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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Boca no Lixo

Hoje é dia de curta.

Semana passada, a Lígia Benevides disponibilizou na net o curta Boca de Lixo, que foi dirigido por ela e pela pela Marcela Borela, em 2007.

É um documentário goiano sobre a questão do lixo na visão daqueles que trabalham diretamente com este subproduto da humanidade. Varredores de rua e coletores de lixo domiciliar abrem suas bocas para falar sobre o trabalho de limpeza urbana que executam e sobre a problemática do lixo, na qual estão diretamente inseridos.

O filme conquistou 03 prêmios durante sua carreira em festivais e mostras de cinema: Melhor Curta Goiano no 3º Festival de Cinema Brasileiro de Goiânia (2007); Melhor Documentário (Júri Popular) na 4ª Mostra Mosca - Mostra Audiovisual de Cambuquira/MG (2008); e Menção Honrosa na 8ª Mostra de Cinema de Taguatinga/DF (2007).

Foi também exibido em diversos outros festivais, como foi o III Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual (2008); 8ª Goiânia Mostra Curtas (2008); CineFest Ambiental – Pacoti/CE (2008); FestCine Amazônia (2007); VII Mostra Petrobrás de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros/GO (2007); Programação oficial do IX FICA (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental) - 2007.

Quem quiser saber mais detalhes do curta, o blog da Lígia é o www.poizentao.blogspot.com

Abraço e boa sessão!





Ficha Técnica

Realização - Idéia Produção e Nóis Produções

Direção e Roteiro - Lígia Benevides e Marcela Borela

Coordenação de Produção - Marcos Tomazett

Produção - Marcela Borela

Coordenação de Pós-Produção e Divulgação – Lígia Benevides

Edição de Vídeo e Áudio/Finalização - Leandro Lima "Pezão"

Direção de Fotografia - Raimundo Alves

Direção de Arte - Vinícius Lousa

Câmeras - Raimundo Alves, André Luiz Neves e André Luiz Fernandes

Música - Control.Z (Rogério Pafa + Zup)

Still- Vinícius Lousa

domingo, 28 de junho de 2009

Jean Charles

O desfecho da história real de Jean Charles de Menezes todos conhecem. Sua morte comoveu o mundo e manchou a reputação da polícia londrina, famosa por não costumar usar armas em suas operações e que, em 2005, confundiu o brasileiro com um terrorista e assassinou-o, no metrô de Londres.

A transposição dos últimos meses do jovem para as telonas era só questão de tempo e tinha tudo para ser um grande filme. A direção do filme foi inicialmente oferecida a Fernando Meireles, que tinha outros projetos e indicou à BBC – que seria a empresa produtora do filme – o diretor Henrique Goldsman. Sabiamente, a BBC desistiu de bancar o filme quando o novo diretor insistiu que queria contar a história do Jean Charles, ao invés de priorizar a investigação e o questionamento sobre os fatos. Mas quem era Jean Charles? Um “Zé Ninguém”, tão comum quanto todos os outros que batalham por uma vida melhor no exterior. Não fosse a tragédia que aconteceu com ele, não seria inspiração para um filme.

E foi a teimosia do diretor que levou o longa ao fracasso, como produto. Já começa errando nos letreiros iniciais, com letrinhas amarelas, imitando escrita de criança, como se fôssemos assistir uma aventura ou um Juno da vida. A escolha por trabalhar com atores sociais, ou seja, não-atores, também não foi acertada, dando um tom ainda mais amador e forçado às cenas, captadas no formato digital, que (nesse caso) não contribui para a estética.

O que fica em primeiro plano é a história de brasileiros que sofrem todo tipo de humilhação quando chegam em Londres (poderia ser qualquer outro país) e até existem alguns momentos nos quais isso funciona, como na cena em que o protagonista caminha com sua prima e eles discutem sobre a finalidade de estar ali, quando ela diz que ele estava esquecendo das suas origens. Mas não é para ver essa história que as pessoas irão ao cinema.

Para piorar a situação, o personagem Jean Charles foi mal construído, cheio de espertezas que o pintam como um deus (ou chefe de tráfico!) naquela comunidade. Mais parece um agente de empregos. Mas ele é cheio de inescrúpulos: mente para a polícia, passa a perna no patrão e nos amigos. Só causa antipatia no espectador, dificultando a mensagem de clamor por justiça, ao invés de impulsionar as discussões sobre o fato.

Jean Charles é um filme desprovido de emoções e falta-lhe uma parcialidade mais ousada (cadê a cena polêmica para alimentar notícias, debates e publicidade?), um pulso firme para lhe conduzir. Os únicos momentos que poderiam causar maior impacto são na cena da morte, engatada com a declaração de Ian Blair, dizendo que o jovem recusou-se a obedecer a polícia e na (fraca) cena em que autoridades da Scotland Yard visitam a família de Jean Charles no Brasil, oferecendo-lhes um cheque como forma de pedido de desculpas. Mas ambas ficam no “quase”.

O resultado de tantos erros é um filme perdido, sem razão de existir.

Um pouquinho de influência de Gus Van Sant (Elefante e Paranoid Park) e Michael Moore (Tiros em Columbine) faria muito bem à obra.

Era para ser um filme “soco no estômago”, mas o meu, pelo menos, não sentiu nem coceguinha.



Trailer


Jean Charles
(Brasil/Inglaterra, 90 minutos, 2009)
Direção:
Henrique Goldman
Roteiro: Marcelo Starobinas e Henrique Goldman
Produção: Carlos Nader, Henrique Goldman e Luke Schiller
Produção executiva: Stephen Frears
Música: Nitin Sawhney
Fotografia: Guillermo Escalón
Com Selton Mello, Vanessa Giácomo, Luiz Miranda


Nota 4,5

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Transformers: A Vingança dos Derrotados

Sinto muito, mas se surgir um terceiro Transformers, eu passarei longe sem pestanejar. O primeiro era fraquinho, mas tinha lá seu quê de novidade. Agora, esse segundo...

Ao Michael Bay só parece interessar a grana. Definitivamente, ele é um sujeito que não faz a mínima questão de ter critérios com seus filmes. Seus únicos cuidados são os de seguir a cartilha de caça-níqueis vazios. Ou ele tem preguiça de pensar ou então não tem o menor respeito pelo que chama de cinema ou simplesmente não tem neurônios mesmo. Visualizo-o dizendo “Stupids, gimme your money! Hahaha”.

