estudante de jornalismo, que vai ao show de ilusionismo de Sid Waterman (Woody Allen), onde é pega como voluntária para um dos números e é colocada numa caixa e lá aparece para ela o espírito do jornalista recém-falecido Joe Strombel (Ian McShane), que viu na garota a oportunidade de dar o último e grande furo de sua carreira: ele descobrira, logo após (!) morrer (!!), que o milionário boa-pinta Peter Lyman (Hugh Jackman) é, na verdade, o serial killer mais procurado pela polícia londrina. Parênteses: as cenas do presunto Strombel no barco da morte são absurdamente teatrais e toscas, mas são engraçadíssimas.

Sondra, sedenta pela primeira grande reportagem de sua carreira, vê no boato recebido do além, a oportunidade perfeita. Resolve correr atrás da notícia e com a ajuda do atrapalhado e patético mágico Sid (que se passará daí em diante por seu pai) se infiltra no meio de convivência do galã milionário, culminando numa relação amorosa e perigosa com o cidadão.

Em ritmo de comédia romântica, o que se segue a partir disso é uma sucessão de cenas cômicas no melhor estilo “trapalhão-Allen-de-ser”, justamente onde reside toda a graça do filme: na interpretação desse grande diretor/ator neurótico. Allen só peca em algumas falas, quando exagera na gagueira com o propósito de parecer estabanado, mas mesmo assim, é o que vale a pena no final.

Hugh Jackman fica aquém de sua capacidade, parecendo o tempo todo não estar à vontade, talvez por estar intimidado por lidar com um ícone do cinema como Woody Allen. Já Scarlett se esforça ao máximo em caracterizar a desengonçada jornalista, se escondendo em roupas largas e um óculos enorme, mas tudo não passa de caricatura. Além do mais, irrita o fato de ela não se assumir como cheinha (no filme) e ficar murchando barriga (nitidamente) ou Allen sendo obrigado a captar só o rosto dela em cenas que exigem um enquadramento geral de seu. O que transparece é só a química entre ela e Woody Allen e é nítido o carinho e cuidado dele com sua musa.

O desenrolar da história é muito divertido, passatempo com potencial sinestésico enorme, mas que desemboca num final sem acabamento, tudo é resolvido em cerca de três sequências, deixando a sensação de que faltou alguma coisa, a tal pergunta: “Mas esse é o final?”.

Esperava-se de Woody Allen algo mais criativo, mas tudo bem. Diante de tanta graça, entendemos que o propósito é se divertir e assim, ele se redime dos pecadinhos!


Ficha:

Scoop

(Inglaterra/EUA, 96 minutos, 2006)

Dir.: Woody Allen

Com Woody Allen, Scarlett Johansson, Ian McShane, Hugh Jackman

Nota: 6,3

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A Garota Ideal

Rapaz se apaixona por uma boneca sexual. Você acreditaria se alguém dissesse-te que esta é a sinopse de um filme sensível, que fala de amor e do drama de uma pessoa para ressocializar-se, de forma original? Pois acredite, o comentário e a sinopse se referem ao mesmo filme: Lars and the Real Girl, lançado com atraso de mais de um ano no Brasil e infelizmente com poucas cópias, no Rio e em São Paulo, pelo menos por enquanto.

Fizeram tudo errado com essa pequena pérola independente: além de lançá-lo com atraso e limitações, ainda traduzem de forma tosca o título. Fica parecendo um besteirol de mal gosto, desses que lançam aos montes por aí. Daí atrai gente que não vai assistir o que pensava, podem se frustrar, por ser um público diferente do que o que o filme deveria ter, o boca-a-boca não vai funcionar e o filme não passará de “mais um” na multidão. Tem coisa que não dá para entender.

Ok, deixemos os mal-entendidos de lado e vamos ao que interessa.

Lars é um sujeito inerte. Após a morte dos pais, deixou a casa onde vivia para o irmão casado e foi morar na garagem em frente. Passava os dias sem novidades: do trabalho para casa, de casa para a missa e por aí vai. Ele não permite maiores aproximações de ninguém, nem mesmo da cunhada atenciosa e do irmão. Apesar disso, Lars é querido na cidadezinha em que mora. Há uma certa cobrança dos moradores para que ele arrume uma namorada. Até que ele conhece Bianca pela internet. Bianca é uma boneca, mas na cabeça dele ela é uma missionária, meio brasileira meio dinamarquesa (!) e que depende de uma cadeira de rodas para se locomover (conveniente). O irmão, a cunhada e todos da comunidade terão que “aceitar” a namorada de Lars, pelo bem dele, recomendação da psicóloga consultada. É a tal da história dos loucos: não os contrarie, concorde que eles têm razão. A boneca torna-se o apoio emocional de Lars e essa relação o fará feliz novamente, devolvendo-lhe a sociabilidade, levando-o aos poucos a se readaptar à sociedade. Parfo por aqui pra não estragar a história.

