Sinto muito, mas se surgir um terceiro Transformers, eu passarei longe sem pestanejar. O primeiro era fraquinho, mas tinha lá seu quê de novidade. Agora, esse segundo...
Ao Michael Bay só parece interessar a grana. Definitivamente, ele é um sujeito que não faz a mínima questão de ter critérios com seus filmes. Seus únicos cuidados são os de seguir a cartilha de caça-níqueis vazios. Ou ele tem preguiça de pensar ou então não tem o menor respeito pelo que chama de cinema ou simplesmente não tem neurônios mesmo. Visualizo-o dizendo “Stupids, gimme your money! Hahaha”.
No primeiro filme, dois grupos de robôs gigantes (Autobots bonzinhos e Decepticons mauzões) que se transformam em aparelhos eletrônicos chegavam à Terra, onde disputaram a posse de um artefato alienígena, o Energon. Nesta continuação, o tal Energon está desaparecido e o mapa para encontrá-lo fica na cabeça de Sam (Shia La Beouf), que quer agora levar uma vida normal, partindo para a faculdade e deixando para trás família e sua namorada (Megan Fox botocada). Ao mesmo tempo os Autobots (concentrados nos EUA) passam a trabalhar junto com o governo em uma nova agência, mas enfrentam resistência interna. Os Decepticons (cuja base fica... na Rússia!) vão atrás de Sam na faculdade para “tirarem” dele as informações para encontrarem o Energon, que os possibilitaria dominar o mundo (ui, que medo). Começa a perseguição e a guerra entre as classes de robôs em busca da salvação ou destruição do planeta. Criativo, não?! To be continued...
(Pausa para observação: desculpem, mas o post será comprido. Nunca rascunhei tanto durante uma sessão e não vou perder a quantidade de observações que fiz... Percam tempo lendo isso. Pelo menos pode evitar que vocês percam 156 minutos de suas vidas assistindo essa podreira)
A introdução à la Apocalypto (blergh!) anuncia a seqüência de equívocos que estava por vir. Assim como o filme de Mel Gibson, ela não tem a menor razão para existir. Aí vamos para a metralhadora de bobagens que é o núcleo da família de Sam (um Shia La Beouf pior que o de costume, com tiques de possessão que dão mais nervoso nos espectadores do que nele mesmo), cheia de piadinhas plagiadas de qualquer besteirol americano, com a mãe histérica e o pai banana levando o filhinho à faculdade, onde este dividirá o quarto com uma espécie de “nerd-alienado” (!), que faz do quarto uma base de criação de programas idiotas de computador, obviamente cheio de pôsteres de mulheres peladas na parede. Essas cenas são praticamente uma paródia das paródias de qualquer seqüência de Todo Mundo em Pânico e genéricos.
Haja diálogo sofrível! Até os robôs (que acreditem!, sentem dor, choram, soltam pum e até sangram) disparam a todo momento piadinhas que poderiam perfeitamente sair da boca de qualquer Stifler. Os amigos de Sam são tão sequelados quanto a dupla Jay and Silent Bob de Kevin Smith. O único carismático da história é o divertido Bumblebee, o Camaro Autobot defensor dos protagonistas.
O cenário do “esconderijo” do chefão dos Decepticons lembrou-me o esconderijo dos vilões de Xuxa Contra o Baixo Astral (juro).
O roteiro é assinado por Roberto Orci e Alex Kurtzman, autores de outras histórias também fracas, como primeiro Transformers, M.I. 3, A Lenda do Zorro e vários episódios das antigas séries de tevê Xena e Hércules. A única coisa decente (e bota decente nisso) que eles escreveram foi o roteiro do novo Star Trek! Eles não conseguem sequer seguir a cartilha da “Jornada do Herói”, que fez o sucesso de metade dos filmes de Hollywood pós O Mágico de Oz. Inicialmente eles recusarão a assinar esse roteiro, pois tinham outros compromissos. A Dreamworks tentou contratar outros roteiristas, mas ficaram decepcionados com as idéias que lhes foram apresentadas e insistiram aos dois para que voltassem ao projeto. Se esse foi o melhor roteiro que eles conseguiram, imaginem as pérolas que devem ter lido dos outros roteiristas! Vá de retro, Satanás!