No primeiro filme, dois grupos de robôs gigantes (Autobots bonzinhos e Decepticons mauzões) que se transformam em aparelhos eletrônicos chegavam à Terra, onde disputaram a posse de um artefato alienígena, o Energon. Nesta continuação, o tal Energon está desaparecido e o mapa para encontrá-lo fica na cabeça de Sam (Shia La Beouf), que quer agora levar uma vida normal, partindo para a faculdade e deixando para trás família e sua namorada (Megan Fox botocada). Ao mesmo tempo os Autobots (concentrados nos EUA) passam a trabalhar junto com o governo em uma nova agência, mas enfrentam resistência interna. Os Decepticons (cuja base fica... na Rússia!) vão atrás de Sam na faculdade para “tirarem” dele as informações para encontrarem o Energon, que os possibilitaria dominar o mundo (ui, que medo). Começa a perseguição e a guerra entre as classes de robôs em busca da salvação ou destruição do planeta. Criativo, não?! To be continued...



(Pausa para observação: desculpem, mas o post será comprido. Nunca rascunhei tanto durante uma sessão e não vou perder a quantidade de observações que fiz... Percam tempo lendo isso. Pelo menos pode evitar que vocês percam 156 minutos de suas vidas assistindo essa podreira)



A introdução à la Apocalypto (blergh!) anuncia a seqüência de equívocos que estava por vir. Assim como o filme de Mel Gibson, ela não tem a menor razão para existir. Aí vamos para a metralhadora de bobagens que é o núcleo da família de Sam (um Shia La Beouf pior que o de costume, com tiques de possessão que dão mais nervoso nos espectadores do que nele mesmo), cheia de piadinhas plagiadas de qualquer besteirol americano, com a mãe histérica e o pai banana levando o filhinho à faculdade, onde este dividirá o quarto com uma espécie de “nerd-alienado” (!), que faz do quarto uma base de criação de programas idiotas de computador, obviamente cheio de pôsteres de mulheres peladas na parede. Essas cenas são praticamente uma paródia das paródias de qualquer seqüência de Todo Mundo em Pânico e genéricos.

Haja diálogo sofrível! Até os robôs (que acreditem!, sentem dor, choram, soltam pum e até sangram) disparam a todo momento piadinhas que poderiam perfeitamente sair da boca de qualquer Stifler. Os amigos de Sam são tão sequelados quanto a dupla Jay and Silent Bob de Kevin Smith. O único carismático da história é o divertido Bumblebee, o Camaro Autobot defensor dos protagonistas.

O cenário do “esconderijo” do chefão dos Decepticons lembrou-me o esconderijo dos vilões de Xuxa Contra o Baixo Astral (juro).

O roteiro é assinado por Roberto Orci e Alex Kurtzman, autores de outras histórias também fracas, como primeiro Transformers, M.I. 3, A Lenda do Zorro e vários episódios das antigas séries de tevê Xena e Hércules. A única coisa decente (e bota decente nisso) que eles escreveram foi o roteiro do novo Star Trek! Eles não conseguem sequer seguir a cartilha da “Jornada do Herói”, que fez o sucesso de metade dos filmes de Hollywood pós O Mágico de Oz. Inicialmente eles recusarão a assinar esse roteiro, pois tinham outros compromissos. A Dreamworks tentou contratar outros roteiristas, mas ficaram decepcionados com as idéias que lhes foram apresentadas e insistiram aos dois para que voltassem ao projeto. Se esse foi o melhor roteiro que eles conseguiram, imaginem as pérolas que devem ter lido dos outros roteiristas! Vá de retro, Satanás!

Até a decupagem é mal feita, com excessivos planos vertiginosos e circulares. Até um amigo meu, que é fanático com esses filmes lotados de ação, admitiu que não aguentava mais ver tudo rodando!

O único capricho do filme reside nos efeitos visuais sensacionais, bastante evoluídos com relação ao primeiro filme, mas que mesmo assim, apresentam seus momentos de descuido. Na cena da floresta, dois robôs lutam e (ou eu tive uma ilusão de ótica ou eu realmente vi isso) o braço de uma deles “atravessa” uma árvore sem quebrá-la! Fora o fundo de cromaquí mal acabado.

Quem insistir em conferir essa proeza de Michael Bay, perceberá ainda um monte de referências (coitadas das referências), principalmente na elaboração dos robôs. Tem robô King Kong, robôs gremlins, um robô Gandalf (que tenta narrar os primórdios dos robôs como cate Blanchett fez em O Senhor dos Anéis). Fora as inovações, como o cão robô que trepa em Megan “Angelina” Fox e o robô com testículos (hã!?).

No final, ainda somos brindados com uma cena inspirada em Amor Além da Vida, na qual só o botox de Megan poderá salvar o herói da morte (rsrs). Só faltou Michael Bay se auto-homenagear, tocando o clássico do Aerosmith em Armaggedon, I Don’t Wanna Miss a Thing!

Vou dar uma de amigo: “ - Depois não digam que não avisei...”

Ufa! Desabafei!



Transformers 2: A Vingança dos Derrotados

(Transformers: Revenge of the Fallen, EUA, 156 minutos, 2009)

Dir.: Michael Bay

Com Shia La Beouf, Megan Fox, John Turturro...

Nota 3,5 (1 ponto pelos efeitos, outro pela pipoca que comi no cinema, outro por pena do Bumblebee e mais 0,5 pelos raros momentos nos quais as piadas cretinas me fizeram alguma cócega)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Good News

De vez em quando, surge uma luz no fim do túnel...

Deu na Folha de São Paulo:

Cinemateca recupera arquivo da TV Tupi
Acervo, agora disponível na internet, tem reportagens desde os anos 1950.

Ainda em andamento, projeto já restaurou cerca de 3.000 vídeos da 1ª emissora do Brasil, e parte de jornais como o "Repórter Esso"

A Cinemateca Brasileira colocou em seu site mais de 3.000 reportagens feitas para a extinta TV Tupi (1950-1980), a primeira emissora do Brasil.

O projeto Resgate do Acervo Audiovisual Jornalístico da TV Tupi, patrocinado pelo Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos do Ministério da Justiça, visa recuperar um total de 400 mil vídeos. A empreitada é grande, já que para cada uma hora de material finalizado são de 20 a 30 horas de trabalho.