Ryan Gosling faz seu melhor trabalho como Lars, imprimindo-lhe toda a simpatia e inocência necessárias para tornar críveis as situações. Mas tudo funciona ainda melhor pelo conjunto. Emily Mortimer está ótima como a cunhada, Karin, Paul Schneider é o irmão e faz o contraponto ideal ao protagonista e outro destaque é da personagem de Kelly Garner, Margo, a colega de trabalho apaixonada por Lars, tão inocente e sem noção quanto ele.

Em certo momento, uma das beatas da cidade dá a Bianca um buquê de flores de plástico. Lars diz à boneca: “são legais, não?! Mas são de plástico. O bom é que vivem para sempre!”

Numa roda de auto-ajuda, uma senhora tenta convencer os outros a aceitar Lars: “tem gente que veste seus gatos, outros doam dinheiro para clubes de OVNIs, outro é cleptomaníaco, mas todos têm algum caso de maluco na família”.

É claro que não dava para ser um filme totalmente sério tendo uma boneca num dos papéis principais. Há cenas hilárias durante todo o filme, mas nada de riso fácil por aqui.

E o maior mérito do projeto é da roteirista Nancy Oliver (da série A Sete Palmos), que desenvolveu uma idéia original evitando os caminhos fáceis do pastelão e do grotesco. Seu roteiro resolve todos os problemas que a história poderia gerar. Tudo bem pensado, desde a caracterização dos personagens, a escolha da cidade, os colegas e o ambiente de trabalho, as circunstâncias, cada coisa contribuindo para a credibilidade final. Rendeu-lhe uma indicação ao Oscar de roteiro original em 2008, mas infelizmente não levou o prêmio.

Uma curiosidade: durante as filmagens, a boneca foi tratada como uma atriz de verdade. Ficava num trailer só dela e saía de lá apenas para as cenas nas quais apareceria! Tudo em prol da melhor incorporação de Ryan Gosling! Nos créditos também aparece o nome da boneca: Bianca Wrangler!


Trailer:

Lars and the Real Girl

(EUA, 109 minutos, 2008)

Dir.: Craig Gillespie

Com Ryan Gosling, Emily Mortimer, Paul Schneider, Kelly Garner


Nota: 8,1



domingo, 17 de maio de 2009

Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei

Certa vez uma professora minha de cinema me disse: “Documentários são como salada, às vezes a gente come não porque é bom, mas porque faz bem”. O que ela quis dizer é que, em alguns casos, o documentário é muito bom não porque é um cinema bem feito, mas porque traz uma bagagem de conteúdo para nós muito importante. É o que passa no caso de Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei. Explico: Simonal não é um filme tecnicamente impecável, mas retrata a história de uma personalidade que já deveria ter sido retratada há muito tempo e o faz com uma competência e seriedade excepcionais.

Há momentos de imenso descuido com a imagem, entrevistas mal-focalizadas, cheias de grânulos mal-quistos, outra vez na qual os entrevistados (os filhos de Simonal) ficam rosa-choque, resultado talvez de uma má revelação da película e outra vez, que achei ainda mais falta de respeito, em que a imagem passa por uma “limpeza” em meio a uma das mais importantes entrevistas do filme.

Deixando o quesito fotografia de lado, é difícil encontrar defeitos neste documentário, porque o emocional e o encantamento com a figura do Simonal falam mais alto e nos envolvemos rapidamente com a história dele. Simonal foi um dos maiores vendedores de disco na década de 60 e meados de 70 no Brasil, mas se envolveu num escândalo que acabou com sua carreira. Foi vítima da própria ingenuidade, acrescentando a ela a sua arrogância. Acreditou ter sido roubado, sequestrou o sujeito e com a ajuda do DOPS (órgão repressor da época da ditadura) deu-lhe um “corretivo”. Como Simonal nunca havia tomado partido na política nacional, algo que a classe artística cobrava na época, o episódio foi suficiente para taxá-lo de “informante da ditadura”. Imprensa e colegas de profissão o boicotaram, seus discos foram retirados de catálogo, o colocando num ostracismo total por mais de 20 anos. “Seu dedo é maior do que sua voz”, publicou O Pasquim.