Até a decupagem é mal feita, com excessivos planos vertiginosos e circulares. Até um amigo meu, que é fanático com esses filmes lotados de ação, admitiu que não aguentava mais ver tudo rodando!
O único capricho do filme reside nos efeitos visuais sensacionais, bastante evoluídos com relação ao primeiro filme, mas que mesmo assim, apresentam seus momentos de descuido. Na cena da floresta, dois robôs lutam e (ou eu tive uma ilusão de ótica ou eu realmente vi isso) o braço de uma deles “atravessa” uma árvore sem quebrá-la! Fora o fundo de cromaquí mal acabado.
Quem insistir em conferir essa proeza de Michael Bay, perceberá ainda um monte de referências (coitadas das referências), principalmente na elaboração dos robôs. Tem robô King Kong, robôs gremlins, um robô Gandalf (que tenta narrar os primórdios dos robôs como cate Blanchett fez em O Senhor dos Anéis). Fora as inovações, como o cão robô que trepa em Megan “Angelina” Fox e o robô com testículos (hã!?).
No final, ainda somos brindados com uma cena inspirada em Amor Além da Vida, na qual só o botox de Megan poderá salvar o herói da morte (rsrs). Só faltou Michael Bay se auto-homenagear, tocando o clássico do Aerosmith em Armaggedon, I Don’t Wanna Miss a Thing!
Vou dar uma de amigo: “ - Depois não digam que não avisei...”
Ufa! Desabafei!
Transformers 2: A Vingança dos Derrotados
(Transformers: Revenge of the Fallen, EUA, 156 minutos, 2009)
Dir.: Michael Bay
Com Shia La Beouf, Megan Fox, John Turturro...
Nota 3,5 (1 ponto pelos efeitos, outro pela pipoca que comi no cinema, outro por pena do Bumblebee e mais 0,5 pelos raros momentos nos quais as piadas cretinas me fizeram alguma cócega)
10 comentários:
Todo mundo falando MUITO mal desse filme, já estou até ficando sem vontade de conferi-lo - uma vez que também não curti o primeiro. "Só faltou Michael Bay se auto-homenagear, tocando o clássico do Aerosmith em Armaggedon, I Don’t Wanna Miss a Thing!" Hahaha, ri muito!
3.5 é muito pra esse filme, Fred! hahaha
Sobre o Nói, existe o DVD em área 1 só. Ou então no velho torrent. abraço!
Olá Fred
Cara eu ri muito dos seus comentários, muito bom. Eu não fui ver o primeiro filme no cinema porque achei que ia ser toda essa decepção que você comentou, esperei sair em DVD e assisti. A história é uma besteira, bem infantil mesmo. mas o que me surpreendeu foram os efeitos, muito perfeito. Nesse segundo eu prometi pra uma amiga minha que iriamos ver no cinema. Confesso que não estava esperando muita coisa, mas depois dos seus comentários, percebi o quão nada esse filme é. Realmente uma máquina de fazer dinheiro, só isso.
Abraços e até mais.
Ahh que pena, até desanimei de assistir... mas eu ri muito dos seus coments ^^ Blog perfect! bju :)
O pior de tudo é que mesmo com todo mundo falando mal do filme, eu ainda quero ver, mais para não dizer que não vi.
Você assistir só irá servir para engrossar o coro dos detratores do filme, Vinicius.
Pelo menos você terá um forte candidato pra sua lista de piores do ano!
Eu estava de bom humor quando vi o filme, Pedro! ehehe
Vou procurar o Nói em torrent. Abraço!
Obrigado, Altieres!
Muito obrigado, Rosa!
Bom saber que você é visitante do blog!
Beijo!
Tem coisas que só acreditamos depois de ver, Rafael.
Vá e tire suas conclusões!
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