São filmagens captadas em 16 mm pela equipe no Brasil e no exterior por agências internacionais. Muitas delas estão sem áudio, porque eram acompanhadas por locuções ao vivo, das quais o único registro é o roteiro datilografado.

Esses scripts também estão sendo microfilmados pelo Arquivo do Estado de São Paulo.

A ideia é, numa segunda fase do projeto, recriar em estúdio locuções mais conhecidas como as do "Repórter Esso".

Além deste, as imagens históricas abrangem conteúdo de vários telejornais da época, como "Edição Extra", "Diário de São Paulo" e "Ultranotícias".

Entre os assuntos cobertos, está o noticiário político, como a queda de Juan Domingo Perón, na Argentina, em 1955, ou a Guerra do Vietnã. Também não faltam temas de variedades e esportivos (veja ao lado).

Para o coordenador de preservação Millard Schisler, "há uma urgência" nesse projeto. "Estamos lutando contra o tempo para restaurar um material de fragilidade fenomenal. Já há hoje uma pequena porcentagem que não é mais possível telecinar [transpor de película para vídeo]. Mas é emocionante trazer de volta um minuto que seja de uma história que ninguém mais conhece."

Para Fábio Kawano, coordenador de catalogação, há uma riqueza nas cenas corriqueiras. "É interessante ver como eram retratados casos de roubos ou o trânsito na rua Augusta."

(LÚCIA VALENTIM RODRIGUES)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Esse filme é Lóki, bicho!

Costumo ir ao cinema nos primeiros horários do dia. Além dos ingressos mais baratos, as sessões estão sempre mais tranquilas, sem aquele “mundaréu” sub-17 fazendo zoeira e me desconcentrando do mais importante: o filme.

Pois bem. Nesse sábado, resolvi abrir uma exceção, já que o filme que eu gostaria de ver, absurdamente entrou em cartaz, em Brasília, numa única sala, com um só horário (21:20) e num dos menores cinemas da cidade (o do Liberty Mall). Não me arrependo da exceção.

Foi naquela noite de sábado que tive, dentro daquele cubículo mágico, momentos de pura distração, utilmente aliados à rica absorção de informação e cultura, além de muita música boa. Esqueci de tudo, inclusive da baixa qualidade da sala e da projeção que aquele cinema proporciona (fui reclamar para a moça que o filme estava escuro, desde os trailers, e a cara-de-pau me disse que filmes digitais são assim mesmo. Alguém conta para ela que o coitado do digital não tem nada a ver com isso? Humpf).

O diretor Paulo Henrique Fontenelle, estreante em longa-metragem, leva às telas a cinebiografia de Arnaldo Baptista, o fundador de uma das maiores bandas que este país já teve: Os Mutantes. Em sua formação original, além de Arnaldo, Sérgio Dias (seu irmão) e Rita Lee.

Em tempo: Lóki é o nome de uma música do álbum homônimo que Arnaldo lançou logo após o término dos Mutantes. Um álbum marcado por letras fortes, tristes, mas aclamado por muitos como um dos melhores álbuns já lançados no Brasil, quiçá no mundo.

Com um roteiro linear, vimos, sem pudores ou máscaras, as principais fases de vida pela qual passou o mutante Arnaldo. Desde a rápida ascensão, no final da década de 60, a aclamação da crítica e do público (mundialmente), passando pelo casamento conturbado com Rita Lee, o esfacelamento da banda, o envolvimento com as drogas, o internato no hospício, a tentativa de suicídio, o encontro com seu definitivo amor e salvadora Maria Lúcia, culminando com o retorno triunfal em 2007, quando retomou a banda Mutantes ao lado do irmão e com Zélia Duncan no lugar de Rita Lee, no show arrebatador apresentado no Barbicam Theater, em Londres. Prefiro resumir assim o filme, para não estragar os detalhes e entregar as histórias geniais contadas pelos depoentes (Gilberto Gil, Sérgio Dias, Zélia Duncan, Sean Lennon, Kurt Cobain, John Ulhoa, Devendra Banhart, Lobão, Nelson Motta, etc).

Permeiam a narrativa, inúmeras cenas do artista em contato com a arte que descobriu também ter o dom, enquanto estava em processo de recuperção: a pintura. São quadros cheios de palavras soltas e figuras simples, mas que dizem uma clara mensagem ao estarem inseridas nesse contexto.

Um ponto me incomodou no filme: o diretor dá espaço demais para a “fase Rita Lee”. É mais demorada do que devia. Chega a ser cansativa. Apesar de ser uma etapa crucial na vida do retratado, é desnecessário dar tanto tempo a ela, mesmo que fosse para compensar o fato de que ela recusou-se a dar seu depoimento (mais incômodo). A roqueira desperdiçou uma grande chance de esclarecer os fatos e contar, finalmente, o seu lado da história. Decepcionante a recusa dela. Mas... cada um é cada um e ela não parece ter superado seja-lá-o-que-for-que-tenha-acontecido na separação.

Com sua voz peculiar e sua dicção afetada, Arnaldo encanta pela sua história, pelo seu carisma e simplicidade e principalmente, pela sua alegria de viver. Como é maravilhosamente dito em sua Balada do Louco: “Mas louco é quem me diz que não é feliz...”

Não é saudosismo de minha parte, até porque não tenho idade para tal, mas caio no velho discurso de que “a juventude precisa conhecer a história do seu país” e Arnaldo fez história na nossa música.

Lóki é mais um ótimo documentário nacional sobre músicos nossos, unindo-se a outros grandes exemplos, como Fabricando Tom Zé, Cartola – Música para os Olhos e Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei, entre outros.

Se alguém ainda não tem consciência da importância de Arnaldo Baptista, que a tome então com esse filme.

Cê tá pensando que eu sou lóki, bicho?” Então assista e me responda essa questão!



Trailer


Lóki - Arnaldo Baptista
(idem, Brasil, 120 minutos, 2008)
Dir.: Paulo Henrique Fontenelle

Nota 7,9

sábado, 20 de junho de 2009

Curta metragem brasileiro é premiado em Tóquio

O curta-metragem “A Menina Espantalho”, do brasileiro Cássio Pereira dos Santos, acaba de ganhar o prêmio do público na categoria internacional no Short Shorts Film Festival , que aconteceu essa semana, em Tóquio, no Japão.

O festival é o maior festival asiático de curtas-metragens e tem concorrentes do mundo inteiro.

“A Menina Espantalho” conta a história de duas crianças que querem defender o meio-ambiente.

