Em tom pastel. Seria essa a melhor definição para a forma com a qual o filme foi feito.
Em tom pastel porque nos remete à arte das pinturas de Beatrix Potter, artista da qual esta cinebiografia trata. Sua arte é delicada, assim como cada cena do filme. Sensível, compatível com a direção. Criativa, como a fotografia, também no tal tom pastel. Infelizmente, na versão em dvd, foi retirado um efeito que havia na versão de cinema: uma camada por cima de todos os planos, uma espécie de guache, dando a impressão de tinta sendo derramada sobre as imagens todo o tempo e em alguns casos, parece que estamos diante de pinturas ao estilo da autora, mas que na realidade, não passam das imagens captadas revestidas por esse efeito. Uma pena.
Beatrix Potter foi autora de livros infantis de grande sucesso mundialmente, em meados do século XX. A história é contada desde a infância dela, quando o talento para desenhar bichinhos fofinhos já aflorava, apesar de Potter ter sido sempre subestimada pelos pais, mesmo após o sucesso do primeiro livro, The Tale Of Peter Rabbit, de 1902.
O enfoque maior é dado à pessoa de Beatrix, não à carreira da autora. O que é mostrado é que ela era uma mulher muito ingênua, o seu mundo era paralelo: o mundo dos desenhos infantis que fazia e que por muitas vezes nele se fechava.
O trabalho de Reneé Zelwegger é bem adequado ao dar ênfase nessa personalidade da escritora, com ar singelo, inocente e juvenil em todos os momentos, mesmo quando enfrenta dificuldades.
Beatrix era dada como caso perdido numa sociedade que prezava muito o casamento, até que conhece o seu grande amor e quem iria alavancar sua carreira, o editor (também subestimado pelos pais) Norman Warne, vivido por Ewan McGregor. Piegas o enredo, mas tudo tão tranquilo e condizente com aquilo que pode ter sido realmente o “mundo de Potter”, que toda essa sensação de paz de espírito é muito viva e isso é contagiante.
O filme ganha por sua singela homenagem não só à simpática autora, mas ao mundo infantil, sem pecados e com vontade de ser feliz. Piegas, mas muito bom mesmo assim.
Para quem gosta da Zellwegger, essa opção é muito melhor que seu filme mais recente, Recém-Chegada. E na versão em dvd, o descuido da Imagem Filmes de retirar o efeito que havia na versão original é “compensado” com entrevistas e um making off.
Trailer:
(Miss Potter, Inglaterra, 92 min, 2006)
Dir.: Chris Noonan
Com Renée Zelwegger, Ewan McGregor, Emily Watson
Nota 7,2
4 comentários:
Acho que é um dos poucos filmes recentes com a Zelwegger em que podemos dar algum crédito à atriz, visto que suas produções já não são sinal de qualidade como antes. Ela deveria seguir essa linha mesmo, até pra não cair em desastres como "Recém-Chegada".
Olá
Ainda não vi este filme, mas quero muito conferi-lo. A Renée Zelwegger e o Ewan McGregor são ótimos atores, só devem ter acrescentado ao filme.
Até mais : )
Acho que a Zelwegger precisa é de um agente novo.
Os projetos que ela tem escolhido não ajudam-na em nada.
Sim, ela acrescentou doçura e ele, romantismo.
É um filme muito bonitinho, Altieres.
Até mais!
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