Um fundo do poço como poucos eu vi antes. Uma história de vida que vai do céu ao inferno em questão de dias e um pré-julgamento absurdo que impôs a ele uma pena provavelmente muito maior do que merecia e um caso que ninguém nunca fez questão de resolver.

Simonal foi, segundo sua viúva, um fantasma de si mesmo. O ostracismo acabou não só com sua carreira como também com sua saúde, já que levou-o a afogar as mágoas no álcool. Ele fez uma burrada? Fez. Mas as coisas que o acusaram foram justas? Digo que não. Fizeram com ele algo que vira-e-mexe acontece: um boato que vira fofoca, que a imprensa toma indício, que o público toma como prova, que os órgãos de investigação não levam até o fim e que o acusado acaba por culpado antes mesmo da apuração dos fatos (assim nos relata um jornalista em seu depoimento). Isso é muito feio e em alguns casos acaba definitivamente com a vida de uma pessoa. Só no fim da vida, ele conseguiu provar inocência diante da acusação de "delator da ditadura". Mas “a curva foi feita e agora não dá mais para voltar”, é o que lerá quem ficar no cinema até o fim dos créditos.

Imagino que quem for assistir ao filme terá as mesmas reações que tive ao assistí-lo, ora maravilhado com a arte de Simonal, ora chocado com o que ele sofreu, ora com raiva da arrogância e ingenuidade dele e a certa altura, com o “queixo no chão” por causa de um entrevistado inesperado, mas essencial, que depõe para o filme. Não direi quem é, para não estragar a surpresa.

Mas não só de polêmica e dureza é feito o filme. A incrível pesquisa de arquivo trás à tona cenas antológicas do personagem central, como na apresentação emocionante ao lado de Sarah Vaughn, o show no maracanãzinho, entrevistas da época e no número final, no qual Simonal canta a belíssima Sá Marina. Poderia citar mais um monte de coisas interessantes sobre o filme, mas fico por aqui para o post não ficar ainda mais longo.

O cinema nacional ganha mais um grande exemplar para sua coleção de excelentes documentários com Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei. Há nele anjos e demônios muitos mais interessantes para se assistir do que no filme com Tom Hanks. Só tenho que parabenizar ao Cláudio Manoel (ele mesmo, um dos Cassetas!) e a toda a equipe por trazer ao público uma história forte e extremamente necessária.

Imperdível!


Aperitivo:

Ficha:

Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei
(Brasil, 86 minutos, 2009)
Direção: Cláudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal
Produção: Raul Schmidt e Roberto Berliner
Música: Berna Ceppas
Fotografia: Gustavo Hadba
Direção de Arte: Eduardo Souza e Rodrigo Lima
Edição: Pedro Duran e Karen Akerman

Nota: 8,3

sábado, 16 de maio de 2009

Azuloscurocasinegro

O título é assim mesmo, emendado. Deixei o original porque gosto mais. No Brasil ficou Azul Escuro Quase Preto. Confesso que ao assistir o filme, não encontrei uma explicação objetiva para chamá-lo assim, mas depois li uma entrevista do diretor e roteirista, que explicava-se, dizendo que esse é o estado de espírito em que encontram-se os personagens. Entendi.

O projeto do filme começou a se desenhar quando o diretor e roteirista espanhol Daniel Sánchez Arévalo, formado em administração, resolveu fazer o mestrado em cinema na Universidade de Columbia. Lá exigiram-lhe que escrevesse um roteiro e ele fez um que contava a sua própria vida, denominado de Física II, curta-metragem que ganhou vários prêmios e deu ao diretor a chance de estrear em longa-metragem. Para não mexer em time que estava ganhando, Arévalo resolveu dar continuidade à história do curta.

Reuniu todo o elenco novamente (exceto o protagonista, substituído pelo também novato e revelação Quim Gutierrez), acrescentou alguns personagens e retomou os trabalhos nesse filme.