Feito para a TV Brasil, já havia sido exibido em novembro do ano passado, no 41º Festival de Brasília, onde ganhou os prêmios de melhor roteiro e melhor curta pela Câmara Legislativa do DF.

Naquela ocasião, falei rapidamente com o Cássio (obviamente feliz) e ele pareceu-me um cara que leva muito a sério o que faz, bem simpático e provavelmente por isso, é muito querido pelos professores da UnB, onde estudou Audiovisual.

Parabéns a ele e a toda equipe do filme (que teve como assistente de fotografia a minha amiga Dani Azul!), que é muito bonitinho e mereceu os prêmios!

Abaixo, um trechinho, disponibilizado pelo próprio diretor, no Youtube.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Vincent: o primeiro curta de Tim Burton

Resolvi iniciar uma série de posts sobre curtas-metragens. Afinal, é o meu habitat e faço questão de mostrar às pessoas que podem-se fazer filmes muito bons de curta duração. Obviamente, não mostrarei curtas muito recentes, até para não atrapalhar a carreira deles nos festivais, pois não gostaria que fizessem isso comigo. Então, em sua maioria, serão curtas disponíveis por aí na net, como é o caso do curta de hoje, que pode ser encontrado até no Youtube.

É uma pena que haja tão pouco espaço para os curtas no Brasil, limitando-se basicamente aos festivais, à net (no Brasil, principalmente o PortaCurtas), raras sessões do Curta às Seis, da rede Cinemark ou, com um pouco mais de sorte, ser vendido ao Canal Brasil para algumas exibições.

Quem não gosta de assistir aos curtas que sempre precedem os filmes da Pixar? Por que não tomá-los como exemplo e fazer disso um costume?

No Brasil, há uma lei que limita os trailers de cinema ao máximo de 15 minutos. Tempo esse que vem sendo substituído por uma overdose de propagandas indesejáveis. Por que não diminuir um pouquinho esse tempo e inserir um curta antes do filme? Grande parte das mostras do CCBB, por exemplo, têm suas sessões montadas com um curta e um longa e isso faz o maior sucesso...

Deixando a discussão de lado, o curta que escolhi para postar hoje é de um dos meus cineastas favoritos: Tim Burton. Logo após terminar o colegial, ele ganhou uma bolsa da Disney para estudar no Instituto das Artes da Califórnia, onde estudou animação por três anos, até ser contratado pelos estúdios do Mickey para ser aprendiz de animador.

Foi nessa época (1982) que Burton fez seu primeiro curta, sob forte influência dos filmes de horror dos anos 30, do expressionismo alemão e dos poemas de Edgar Allan Poe. Assim nasceu Vincent, um curta de 6 minutos que conta a história do garotinho do título, através de um poema escrito pelo próprio Burton (inspirado na sua própria infância) e narrado por ninguém menos que Vincent Price, um dos principais atores dos filmes de terror B norte-americano, maior inspiração do Tim Burton nessa época. Tanto que o nome do personagem é Vincent (imaginem contar com seu ídolo já no seu primeiro trabalho?!)!

Vincent é uma preciosidade e já revela as principais características dos filmes de Tim Burton. O cara já chegou dando seu recado. O resto é história!

P.S.: quem assistir e gostar, pode também baixar, via torrent, o segundo curta dele, Frankenweenie (com legendas em português). Gostaria de postar esse também, mas é maior (29 minutos) e o tamanho não seria permitido pelo blogspot...




Fontes: Wikipedia e MakingOff

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Último Rei da Escócia

O escocês Nicholas Garrigan acaba de se formar em medicina e decide que quer fazer carreira no país de Uganda, acreditando ser aquele um lugar que lhe proporcionará aventuras e também desafios na carreira, ao ajudar a comunidade carente do local.

Uganda vivia um processo de transição de líderes do país. O general recém-empossado Idi Amin assumira o poder com forte aceitação do povo, sendo ovacionado por onde passava.

Um dia, Garrigan é chamado às pressas para resolver um problema: o general acabara de atropelar uma vaca (!) e ambos se feriram.

A curiosa habilidade do jovem para contornar a situação chama a atenção de Idi Amin, que ao descobrir a origem do rapaz (o general era obcecado pela cultura escocesa), o convida para ser seu médico particular. Contrariando os objetivos de sua mudança para Uganda, Garrigan (James McAvoy, ótimo) aceita o convite e assume, além do cargo de médico, o papel de conselheiro do líder.

No decorrer de seu governo, Idi Amin foi levantando cada vez mais suspeitas e começaram a surgir denúncias sobre massacres liderados por ele, gerando uma onda de terror no país.

Como todo diabo é conquistador, o jeito simples de Idi Amin conquistou o rapaz de forma quase cega, sendo difícil este acreditar nas atrocidades cometidas por aquele. Mas toda a imagem maravilhosa criada por Garrigan começa a ser destruída à medida que ele vê desaparecerem todos aqueles que de alguma forma tentaram denunciar o general.

A essa altura, já é tarde. O envolvimento dos dois é tão grande, que dificilmente Garrigan conseguirá fugir do país e do general.

É tão competente a interpretação de Forest Whitaker como Idi Amin, que ele consegue despertar no expectador os mesmos sentimentos que tomaram o médico Garrigan. É difícil não se render ao carisma do general nas primeiras cenas. Carisma que vai sendo substituído por um medo tremendo do desconhecido, seguido por último pela raiva dos atos de terror praticados pelo general e que foram escondidos por tanto tempo.

O roteiro (muito bom) é assinado pelos mesmos profissionais do filme A Rainha, Jeremy Brock e Peter Morgan, que tomaram como base o livro de Giles Foden. Outro elemento legal do longa é a trilha sonora, com músicas cheias de elementos africanos, mas todos usados com competência, sem a intenção de estigmatizar personagens e locais.

Merecidamente vencedor do Oscar de melhor ator por Whitaker e injustamente passou despercebido pelo público.

É o primeiro filme de ficção do diretor Kevin MacDonald, que dirigia anteriormente documentários, dentre eles Um Dia em Setembro (1999), trabalho pelo qual ganhou o Oscar da categoria. Atualmente, ele está em cartaz com o fraco Intrigas do Estado.


