Possivelmente, o primeiro filme em exibição nesta quarta-feira (16) pela competitiva do Festival de Berlim teve a recepção mais morna da crítica até agora. Nem vaias, nem aplausos, nenhum sinal de que o filme tocou alguém. A impressão era de que o filme passou batido e muita gente o tratou com indiferença.
Baseado no livro homônimo de Barış Bıçakçı, com roteiro dele e do diretor turco Seyfi Teoman, o filme tem como protagonistas Ender e Çetin, amigos desde os tempos de escola, que vivem como um casal em um apartamento em Ankara, capital turca. Seu relacionamento pode ser classificado como um bromance, já que eles não são gays, mas são tão íntimos que têm ciúmes um do outro e parecem possuir um pacto de fidelidade à amizade.
A relação deles é ameaçada quando eles recebem uma nova moradora, Nihal, estudante irmã de um amigo deles, que acabara de chegar à cidade para iniciar os estudos na faculdade, após ter sofrido o trauma da perda dos pais num acidente de carro.
Inicialmente tortuosa, a relação entre o três começa a melhorar quando Nihal quebra a casa de arredia e autoproteção e os dois amigos se vêem apaixonados por ela.
Seyfi explica que trata-se de “um filme sobre desesperos – da perda dos pais, da passagem da adolescência para a fase adulta e da disputa de dois amigos pelo amor de Nihal”. “Os personagens são como representações distintas de Ankara: enquanto Ender é o lado intelectual, esquerdista e romântico aspecto da cidade, Çetin representa o lado mais tecnocrático, realista e pragmático”, continua.
Segundo ele, houve um esforço de não-classificação de relacionamentos, mas o entrosamento entre os personagens precisava cativar, para que o público pudesse acreditar naquela verdade. Isso não acontece, à exceção de alguns poucos momentos engraçadinhos.
Candidato a “não fede nem cheira” do festival, será difícil este turco obter o mesmo êxito que o carismático “Um Doce Olhar” obteve no ano passado, quando levou o Urso de Ouro para a Turquia.
1 comentários:
WOW! Que blog bacana. Tuas críticas sao ótimas!!!
Concordo plenamente, esse turco merece o troféu "nao fede, nem cheira".
Tô curiosa para saber a tua opiniao sobre AMADOR e EL PREMIO.
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