O personagem central é Jorge, um jovem porteiro nada conformado com a profissão, que estuda administração de empresas e nas horas livres cuida do pai, um senhor que sofreu um derrame e perdeu, entre outras coisas, o controle do esfíncter. Além dele, somos apresentados a Andrés, amigo de Jorge, que vive na cobertura do prédio tirando fotos de um “massagista sexual” (!) e seus clientes, do prédio vizinho. Há também tem o irmão de Jorge, Antonio, que está preso. Antonio está prestes a sair da prisão e quer que Jorge lhe faça um favor: engravidar sua namorada (já que ele é estéril), também presidiária, para que ela seja transferida para um setor melhor do presídio. Mas Jorge já tem uma relação conturbada com uma moça de classe mais “provida” e as visitas à namorada do irmão podem deixá-lo balançado. Ao mesmo tempo, o amigo de Jorge descobre que um dos clientes do massagista ao lado é seu próprio pai, que após as sessões ainda aceita outros “favores” do massagista.

É desse turbilhão de histórias que surgem situações e assuntos muito delicados de se tratar, mas também gera cenas engraçadíssimas, vindas principalmente do núcleo do amigo de pai homossexual.

Algo que me chamou a atenção foi a forma de condução do roteiro, cujo argumento chega a ser folhetinesco, mas que as reviravoltas típicas de tal são tão inusitadas, supreendentes e inesperadas (sei lá qual o termo mais adequado) que é difícil não se envolver com os personagens (extremamente cativantes e críveis) e torcer para que as histórias tenham finais felizes, diferentemente do que aconteceria na realidade. É aquela magia que o cinema causa, de vermos na tela um desejo (que é pessoal) ser realizado, já que do lado de cá isso nem sempre é possível. Mas o que o diretor quis não foi realizar na tela os desejos do espectador, e sim mostrar que o importante é tentar.

Até o lugar onde se passa a trama não é sabido em momento algum, justamente pra deixar claro que os casos podem ocorrer em qualquer lugar, ali no vizinho ou aqui em casa.

O cerne comum a todos os personagens é que eles desejam aquilo que não podem ter, mas ainda assim lutam contra o destino. Pessimista o diretor? Nem sempre. Em alguns casos, há cenas de resolução dos problemas tratados, mas em outros, a vida seguirá estagnada. Paciência, a vida é assim e assim pensou o filme o diretor.

Não é preciso elogiar ou criticar este ou aquele aspecto em AzulOscuroCasiNegro. Basta ater-se à história para chegar a conclusão de que trata-se de um filme bem acima da média.

Vale a pena conferir. Nem que seja para fugir da mesmice que Hollywood nos oferece.

Vencedor de 19 prêmios mundo afora, dentre eles 3 Goya (melhor ator coadjuvante, diretor e ator revelação).


Como é um filme difícil de encontrar no Brasil, eis aqui o torrent.

Trailer (sem legendas):

Ficha:

AzulOscuroCasiNegro

(Espanha, 100 minutos, 2006)

Dir.: Daniel Sanchéz Arévalo

Com Quim Gutierrez, Marta Etura, Antonio de la Torre, Héctor Colomé...

Nota: 7,8

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Filmes no Brazil on Screen

Pois é, pessoal. Esse mês de maio está ótimo.

Nessa sexta (15) e sábado (16), não só um como dois (!) curtas que produzi serão exibidos no Brazil On Screen, festival que selecionou 10 curtas de universitários brasileiros para serem exibidos e concorrerem a premiações no Mass Art, em Boston, EUA.

Estou ficando muito chique!

Os filhos são o 32 Mastigadas: 16 N e 16 S, que já contei um pouco sobre ele por aqui e o Ainda Somos os Mesmos, filme no qual assinei a assistência de produção e a pesquisa de imagens de arquivo. Ambos têm Brasília como cenário. O primeiro é um projeto experimental, no qual damos uma abordagem artística e “digestória” da capital federal (idéia da caixola de Maria Vitória Canesin, diretora e roteirista) e o segundo mostra um pouco da relação entre pais e filhos e o ciclo de vida que sempre se repete: pais e filhos, cada qual defendendo seus ideais.

Os dois foram produzidos simultaneamente no primeiro semestre do ano passado e tive a honra de produzir o primeiro e assistir a produção do segundo, pois o resultado de ambos ficou muito bom! É uma satisfação quando tanto trabalho (acreditem, é muito trabalho mesmo!) resulta em produtos tão bons (o que nem sempre acontece).

Como no primeiro post acabei não colocando os nomes da equipe, dessa vez saldarei minha dívida.

E como brinde ainda consegui o trailer do festival para pôr aqui. Boa parte deste é composta pelos dois curtas!

Seguem as fichas técnicas (parte delas, pro post não ficar muito gigante) e o trailer...


