O que você pensaria se lesse um título como este (Sempre ao Seu Lado), unido ao cartaz acima? Pois é. A maioria das pessoas tem achado que o filme da segunda parceria de Richard Gere com o diretor Lasse Hällstrom (Regras da Vida; Chocolate) é mais um desses filmes com cachorros bonitos, prontos para emocionar e matar o público de dó quando algo de ruim acontece com eles.
Não, este não é mais um desses filmes. Tem lá o seu "quê" de emocionante, mas Sempre ao Seu Lado (Hachiko – a Dog's Story, no título original) tem uma perspectiva diferente dos outro filmes do gênero. A base é a mesma de sempre: dono e cão encontram-se por acaso e um escolhe ao outro para ser seu. A partir daí, a relação de lealdade é cada vez mais intensa. A diferença é que o cão é o protagonista. É um filme sobre os efeitos que o dono pode causar no bicho de estimação e não o contrário.
A história foi baseada no cão homônimo, que viveu no Japão, na década de 20. O verdadeiro Hachi ficou tão conhecido que até estátua de bronze ganhou (mas não vou contar o porquê).
O que os fãs de filmes-com-bichinhos-fofos irão assistir é uma obra bem mais lenta que o de costume, com um leve toque da cultura japonesa. O som de um piano embalará boa parte do filme e vários planos subjetivos com pouquíssima variação de cores dará ao espectador uma ideia de como enxergam os cães. Nestes momentos, a câmera assume os mesmos movimentos de um cachorro. Ficou bem interessante.
Richard Gere só deveria fazer filmes com Lasse Hällstrom, afinal, esta é sua segunda melhor interpretação e primeira também é num filme do diretor, O Vigarista do Ano. Mas dessa vez, o grande ator do filme é mesmo o cachorro.
Hachi é um dos cães mais cativantes que já vi no cinema. Ou a raça da qual ele faz parte ou os cães todos que arrumaram para as diversas “fases” do filme são de uma expressão incrível. O bicho tem um olhar que diz muito mais que mil palavras. Eu, pelo menos, senti tudo o que o cachorro queria dizer.
O fato de não se passar no Japão, como originalmente aconteceu, poderia ser um fator incômodo, mas isso não foi nenhum problema, pois trata-se de uma história muito bem adaptada a qualquer lugar do mundo, então, tudo bem que se passe nos EUA. Pior seria se ficasse no Japão e com os atores falando em inglês.
Trailer:
(Hachiko – a Dog's Story, EUA, 90 minutos, 2009)
Dir.: Lasse Hällstrom
Com Richard Gere, Joan Allen
Nota 8,0
13 comentários:
Ainda não assisti, mas sei que o Lasse Hällstrom não dirigiria um filme de cachorro comum. Mas pra falar a verdade, estou mais motivado a ver o filme porque já tive um cachorro da raça. hehehe
Eu percebi que poderia me surpreender com o filme, bem como a atuação de Richard Gere - que não sou tão adepto assim.
Mas, confesso: Lasse H. me instiga e seduz em seus filmes delicados, sempre procuro ver e tenho uma admiração real.
Abraço, assim que ver comento contigo.
Devo levar uma caixinha de lenços?
Pensava que seria mais um sobre a relação cão-pessoa (como amante canina me deixaia levar pela emoção), mas saber da subjetividade proposta pelo olhar do 'amigão' e o ritmo embalado pelo piano, me faz encarar a ARTE que o cinema evoca.
E assim celebro 'minha vida de cachorro' (que aliás é um filme de L.H. que apresentei na faculdade).
Beijo.
Fiu, você vai ficar louco, desesperado pra ter mais um cão da raça!
Cristiano, Lasse faz filmes bonitos com muita propriedade, apesar dos pesares (Chegadas e Partidas). Assista e depois me diga o que achou.
Anna, pode levar a caixinha de lenços, sim. Apesar de ser um pouco diferente dos demais, o filme emociona tanto quanto - ou até mais. E que comentário poético!
Abraços para os três!
Uau! Assisti e morri e nasci!
Legal né, Anna!?
Agora me diga: você foi ver Do Começo ao Fim? O que achou?
Há, eu não assistiria sem comentar com você. Irei essa semana... Logo te aviso.
Bj
Fred, assisti Do Começo ao Fim e como fui sem expectativa uma vez que ninguém que conheço gostou, me deixei levar pelas possibilidades. Esqueci até que os caras eram irmãos... Dentro do contexto gostei das cenas com as crianças e com a estética das cenas de sexo. De qualquer forma o que ganha é o cinema tupiniquim com mais uma produção, já o público sai da sala sem aprofundamentos.
Beijos
* Parabéns pela iniciativa da crítica gravada. Mandou muito bem! Vou ver de novo e dar sugestões.
Anna, que bom que não achou uma experiência tão ruim assim. O filme não é desagradável de se ver, mas eu, como crítico, não poderia deixar passar as suas (grandes) falhas. É um belo desperdício! rsrs
E volte para me dar sugestões sobre o vídeo! =)
Beijos.
mto bom esse filme...assisti o piratão,mas gostei tanto q tô recomendando pra todo mundo q conheço e vou assiti-lo no cinema...mto bom o filme!
Assisti o filme e tenho um akita...
O akita é mesmo uma raça diferente, quem já teve um sabe como é...
O filme é muito bom, foge dos clichês, conta de maneira compentente a história que já é boa por si só.
Essa historia ja conhecia antes desse filme, ja existe um filme que conta a mesma historia (com atores japoneses) "Hachiko Monogatari"
assisti esse filme em japones e meus pais assistiram esses dias essa "copia"....
a historia eh praticamente a mesma
Eduardo - ainda bem que você recomenda. Espero que vá mesmo ao cinema. Filmes bons como este não merecem ser vistos "no piratão".
Adilson - Essa raça é muito encantadora. Se não me angano, foi a primeira a ter contato com os humanos, domesticamente. Eu gostaria de ter um! E você viu como o cão tem expressão no filme?
Anônimo - Você está certo. Exite este outro filme com a mesma história. É de 1987, dirigido pelo Seijirô Kôyama. Ambos baseam-se em fatos reais, ocorridos no Japão, na década de 20.
Abraços!
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