Coração Louco tem como protagonista Bad Blake (Jeff Bridges), um cantor country fracassado, que depois de muitos casamentos e turnês, encontra-se numa vida solitária e regada a álcool, sustentada pelos shows em bares e boliche de beira de estrada, cujo público é tão bêbado e deprimente quanto Bad Blake. As coisas começam a tomar novos rumos quando Bad conhece a jornalista Jean (Maggie Gyllenhaal) e quando ele é convidado a abrir o show de Tommy Sweet (Colin Farrell), seu antigo e renegado pupilo, que ao contrário dele, tornou-se rico e famoso.
O longa é baseado no livro homônimo de Thomas Cobb e lembra muito O Lutador (The Wrestler, 2008), cujo protagonista em decadência encontra numa mulher a sua chance de redenção. Mas será que há tempo para isso?
Jeff Bridges confere alma ao cantor decadente. Seus trejeitos, o andar, a fala torta e murmúrios do tipo machão quase extinto atualmente, fazem desta a melhor atuação da sua carreira. Ele encontra na ordinariedade o ponto de apoio certo, sem esconder-se atrás de tiques. Seu Bad Blake está longe de ser um velho caquético clichê. Faz jus ao Oscar que deve ganhar no domingo (07/03).
Sutileza, aliás, é a palavra-chave para este longa, o primeiro da carreira de Scott Cooper como diretor, que trás no elenco outro trunfo: Maggie Gyllenhaal (Batman – o Cavaleiro das Trevas), sutil e competente como sempre.
A única exceção fica por conta da participação de Colin Farrell, que não conseguiu imprimir personalidade ao pupilo de Bad, Tommy Sweet, uma espécie de sertanejo metrossexual, com megahair e brincos de pedras pretas. Muito estilo “Colin Farrell” para nos convencer de aquilo é um personagem e não o próprio astro em participação especial.
Para quem gosta de música country, o filme é um prato cheio, com canções de boas melodias. A trilha original é assinada por T Bone Burnett (Johnny e June), que compôs algumas das canções ao lado do falecido compositor texano Stephen Bruton. Sua canção-tema, The Weary Kind, também deve levar a estatueta da Academia. Ela diz: “este não é um lugar para os fracos/ Não é um lugar para os que perdem a cabeça... Levanta teu coração cansado e faz um último esforço”.
Sem estardalhaços, Bad Blake cativa os espectadores e ajuda Coração Louco a ser um filme que emociona sem apelações.
Crítica em vídeo:
(Crazy Heart, EUA, 112 minutos, 2009)
Dir.: Scott Cooper
Com Jeff Bridges, Maggie Gyllenhaal, Colin Farrell, Robert Duvall
2 comentários:
tô bem a fim de ver o filme, tanto pelo jeff bridges, como pela história em si, que me parece bacana.
fred burle no cinema devidamente linkado no cultura intratecal!!!
abraços.
Veja mesmo, Bruno. Vale a pena! Pelo Bridges e pela história em si.
Obrigado pelo link!
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