Ficha 32 Mastigadas:

direção e roteiro: Maria Vitória Canesin

produção executiva: João Paulo Gomide Reys

direção de produção: Fred Burle

produção: Fred Burle e Luciana Newton

direção de fotografia: Dani Azul e Emília Silberstein

edição: Andréa Nagai

concepção de arte: Tauana Macedo e Maria Vitória Canesin

produção e execução de arte: Natália Pires e Saulo Tomé

figurino e maquiagem: Talita Sá

trilha original: Eduardo Canavezes

assistente de direção: Leonardo Martins

elenco: Antônio de Luna, Laís Bini, Camila Evangelista, Tauana Macedo


Ficha Ainda Somos os Mesmos:

direção e roteiro: Filipe Vianna

produção: Luciana Newton

direção de fotografia: Ivan Gajic

edição: Rafael Lobo

direção de arte: Marcelo Nenevê

trilha original: Eduardo Canavezes

mixagem: Eduardo Ponte

elenco: Eduardo Dutra, Alice Stefânia, Lucas Gabriel dos Santos



Trailer do festival:


Cartas de Iwo Jima

A idéia inicial era fazer um filme sobre o ataque norte-americano às bases japonesas na ilha de Iwo Jima, sob o ponto de vista ocidental, mas logo no começo da produção de A Conquista da Honra, o diretor Clint Eastwood se deu conta de que o outro lado da guerra poderia ser tão ou mais interessante.

Eastwood ousou e resolveu fazer dois filmes ao mesmo tempo, sendo este Cartas de Iwo Jima a visão japonesa da história. O filme é todo falado em japonês, o que confere ainda mais mérito à produção.

A tropa japonesa em Iwo Jima se concentra para o ataque iminente da tropa americana e até esse dia chegar, os soldados são privados de comida e higiene, tendo muitas baixas por problemas intestinais antes mesmo da chegada dos inimigos. Além disso, os planos do general Kuribayashi (Ken Watanabe) geram controvérsias, levando muitos soldados a não acreditarem num possível sucesso na operação, preferindo a “morte honrosa”.

O fio condutor da emoção do filme fica por conta das cartas que um dos soldados escrevia para sua esposa, mesmo sem saber se estas chegariam um dia ao seu destino.

Eastwood dirige com maestria e simplicidade este longa, que conta com boas atuações, roteiro, fotografia e montagem eficientes. O único problema é que o gênero “guerra” já está saturado e este exemplar só escapa do lugar-comum por mostrar o outro lado da moeda.


Ficha:

Cartas de Iwo Jima

(Letters From Iwo Jima, 2006)

Dir.: Clint Eastwood

Com: Ken Watanabe

Duração: 140 minutos

País: EUA

Nota: 7,6


terça-feira, 12 de maio de 2009

Notícias do nosso cinema

O post será mais uma forma de dar sinal de vida e dizer que nessa semana estou com o tempo curto, porque é a semana do mês na qual faço inscrições dos meus filmes e de outras pessoas também. Isso me toma boa parte do tempo, mas a recompensa virá depois!
Mas amanhã já terei post novo de filmes para colocar aqui (e será de um filmaço!)!
Por hora, quero informar-lhes uns dados legais que saíram essa semana sobre o cinema nacional.
Por exemplo: a venda de ingressos em abril subiu mais de 50%, comparando-se com abril do ano passado! Nos 4 primeiros meses, o crescimento na venda dos ingressos é de 30%, também comparado ao mesmo período do ano passado. Nada mal em tempos de crise!
Quanto aos números da semana, infelizmente Star Trek não foi bem nas bilheterias brasileiras, ao contrário do que aconteceu nos EUA, onde o filme arrecadou excelentes 72 milhões de dólares no fim de semana de estréia. Por aqui, o filme levou 134 mil pessoas às 275 salas nas quais esteve em cartaz. Uma péssima média, já que uma boa estréia no Brasil tem média de pelo menos mil pessoas por sala.
X-Men Origens: Wolverine manteve a primeira posição no BO Brasil e levou mais 472 mil pessoas aos cinemas, já beirando a marca dos 2 milhões de espectadores no país.
O mais legal é Divã, que continua fazendo uma galera a prestigiar o cinema nacional e teve mais 120 mil espectadores, no terceiro lugar, totalizando quase 1,1 milhão de pessoas nos cinemas!
A 4ª posição ficou com Velozes e Furiosos 4, com 50 mil pessoas (total de 2,18 milhões). Na 5ª posição está o divertido Monstros Vs Alienígenas, com 30 mil espectadores (total de 1,355 milhão); 6º lugar para Presságio, com 26 mil espectadores (total de 906 mil); em 7º o desenho A Festa do Garfield, com 25 mil pessoas (total de 97 mil); em 8º lugar está a estréia Um Ato de Liberdade, com 20 mil espectadores; em 9º o fracasso retumbante de Renée Zellweger Recém-Chegada, com 18 mil espectadores (acúmulo de apenas 77 mil); e fechando o top 10 está A Montanha Enfeitiçada, com 13 mil de público, totalizando 242 mil espectadores.
É isso!
Abraço a todos e até mais!