Trailer



O Último Rei da Escócia

(Last King of Scotland, Inglaterra, 121 minutos, 2006)
Direção: Kevin MacDonald
Roteiro: Jeremy Brock e Peter Morgan, baseado em livro de Giles Foden
Produção: Lisa Bryer, Andrea Calderwood, Christine Ruppert e Charles Steel
Música: Alex Heffes
Fotografia: Anthony Dod Mantle
Direção de Arte: Joshua Barraud
Figurino: Michael O'Connor
Edição: Justine Wright

Com Forest Whitaker, James McAvoy, Gillian Anderson


Nota 8,0

terça-feira, 16 de junho de 2009

Cinzas e Neve

A maioria das obras é feita para contar uma história, passar uma moral, levantar discussões ou imprimir opiniões.

Vez por outra, surge algo além disso. É o caso de Cinzas e Neve, realizado pelo artista canadense Gregory Colbert, para ser exibido em sua exposição itinerante Ashes and Snow, uma instalação composta de filmes e fotografias de enormes proporções, captados por ele durante 15 anos, em suas mais de 40 viagens a diversas regiões, como a Índia, a Namíbia, o Egito e a região de Bornéu, entre outros belos lugares.

Para viabilizar a exposição, o arquiteto colombiano Simon Vélez projetou o Museu Nômade, construído a partir de contêineres e outros materiais reciclados. O museu foi inaugurado em Nova Iorque, em 2005, já passou por diversos outros países, tendo sido vista por mais de 10 milhões de pessoas, tornando-se a exposição de um artista vivo mais vista de todos os tempos.

A exposição, composta de fotografias, um filme de longa-metragem e dois curtas-metragens “Haiku”, tem previsão de vinda ao Brasil ainda nesse ano, provavelmente com instalação em São Paulo.

Ashes and Snow – o Filme, foi montado por Pietro Scalia (vencedor de dois Oscar) e é narrado, na versão inglesa, por Laurence Fishburne.

O título refere-se às poesias recitadas no decorrer do documentário, extraídas do livro Ashes and Snow: A novel in letters, do próprio Colbert, que foi publicado no Brasil pela primeira vez em 2004, sob a tradução “Cinzas e Neve: romance epistolar”, um relato ficcional de um homem que, numa viagem de 365 dias, escreve diariamente uma carta à sua mulher. A narração revela, aos poucos, extratos dessas cartas.

O mais espetacular no filme é a sua fotografia, em tons de terra (sépia), com enquadramentos que proporcionam uma profundidade de campo incrível, geralmente sem movimentação de câmera e em ritmo lento, contemplando cada um dos movimentos dos bailarinos, que dançam em meio a elefantes, peixes, baleias, onças e outros animais. Homens e bichos entrelaçam-se, num belíssimo balé, que contempla a natureza em seu esplendor, proporcionando ao espectador uma experiência audiovisual única.

As imagens são deslumbrantes. Parecem saídas dos sonhos de Fellini. Acrescidas de uma trilha sonora quase meditativa, proporciona-nos uma viagem inesquecível.

Na cena final, um casal dança em meio aos peixes e seus corpos parecem esculturas de bronze.

O trecho recitado no final, poético como todos os outros, deixa bem clara a proposta do filme. Se havia em mim alguma dúvida quanto ao êxito do filme como cinema (alguns planos têm um quê de estética publicitária), essa dúvida esvaiu-se em meio à emoção causada pela reflexão e meditação exercidas durante o filme.

São 63 minutos nos quais esquecemos do mundo em que vivemos e somos transportados para um mundo muito mais bonito e pacífico. É para sair assistir e ficar de alma lavada.

As baleias não cantam porque têm uma resposta. Elas cantam porque têm uma canção”. Ashes and Snow é assim: não é feito para contar uma história. Sua beleza é calculada para provocar a contemplação.



Obviamente, eu não faria todo este discurso para deixar vocês só na vontade, já que o filme não foi lançado no Brasil. Então, seguem o torrent e a legenda. É assistir e preparar o bolso para ir à exposição, quando ela estiver no Brasil! Abaixo, um aperitivo, que também mostra algumas imagens da exposição.


Aperitivo

Cinzas e Neve

(Ashes and Snow, EUA, 63 minutos, 2005)

Gênero: Documentário

Direção: Gregory Colbert


Fontes: MakingOff e Wikipedia.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O Agente da Estação

Fin é um sujeito com 1,35 metro, que vive fechado para o mundo, sempre irritado pelo fato de nunca poder passar despercebido na multidão, já que todo olham-no como se ele fosse uma “atração de circo”. Quando seu único amigo morre, deixando-lhe de herança um trailer abandonado numa estação de trem em uma pequena cidade, Fin vê no discreto lugar uma forma de enfim viver a sua tão sonhada “vida pacata”. Ledo engano. Lá ele também chama atenção dos moradores, mas alguns não lhe tratam com diferença e depois de tanto forçarem amizade com ele, acabam por concretizá-la. Duas dessas novas amizades destacam-se: Joe, o cubano, vendedor de hot dogs da barraca em frente à estação de trem, um cara excessivamente solícito (o típico 'forçante') e Olivia, uma mulher que possui alguns trágicos segredos.

Taí um filme tranquilo. Super simples, mas com a história tão bem contadinha, sem exageros. É redondinho. Apesar de ter um protagonista cuja deficiência (o nanismo) poderia sobrepor-se ao restante, o que mais importa aqui é a exposição da formação de amizades de maneira gradual, até chegarem ao ponto máximo de uma amizade, que é quando os amigos podem ficar juntos por horas, sem falar nada, que o silêncio não será constrangedor para nenhuma das partes. Apenas a presença já conforta.

A química entre os três atores é inusitada e as características de cada um de seus personagens tendem ao equilíbrio. Peter Dinklage (Fin) tem o papel de sua vida e Patricia Clarkson está excelente, no papel da Olivia, mas é Bobby Canavale quem cativa, com seu personagem divertido e inocente, mas que defende os seus quando é preciso.

Não é um filme para ficar divagando muito sobre ele (por isso a curta crítica). É para assistir e ter 90 minutos muito agradáveis.

É um filme singelo, de baixíssimo orçamento (menos de 500 mil dólares), mas que fez o maior sucesso em alguns festivais e passou a ser um indie muito bem cultuado.

Ganhou o BAFTA de Melhor Roteiro Original, dois prêmios no Independent Spirit Awards (melhor roteiro de estréia e melhor filme de baixo orçamento) e mais três prêmios no Festival de Sundance (melhor atriz para Patricia Clarkson, Prêmio do Público e Prêmio Especial do Júri).


