Fin é um sujeito com 1,35 metro, que vive fechado para o mundo, sempre irritado pelo fato de nunca poder passar despercebido na multidão, já que todo olham-no como se ele fosse uma “atração de circo”. Quando seu único amigo morre, deixando-lhe de herança um trailer abandonado numa estação de trem em uma pequena cidade, Fin vê no discreto lugar uma forma de enfim viver a sua tão sonhada “vida pacata”. Ledo engano. Lá ele também chama atenção dos moradores, mas alguns não lhe tratam com diferença e depois de tanto forçarem amizade com ele, acabam por concretizá-la. Duas dessas novas amizades destacam-se: Joe, o cubano, vendedor de hot dogs da barraca em frente à estação de trem, um cara excessivamente solícito (o típico 'forçante') e Olivia, uma mulher que possui alguns trágicos segredos.
Taí um filme tranquilo. Super simples, mas com a história tão bem contadinha, sem exageros. É redondinho. Apesar de ter um protagonista cuja deficiência (o nanismo) poderia sobrepor-se ao restante, o que mais importa aqui é a exposição da formação de amizades de maneira gradual, até chegarem ao ponto máximo de uma amizade, que é quando os amigos podem ficar juntos por horas, sem falar nada, que o silêncio não será constrangedor para nenhuma das partes. Apenas a presença já conforta.
A química entre os três atores é inusitada e as características de cada um de seus personagens tendem ao equilíbrio. Peter Dinklage (Fin) tem o papel de sua vida e Patricia Clarkson está excelente, no papel da Olivia, mas é Bobby Canavale quem cativa, com seu personagem divertido e inocente, mas que defende os seus quando é preciso.
Não é um filme para ficar divagando muito sobre ele (por isso a curta crítica). É para assistir e ter 90 minutos muito agradáveis.
É um filme singelo, de baixíssimo orçamento (menos de 500 mil dólares), mas que fez o maior sucesso em alguns festivais e passou a ser um indie muito bem cultuado.
Ganhou o BAFTA de Melhor Roteiro Original, dois prêmios no Independent Spirit Awards (melhor roteiro de estréia e melhor filme de baixo orçamento) e mais três prêmios no Festival de Sundance (melhor atriz para Patricia Clarkson, Prêmio do Público e Prêmio Especial do Júri).
Trailer (sem legendas)
(Station Agent, 90 minutos, 2003)
Direção: Thomas McCarthy
Roteiro: Thomas McCarthy
Produção: Robert May, Mary Jane Skalski e Kathryn Tucker
Música: Stephen Trask
Fotografia: Oliver Bokelberg
Desenho de Produção: John Paino
Direção de Arte: Len Clayton
Figurino: Jeanne DuPont
Edição: Tom McArdle
Com Peter Linklage, Patricia Clarkson, Bobby Cannavale, Michelle Williams
Nota 7,0
0 comentários:
Postar um comentário
Concordou com o que leu? Não concordou?
Comente! Importante: comentários ofensivos ou com palavras de baixo calão serão devidamente excluídos; e comentários anônimos serão lidos, talvez publicados, mas dificilmente respondidos.