sábado, 9 de maio de 2009

Star Trek

Quem for fã de Jornada nas Estrelas, fique à vontade para me corrigir, caso eu esteja errado em algum dado sobre a história. Quem não for, eis aqui o depoimento de um cinéfilo que não assistia a série e nem viu nenhum dos outros 10 (!) filmes baseados em tal.

Em janeiro desse ano, li o preview 2009 na Revista SET e quando vi que teríamos uma nova adaptação com Doutor Spock e cia, imediatamente pensei: “Que saco! Lá vem esse povo querendo nos enfiar guela abaixo e bolso afora mais uma 'reinvenção' medíocre". Fui cético quanto ao filme e já tinha me decidido a não assistí-lo, até que começaram a surgir tantas boas críticas a respeito e J. J. Abrams (o diretor) declarou não ter acompanhado e nem ser fã da série, portanto iria fazer algo que agradasse aos fãs, mas que não excluísse aqueles que nada entendem de Star Trek. Mudei minha decisão. E não me arrependo.

O filme conta a história do começo de tudo (que novidade nas adaptações atuais), quando o jovem James Tiberous Kirk recebe o convite para participar do treinamento para integrar a Frota Estelar. Isso porque ele é filho de George Kirk, o cara que, no dia do seu nascimento, decidiu não vê-lo nascer para salvar milhares de humanos do ataque dos Krigons (ou romulanos, os vilões), sacrificando a própria vida e tornando-se herói. No centro de treinamento, Kirk conhece aquele que será seu maior desafiador: Spock, que decidiu abandonar seu planeta por se sentir rejeitado pelo fato de ser filho de um Vulcano (espécie em extinção) com uma humana. Um é completamente avesso ao outro, mas terão que se aturar em sua primeira missão na nave Enterprise: tentar impedir os romulanos de destruir os planetas com a chamada “Perfuratriz”, parafernália usada para “implodir” os planetas.

O que se vê na telona é um show de efeitos, trilha sonora adequada (reutilizando inclusive a música original), ótima mixagem e edição de som (com ressalva apenas para o som do veículo utilizado por Kirk, extraído por completo de Star Wars), bom elenco e direção.

J. J. Abrams (diretor da série Lost e produtor de Cloverfield) prova que tem feeling para fazer sucesso. Comparando com Watchmen, por exemplo, em que Zack Snyder jogou-nos informações até o fim do filme, sobrepondo algumas e deixando outras cheias de pontas, aqui o diretor soube lidar com o emaranhado de informações, fornecendo-as quase todas no início do filme, mas desenvolvendo-as bastante até o final, quando tudo se amarra, sem deixar o espectador confuso. Além disso, fez e aconteceu na produção, teve quem quis no elenco (descartou Matt Damon para o protagonista, por achar velho demais pro papel) e concluiu o filme sem maiores interferências do estúdio, a Paramount, cuja maior intervenção foi quanto a data de estréia, seguindo o exemplo da Warner (no caso do sexto Harry Potter), adiando de novembro de 2008 para maio de 2009, já que a concorrência no verão desse ano será menor, por causa da defasagem de produção causada pela greve dos roteiristas, no ano passado.

O elenco foi bem escolhido (ao contrário de outro blockbuster da temporada, Wolverine), à exceção do papel de James Kirk (Chris Pine é um cara esquisito, de lábios leporinos que dão agonia, pele originada por vulcões e interpretação mediana), com destaque para os papéis cômicos de Anton Yelchin (russo de sotaque hilário, o mais jovem tripulante da nave Enterprise) e Simon Pegg (o desastrado Scotty, trazido para a nave por Kirk, numa de suas excursões ao futuro), além de Leonard Limoy, obviamente à vontade no papel que até então era só seu, o Dr Spock, que agora o interpreta quando velho, passando sua versão jovem para o estreante em cinema Zachary Quinto.

