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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A Fita Branca


Devo aqui fazer minha mea culpa: excitado ainda com o início do Festival Internacional de Cinema de Brasília, muita gente querida no coquetel de abertura (quase não deu tempo de falar com todo mundo) e adrenalina a mil pela primeira cobertura afinco de um festival, acabei não conseguindo prestar atenção no início do filme. Por este motivo, não farei a crítica do filme de abertura, A Fita Branca, vencedor da Palma de Ouro em Cannes; apenas alguns comentários, que se seguem.

O filme fala sobre alguns estranhos acontecimentos em um vilarejo alemão, alguns anos antes da Segunda Guerra Mundial. Haneke deixa isso claro na narração inicial, já orientando o espectador a olhar os eventos que se sucederão com olhos de analogia ao Holocausto.

As crianças do local parecem ser a chave para desvendar tais mistérios. O pastor local amarrava uma fita branca nos seus filhos, como forma de lembrá-los dos pecados cometidos, para que lembrem de não mais fazê-los. A fita só era retirada quando os filhos atingiam maturidade para entenderem os pecados, sem precisar da tal fita para lembrá-los disso.

A fotografia do filme é maravilhosa, toda em preto-e-branco. Cada fotograma poderia ser transformado num quadro de museu, de tanta beleza. A escolha pelo bicolor foi muito adequado, já que o branco predominante vinha do gelo do local e o preto vinha das vestimentas dos personagens. Era um ambiente gélido com pessoas mórbidas, fechadas. Não seria necessário imprimir mais cores.

O problema é que a fotografia foi uma faca de dois gumes. De tão sensacional, sobrepõe-se à história. Como os pretos eram muito pretos e os brancos muito brancos, os atores ficavam envoltos por uma sombra constantemente, ficando difícil entender quem era quem numa história com tantos personagens. Imagens lindas, mas que desviavam o foco do que interessava.

Haneke nos deu duas horas e meia para entendermos sua história, mas era preciso concentração extrema para captar a vossa mensagem por completo.

Talvez não fosse a melhor escolha para a abertura do festival, já que a exibição numa casa tão grande como o Academia Hall foi prejudicial ao filme. Além de um clima contrastante com o clima de festa que pairava no ar, o filme ainda teve como inimigos o volume exagerado do som, que quase ensurdeceu os presentes (que taparam os ouvidos em vários momentos do filme) e uma iluminação péssima, com luz exterior vazando na sala, às vezes desviando o foco do filme para pessoas que saiam constantemente, no meio da sessão, outros mal educados que tiravam fotos do filme (imbecilidades) e até um farol de carro, que passou pela tela no meio do filme.

Desconcentrações à parte, eu, que não sou fã de Michael Haneke (acho Caché um dos filmes mais entediantes que já vi e Violência Gratuita uma perda de tempo), tenho que dar a mão à palmantória: o cara fez um filmaço e caminha para uma inteligibilidade maior com o público. Dificilmente ficará de fora da indicação de melhor filme estrangeiro no Oscar 2010 e não será surpresa se for indicado (e até levar) a estatueta de melhor fotografia.

E uma boa notícia: a legenda, já impressa na própria película do filme, é um sinal de que o filme deve mesmo estrear no Brasil. Farei um esforço de concentração e paciência enorme para reassistí-lo, porque, apesar de longo demais, é um filme que merece ser apreciado. Fiz as pazes com Haneke!


A Fita Branca

( Das Weisse Band, Alemanha/ França/ Itália, 164 minutos, 2009)

Dir.: Michael Haneke

9 comentários:

fiuduarte disse...

Que droga! Não consegui ir na abertura e que pena que eles não reprisaram o filme. Sou fã do Haneke. Fred vc vai publicando as criticas aqui durante o festival né?

Mateus R. disse...

Ouvi comentários hoje, dizendo que A Fita Branca estréia no Academia mesmo, em dezembro. Espero que seja verdade.


Ass: Mateus - o da carona. =P

Fred Burle disse...

Fiu, não se preocupe. Dificilmente o filme não virá para o Brasil.
Como o Mateus disse aí embaixo, já há um burburinho de o filme estreará no Academia em dezembro.
Obrigado pela informação, Mateus!

Abraços, pessoal!

Unknown disse...

as condições prejudicaram realmente um pouco a exibição.
amei o filme de coração. do jeito q gosto.
achei engraçado vc achar caché entediante.. isso mostra a diversidade e as possibilidades do juízo de gosto de cada um.. pra mim é um filme q beira a perfeição. fiquei triste com "anticristo"

Fred Burle disse...

Ainda bem que não foi só eu que percebi que as condições não estavam boas, Tiago.
Anticristo eu não vi ainda, mas assistirei sem grandes expectativas.
Quanto a Caché, já encontrei gente que o detesta (como eu) e gente que o venera (como você). Gosto não se discute mesmo...

Rodrigo Ávila disse...

Pô, eu li uma crítica fudida ao filme. E achei excelente. Apesar da beleza da fotografia e das questões técnicas, o argumento do filme da "hereditariedade do mal" já está ultrapassado. Atribuir o estouro do nazismo ao modelo de criação repressor e amedrontador dessas gerações alemãs é extremamente reducionista. Alguns historiadores, entre eles Adorno e Bauman, já discordaram dessa tese infundada. Para eles a grande mola propulsora do holocausto estaria mais ligada à crise da modernidade do que a questões meramente culturais. É como se o filme e esse argumento dissessem “pronto, a culpa é deles e não nossa. Safamos-nos!”. Esse período entristecedor da humanidade poderia ter ocorrido com mais facilidade na França e na Rússia, ao invés da Alemanha. Aliás, pode ocorrer com mais facilidade hoje do que naqueles tempos. É interessante observar sobre esse prisma. Além disso, uma ideologia serve como luva para uma sociedade que vive uma crise de valores numa quebra de ciclo de modernidade. Achei legal esse ponto de vista, porque joga em cima do argumento do filme. Mas, ainda assim, é um belo filme. Abraços

Fred Burle disse...

Rodrigo, o que será uma "crítica fudida"? Será positiva ou negativa?
Eu concordo que esta é uma história perigosa, justamente por correr o risco de ser reducionista, mas eu não acho que seja uma visão que afasta a responsabilidade do holocausto. É apenas mais um instrumento de reflexão que, para ser tema de debate, por exemplo, deve ser ligado a outros instrumentos que rebatam ou acrescentem algo à visão do Haneke.
De qualquer forma, eu achei um filmaço, opinião rara minha quando se diz respeito a Michael Haneke.
Abraço

eL bARTO disse...

Ae Fred, acho Haneke um dos melhores diretores recentes do Cinema, e gostei bastante de "Das weisse Band" (A Fita Branca), mas acho que um dos melhores filmes dele não chegou ao público em geral, pelo menos aqui no Brasil, e o filme em questão é "Le temps du loup" (Time Of The Wolf), e que na minha opinião é obrigatório na cinegrafia de Haneke. E acho que a Palma de Ouro em Cannes(Cache), só veio em razão ao filme "Le temps du loup".

Fred Burle disse...

El Barto, "Le temps du loup" não me parece um filme sensacional, mas por causa do seu comentário, vou tratar de encontrá-lo. Tomara que eu goste.

Abraço!

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