Trailer (sem legendas)



O Agente da Estação
(Station Agent, 90 minutos, 2003)
Direção: Thomas McCarthy
Roteiro: Thomas McCarthy
Produção: Robert May, Mary Jane Skalski e Kathryn Tucker
Música: Stephen Trask
Fotografia: Oliver Bokelberg
Desenho de Produção: John Paino
Direção de Arte: Len Clayton
Figurino: Jeanne DuPont
Edição: Tom McArdle

Com Peter Linklage, Patricia Clarkson, Bobby Cannavale, Michelle Williams

Nota 7,0

domingo, 14 de junho de 2009

Música daqui, filme dali

O post de hoje não passa de uma brincadeira para começar a semana com bom humor.

Virou mania na web uns tais vídeos que encaixam numa cena de filme uma música não pertencente àquele filme, mas que encaixa-se perfeitamente à cena, quando fora do seu contexto. A série, pra quem quiser pesquisar no youtube, chama-se Innapropriate Soundtracks.
O filme 300 ao som de "We are the champions", do Queen, é sensacional!

Saiu uma nota sobre a série até num blog da Revista Época.
Há alguns vídeos que tendem à comédia, como a simpática Amanda Aouad dissertou em seu blog, que encaixam o ritmo da música com o ritmo do número musical; e há vídeos não tão cômicos, mas não menos interessantes, que encaixam perfeitamente a letra da música com o trecho do filme, como postou alguns exemplos em seu blog o Shaun Red. Quem quiser mais informações e vídeos de um ou outro caso, poderão encontrar nos links acima.

Não vou explicar muito, já que o vídeo fala por si.

O vídeo que escolhi para postar foi o que encaixa a música "O Canto da Cidade" (!), de Daniela Mercury, com o número musical do meu xará Fred Astaire e Betty Hutton, no filme Nasci Para Bailar, de 1950. O encaixe dos ritmos da letra com a situação é hilário. Tem hora que dá para jurar que eles estão dançando mesmo ao som da baiana Daniela.

Divirtam-se e tenham uma ótima semana!



Intrigas de Estado

Esse ano tem sido bem carente de boas estréias nos cinemas. Então, quando assistimos algo um pouco acima da média, podemos ter a impressão de que o filme é melhor do que realmente é.

Intrigas de Estado pode passar como ótimo filme para os mais desatentos, mas não é tão bom assim.

O jornalista Cal MacAffrey (Russel Crowe) investiga a morte de Sonia Baker, integrante do staff de Stephen Collins (Ben Affleck), promissor congressista estadunidense, cujo envolvimento amoroso com a assassinada pode acabar com sua carreira. Cal é um jornalista experiente e cheio de contatos. É amigo de Stephen Collins e convenientemente (para o roteiro preguiçoso), ele está sempre no lugar certo e na hora certa. Ele, no jornal em que trabalha, não é o responsável por cobrir o caso, mas quando os fatos começam a torna-se complexos demais, ele resolve ajudar a jornalista Della Frye (Rachel McAdams), uma jovem blogueira (!), inexperiente, mas doida para avançar na carreira.

O filme apenas segue a cartilha do gênero: passa por momentos de tensão, dilemas éticos, tem as reuniões de conspiração, pequenas reviravoltas e por aí vai. Até os enquadramentos dos planos utilizados nas reuniões do “QG jornalístico”, por exemplo, são batidos.

Rachel McAdams rouba a cena e está ótima, com trejeitos, desajeitos, simpatia e ímpeto que uma jovem ambiciosa pode ter. Helen Mirren é mal-aproveitada, limitando-se a um papel que se aproxima da função da “M” de Judi Dench em um 007, como a editora-chefe do jornal. Russel Crowe faz o tipo antipático e canastrão de sempre e Ben Affleck... bom... pula esse!

O ponto forte do filme está na discussão levantada sobre a ética jornalística. Quando publicar uma notícia? Divulgá-la muito cedo pode atrapalhar nas investigações, mas pode vender mais jornal. O caso amoroso, às vezes, é mais explorado do que o escândalo político em si. Qual o limite entre o jornalismo e a investigação policial? O fato é que os jornalistas não têm vida própria. Dormem quando a notícia deixar e se preciso, “acampam” na redação enquanto a matéria não sair.

Quanto à ação, ela está lá, num clima de tensão crescente e a coisa pega fogo de vez quando Cal MacAffrey fica de frente com o assassino da Sonia Baker.

Mas o grande problema do filme está no roteiro, que peca pelo excesso de informações, confundindo o espectador (talvez intencionalmente) para dar a sensação de história intrincada, mas que não é nada confiável. É como um filme de Michael Moore: tão cheio de dados que no fim podemos até acreditar no que foi dito, mas se formos analisar melhor, não passa de um bombardeio de opiniões tendenciosas, que confundem o espectador.

O filme é inspirado numa série de tevê britânica e transposto para o cenário dos EUA. Dirigido por Kevin MacDonald, que segurou melhor as rédeas em seu filme anterior, O Último Rei da Escócia.

Se quiser tensão desse tipo, prefira alugar o desconhecido Quebra de Confiança. Terá um programa muito melhor e mais confiável.


Trailer


Intrigas de Estado

(State of Play, EUA, 127 minutos, 2009)

Dir.: Kevin MacDonald

Com Russel Crowe, Ben Affleck, Rachel McAdams, Helen Mirren, Robin Wright Penn


Nota 5,5

sexta-feira, 12 de junho de 2009

[REC]

A jornalista Ângela Vidal trabalha num programa de tevê, chamado “Enquanto Você Dorme”, no qual ela mostra a rotina de trabalho de diversos profissionais, acompanhada de seu operador de câmera, Pablo. No dia que eles acompanham a noite dos bombeiros da cidade, ocorre um chamado, para que eles socorram os moradores de um prédio, apavorados com uma vizinha que não pára de gritar e está tendo reações estranhas. Ao chegar ao prédio, descobrem tratar de uma senhora aparentemente “possuída”. Para piorar a situação, moradores, bombeiros, a jornalista e seu parceiro são presos no prédio, por uma medida de segurança das autoridades sanitárias da região. Fatos cada vez mais estranhos começarão a acontecer.

Grande parte do sucesso de [REC] pode ser dada pela forma criativa pela qual foi filmado. As escolhas da direção são muito bem adequadas à proposta. Câmera na mão a todo o momento, amplificando a sensação de angústia no espectador, cenários reais e pouco iluminados, um roteiro bem amarrado e bons atores. Não é preciso nem trilha sonora para despertar sensações mais de medo no espectador, nem sustos gratuitos. O investimento criativo feito no filme foi o de trabalhar o psicológico, do lado de lá e do lado de cá da câmera.