Ainda é cedo para dizer, mas acho muito difícil que outro filme tome o Oscar de efeitos visuais deste aqui, que são incríveis e com um acabamento invejável (ao contrário de Wolverine, de novo!). A cena de implosão de um dos planetas é belíssima. Fiquei imaginando assistí-la (assim como todas as cenas de galáxia) em 3D, pois amplificaria ainda mais a sensação de êxtase que tive, de ser devorado pela grandiosidade das imagens.

O filme se encerra com o texto que introduzia os capítulos da série e deixa um gosto de “quero mais”.

“Vida longa e próspera”, deseja o velho Dr Spock ao jovem Kirk em certa altura do filme. “Vida longa e próspera”, desejo eu à franquia que se reinicia.


Ficha:

Star Trek

(EUA/Alemanha, 126 minutos, 2006)

Dir.: J. J. Abrams

Com: Chris Pine, Zachary Quinto, Leonard Limoy, Eric Bana, Simon Pegg, Winona Ryder...

Nota: 8,2

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera

Se você está em dias de estresse, nos quais nada te acalma, respire fundo, esqueça (momentaneamente) os compromissos e assista à dica de hoje, que vai para o filme que me proporcionou uma das experiências mais interessantes dentro do cubo mágico.

O filme de título comprido em questão foi dirigido por Kim Ki-Duk (Caza Vazia, O Arco, Time), conceituado diretor sul-coreano, e abocanhou um monte de prêmios em festivais mundo afora.
Retrata a vida de dois monges, um idoso e outro jovem. Tudo o que vemos são as situações vividas por eles em estações e anos diferentes e o ciclo de vida que vai se formando.
"Desamarrar para não morrer e para não induzir à intenção de matar", o que na interpretação do meu português ruim se tornaria “desapegar-se (das coisas materiais) para não sufocar-se e para não corroborar com a selvageria capitalista” : esse é o principal ensinamento budista transmitido pelo longa, que melhor o define.
Apesar de praticamente não ter falas, o andamento do filme não é nada cansativo, pelo contrário, vai-se aos poucos captando a serenidade dos personagens e cada vez mais nos vemos vidrados na tela, na bela fotografia e no desfecho da história.

Nele, o silêncio fala (e muito), mas não fala alto. Fala baixinho, sussurrando belas palavras, nos relaxando até ficarmos bem calminhos e nos colocando num estado “zen” por pelo menos algumas horas depois do término do filme. Ele é o terceiro protagonista do filme.
Como disse Pitágoras, "não existe silêncio, tudo é música na natureza".
Sem dar lição de moral, mas transparecendo e nos fazendo refletir sobre como devemos dar mais valor às coisas simples da vida, sem nos prendermos às matérias deste mundo.
Não que nos fará mudar completamente os hábitos mundanos do ocidente, mas a reflexão paira na mente e isso já é válido.

"Primavera, verão..." contempla a filosofia budista, a paciência e a serenidade. É música silenciosa para nossos ouvidos e nosso corpo.

Trailer do filme:

Bom yeoreum gaeul gyeoul geurigo bom

(Coreia do Sul, 100 minutos, 2003)

Dir.: Kim Ki-Duk

terça-feira, 5 de maio de 2009

32 Mastigadas em Goiânia!

Queridos leitores, o post de hoje será breve e o primeiro de muitos (espero) sobre algo relacionado ao produtor Fred Burle.

É com orgulho (e com o coração partido por não poder estar presente) que anuncio que um dos curtas que produzi, o 32 Mastigadas: 16 N e 16 S, passará nessa quarta-feira, dia 06/05, no 2º MIAU (Mostra Independente do Audiovisual Universitário), que acontecerá no Cine Goiânia Ouro, obviamente em Goiânia, às 19 horas. Mais tarde, às 22 horas, vai rolar também showzinho pra galera e no dia seguinte, às 16:45, também farão um debate com as equipes dos filmes do dia anterior.

“32 Mastigadas” é um filme que mistura conceitos de documentário e vídeo-arte, numa transposição para as telas do sentimento indigesto que pessoas podem ter ao conhecer Brasília, essa sensação de engolir e ser engolido pela capital federal. Captamos lindas imagens da cidade e as intercalamos com cenas de estúdio que fazem essa analogia com os monumentos e tipos contidos nela, culminando num banquete em plena Esplanada dos Ministérios, onde os nossos personagens farão enfim a degustação de elementos da cidade.