Numa cena, um corpo cai das escadas. Nas filmagens, nenhum dos atores sabia o que estava acontecendo, o que possibilitou a captação das reações espontâneas dos atores naquele instante.

A construção dos personagens é outro ponto forte. A jornalista é histérica e sensacionalista (irritante), como manda o script desse tipo de programa. Nada importa ao câmera (interpretado pelo próprio diretor de fotografia, Pablo Rosso), a não ser filmar e filmar. Os defeitos de filmagem são ótimos: às vezes a câmera é esquecida ligada, outras vezes há cortes bruscos, desfoque, imagens muito tremidas e momentos de “fingir que não está gravando”. Senti que força a barra apenas em alguns momentos, nos quais os bombeiros e policiais se preocupam de mais com a presença da imprensa e de menos com o próprio trabalho. Vez ou outra seria compreensível, mas chega uma hora que isso fica chato.

[REC] é um filmaço espanhol, em ritmo de crescente tensão, tendo seu ponto máximo na cena final, de cravar as unhas no sofá (ou no braço de quem estiver mais próximo). Cultuado por muitos (inclusive por mim), ganhou uma refilmagem (equivocada e caça-níquel) norteamericana, chamada Quarantine, além de uma continuação (essa sim parece boa) a estrear no fim desse ano.

Dentre outros prêmios, recebeu uma indicação ao European Film Awards de melhor filme e ganhou dois Goya, de melhor edição e atriz revelação para Manuela Velasco.

Junte a galera , deixe tudo escuro, faça muita pipoca e terá um excelente programa!

Uma pena o dvd brasileiro não vir com nenhum extra.

Dessa vez colocarei, além do trailer do filme, o trailer da continuação, ao som de tango e cheio de zumbizões, divulgado há alguns dias.


Trailer [REC]



Trailer [REC]²


[REC]

(idem, Espanha, 85 minutos, 2007)

Direção: Jaume Balagueró e Paco Plaza
Roteiro: Luis Berdejo, Paco Plaza e Jaume Balagueró
Produção: Julio Fernández
Fotografia: Pablo Rosso
Direção de Arte: Gemma Fauria
Figurino: Glòria Viguer
Edição: David Gallart

Com Manuela Velasco, Ferran Terraza, Pablo Rosso...


Nota 8,6


Technorati Profile

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Miss Potter

Em tom pastel. Seria essa a melhor definição para a forma com a qual o filme foi feito.

Em tom pastel porque nos remete à arte das pinturas de Beatrix Potter, artista da qual esta cinebiografia trata. Sua arte é delicada, assim como cada cena do filme. Sensível, compatível com a direção. Criativa, como a fotografia, também no tal tom pastel. Infelizmente, na versão em dvd, foi retirado um efeito que havia na versão de cinema: uma camada por cima de todos os planos, uma espécie de guache, dando a impressão de tinta sendo derramada sobre as imagens todo o tempo e em alguns casos, parece que estamos diante de pinturas ao estilo da autora, mas que na realidade, não passam das imagens captadas revestidas por esse efeito. Uma pena.

Beatrix Potter foi autora de livros infantis de grande sucesso mundialmente, em meados do século XX. A história é contada desde a infância dela, quando o talento para desenhar bichinhos fofinhos já aflorava, apesar de Potter ter sido sempre subestimada pelos pais, mesmo após o sucesso do primeiro livro, The Tale Of Peter Rabbit, de 1902.

O enfoque maior é dado à pessoa de Beatrix, não à carreira da autora. O que é mostrado é que ela era uma mulher muito ingênua, o seu mundo era paralelo: o mundo dos desenhos infantis que fazia e que por muitas vezes nele se fechava.

O trabalho de Reneé Zelwegger é bem adequado ao dar ênfase nessa personalidade da escritora, com ar singelo, inocente e juvenil em todos os momentos, mesmo quando enfrenta dificuldades.

Beatrix era dada como caso perdido numa sociedade que prezava muito o casamento, até que conhece o seu grande amor e quem iria alavancar sua carreira, o editor (também subestimado pelos pais) Norman Warne, vivido por Ewan McGregor. Piegas o enredo, mas tudo tão tranquilo e condizente com aquilo que pode ter sido realmente o “mundo de Potter”, que toda essa sensação de paz de espírito é muito viva e isso é contagiante.

O filme ganha por sua singela homenagem não só à simpática autora, mas ao mundo infantil, sem pecados e com vontade de ser feliz. Piegas, mas muito bom mesmo assim.

Para quem gosta da Zellwegger, essa opção é muito melhor que seu filme mais recente, Recém-Chegada. E na versão em dvd, o descuido da Imagem Filmes de retirar o efeito que havia na versão original é “compensado” com entrevistas e um making off.

Trailer:



Miss Potter
(Miss Potter, Inglaterra, 92 min, 2006)
Dir.: Chris Noonan
Com Renée Zelwegger, Ewan McGregor, Emily Watson

Nota 7,2

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Capitão Sky e o Mundo de Amanhã

“Que raiva o filme da máquina dela só ter duas poses!”, pensei eu a certa altura da aventura Capitão Sky e o Mundo de Amanhã. Com tantos cenários bonitos no filme, qualquer um viraria turista. E nem adianta procurar agência de viagens depois, porque o mundo do filme não existe. Nem em maquete! O filme foi feito totalmente em um programa de CGI, no qual os técnicos inseriam tudo em cima do fundo azul que compunha todos os reais cenários da produção. De palpável, nas filmagens, só havia os objetos de cena e os atores.

Sobre o que trata? Da velha história dos heróis que precisam impedir o vilão de destruir o mundo. A intrépida repórter Polly Perkins contará com a ajuda do piloto, aventureiro e seu antigo namorado Joseph Sullivan, o Capitão Sky, para resgatar os cientistas mais famosos do mundo, seqüestrados pelo doutor Totenkopf, que o fez com o objetivo já dito acima. Para isso, contarão com a ajuda de alguns amigos, encontrados pelo caminho.

O roteiro não é que mais importa aqui. Ele é clichê, mas é redondinho, feito para entreter e se assume como tal.

Há muitos outros pontos que tornam o filme uma tremenda diversão.