Foi o maior trabalho fazer, mas poder contar com uma equipe tão bacana foi um prazer e nossa harmonia só podia resultar num produto de qualidade, do qual tenho o maior orgulho!

E claro, não posso deixar de agradecer àqueles que tornaram possível a realização do curta, que são o nosso patrocinador maior Expand Comércio de Vinhos (vale a pena conhecer. É um restaurante super agradável), o Cine Locações (do querido Naji, que nos apoiou com equipamentos de iluminação), a UnB (que nos deu o cenário todo branquinho que vocês verão no filme e otras cositas más) e a Casa das Artes.

Então, pessoal de Goiás (sei que alguns daí lêem o blog!) que puder ir, vão e não se arrependerão!

O festival recebeu nesse ano 243 inscritos e destes, 47 foram selecionados para compor a Mostra Competitiva, dentre eles o “32”! A cerimônia de encerramento e a entrega dos prêmios serão no sábado, dia 09/05.

Quem quiser mais detalhes sobre o festival, programação, sinopses, etc pode entrar no site do MIAU.

Enfim, estou feliz e nervoso. Torçam por nós!

MIAU pra vocês!

Palavra (En)cantada

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

(aplausos) É assim, lindamente, que Maria Bethânia recita Eros e Psique, de Fernando Pessoa, em um dos trechos singelos e agradáveis do documentário Palavra (En)cantada, de Helena Solberg.

Eu não podia deixar de brindar vocês com esse poema, já que nele está contida a alma do filme: a palavra, a poesia, um canto, um amor, uma língua.

Língua essa, coitada, que anda judiada, toda acuada, que de tão maltratada, não sabe mais de nada. Perdeu a identidade, implorando por dignidade. “- Mas o que importa em sua forma, se podem sempre fazer-lhe uma reforma?”

Deixando de lado meus versinhos cafajestes, digo que esta sim, é uma grande homenagem à língua portuguesa, que em todo seu esplendor e grandeza, já rendeu tantos textos e músicas, de belíssima riqueza! (que irritante e contagiante isso de rimar!) Por aqui vou parar. Vamos aos fatos.

Quando li sobre o filme, chamou-se a atenção a quantidade de bons músicos e pensantes que depunham no filme: Chico Buarque, Lenine, Adriana Calcanhoto, Tom Zé, Martinho da Vila, Maria Bethânia, Zélia Duncan, entre outros. Não seria possível que esses artistas, que em sua maioria não gostam de dar entrevistas e não aparecem à toa por aí, colocariam seu nome num produto ruim. Têm eles inteligência para argumentar e contar histórias interessantes sobre quem foi/é a favor ou contra essa mistura de poesia e canção.

Então, o tempo foi passando, o filme já estava em cartaz há dois meses ou mais, o boca-a-boca se fez, um bom público aplaudiu, resolvi finalmente assistir ao filme. Ainda bem que tive esse privilégio de ter 90 minutos tão agradáveis e inteligentes.

A proposta do filme é algo tão abrangente que seria muito fácil resultar em algo perdido em própositos e chato nos depoimentos. O que acontece é que a direção teve coerência nas entrevistas, enriqueceu-se de material e chutou pro montador fazer o gol! Helena Solberg resolveu tratar da relação entre a poesia e a música e a difícil transposição daquela nesta, o que por vezes resulta em algo muito feliz. Fez então, uma viagem na música brasileira, indo de poetas provençais a rappers, da bossa nova ao tropicalismo, do carnaval de rua à nova mpb.

Com uma pesquisa de imagens de arquivo primorosa, Palavra nos traz poetas como Waly Salomão, Hilda Hilst (adoro), Vinícius, Cartola e por aí vai, num misto de saudosismo e contemplação.

Há ainda, depoimentos hilários e (aparentemente) sem pé nem cabeça, de malucos como Lenine, Tom Zé e Caetano Veloso para completar o programa com sorriso no rosto e ouvidos limpos.

Recomendo a todos que gostam de boa música e principalmente, aos que gostam de poesia. Lindo lindo! Sem palavras.

Como disse Tom Zé: “- Uma canção é o inefável!”


Trailer do filme:


Ficha:

Palavra (En)cantada

(Brasil, documentário, 86 minutos, 2009)

Direção: Helena Solberg


Nota: 9,0

 
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