O diretor recém formado Kerry Conran idealizou, inicialmente, um curta-metragem de 6 minutos. Fê-lo e mostrou-o à sua amiga produtora Marsha Oglesby, que por sua vez, apresentou o curta ao diretor e produtor Jon Avnet (que até então não havia feito nada de muito bom na carreira). Avnet gostou tanto que resolveu transformar a idéia do curta num projeto de longa. Chamou atores de peso (Gwyneth Paltrow, Jude Law, Angelina Jolie, Giovanni Ribisi) para integrar o elenco. Todos toparam filmar de graça, já que o orçamento do projeto era baixíssimo. Tão baixo que o único estúdio de preço acessível que eles encontraram ficava na... “Capital do Pornô” (!).

O resultado de tudo isso foi um filme despretensioso, mas muito, muito divertido. Kerry Conran disse, em uma entrevista, que “se as pessoas procurarem fotorrealismo e acharem que falhamos, sinto muito. Esse filme não é para vocês”. É verdade. A intenção era apenas a de divertir-se. Tanto a equipe, quanto o público. Capitão Sky e o Mundo de Amanhã é uma grande homenagem aos antigos filmes de aventura (uma das referências claras é Flash Gordon e outra é O Mágico de Oz).

A trilha sonora remete aos filmes de Indiana Jones, a fotografia parece inspirada em álbuns de figurinhas e os efeitos 3D lembram jogos de videogame. A dedicação da equipe é louvável. O elenco tem ótimas atuações, com destaque para Gwyneth Paltrow, com muito mais tempero do que o seu normal e para a participação mais que especial de Sir Laurence Olivier (falecido em 1989), na pele do vilão Totenkopf, através de imagens de arquivo resgatadas pelo Kerry Conran.

Uma pena o filme ter passado despercebido nos cinemas. Quem assistir o dvd, terá acesso a um bando de extras interessantes. Há cenas de bastidores, entrevistas e o curta de 6 minutos, que deu origem ao filme e um easter egg engraçadíssimo, com alguém da equipe entrevistando os caras dos efeitos e um robô invadindo o escritório de criação e destruindo tudo.

Descubram-no!

E ao invés do trailer, resolvi disponibilizar o curta que originou o filme. Para os que já assistiram o longa, é um bônus. Para os que ainda não viram, serve como aperitivo. O curta não tem legendas, mas são poucas falas, então dá para todo mundo entendê-lo.





Capitão Sky e o Mundo de Amanhã

(Sky Captain and the World of Tomorrow, EUA/Inglaterra/Itália, 100 minutos, 2004)

Dir.: Kerry Conran

Com Gwyneth Paltrow, Jude Law, Angelina Jolie, Giovanni Ribisi, Michael Gambon, Ling Bai


Nota 8,2


A Partida (Okuribito)

Alguém, por favor, grite ao público brasileiro que esse filme existe? Não entendo o que Paris Filmes (a distribuidora) fez com A Partida. Essa obra japonesa ganhou, merecidamente, mais de 30 prêmios, inclusive o Oscar de melhor filme estrangeiro desse ano, fez sucesso mundo afora, mas por aqui ganhou uma estréia tímida (apenas 17 salas no país) e quase sem divulgação.

O filme estreou no dia 05 desse mês, não teve uma bilheteria muito boa e já corre o risco de sair de cartaz. Portanto, antes de começar a crítica, faço um apelo: corra para vê-lo, pois trata-se do melhor filme de 2009, até então.

Conta a história de um violoncelista, que mal entrara para a orquestra dos seus sonhos, quando recebe a notícia de que ela será dissolvida. Retorna à sua cidade natal, onde arruma um emprego nada convencional: o de Noukan. Noukans são aqueles que fazem o ritual de acondicionamento dos defuntos, no Japão, preparando-os para o enterro (ou cremação). No início, ele estranha e quase rejeita a função, mas é só conviver um pouco mais com o seu “mestre”, que logo ele muda sua opinião a respeito da profissão. Em cada ritual que faz, ele presencia as mais diversas reações das pessoas diante da morte.

O acondicionamento é um dos rituais mais contemplativos que já vi. Os Noukan (pelo menos os do filme) trabalham com muito respeito aos mortos e sua dedicação só torna o rito ainda mais bonito.

O longa começa de forma descontraída e não-linear, com uma cena inicial que seria trágica, não fosse um “pequeno detalhe” que a torna cômica. Mas, à medida que a relação do novo funcionário com o emprego e com o patrão se torna mais intensa, a trama toma contornos mais dramáticos, desenvolvendo-se muitas cenas emocionantes e embutidas da notada sabedoria japonesa. Numa determinada conversa, o patrão diz: “- Os casais, eventualmente, são separados pela morte. Mas é muito duro ser aquele que fica”. Na verdade, esta fala pode ser aplicada a qualquer tipo de relação afetiva e isso é demonstrando a cada acondicionamento que eles fazem. A imagem de serenidade e frieza que muitos de nós temos dos japoneses, dissolve-se completamente na forma com que alguns parente lidam com a morte.

A trilha sonora é belíssima. A cena na qual o rapaz toca “Ave Maria” no violoncelo é de arrepiar.

Mas há pequeninos pontos fracos, como um certo exagero na expressão corporal do protagonista, que me fez pensar que os japoneses não conseguem conter a interpretação. Parecem presos até hoje às influências do teatro Kabuki. Em certos momentos, o personagem até lembra um mangá. Mas como é algo tão característico deles, acabei por relevar.

Apenas a cena final poderia ter sido melhor preparada. Há uma cena anterior que introduz um detalhe metafórico. Tal introdução ao detalhe deveria ter sido feita muito antes no filme. Um erro de montagem, pois não há nada que explique a colocação da cena naquele momento, tornando a ligação do detalhe com o final um pouco forçada. Mas, como disse, é só um detalhe. O final, na verdade, não tem diálogos e nem precisa. A simbologia fala muito mais do que os personagens seriam capazes e o desfecho dessa cena é lindo.

A Partida trata do tema da morte com um respeito e sensibilidade que pouquíssimas outras vezes pudemos ver.

Se o filme é bom? O patrão diria que sim. Melancolicamente excelente!


Trailer (legendas em inglês):


A Partida

(Okuribito/Departures, Japão, 130 min, 2008)

Dir.: Yôjirô Takita

Com Masahiro Motoki, Tsutomu Yamazaki


Nota 9,0

 
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