“Dia dos Namorados. Acontece todos os anos, quer você queira ou não.” Esta é uma das frases usadas pela Warner para divulgar o filme Idas e Vindas do Amor. Infelizmente, isso é fato e a máxima utilizada também serve para os pobres espectadores de cinema. Todos os anos, há um filme como esse, queiramos nós ou não.
O filme retrata várias histórias de amor, que entrelaçam-se e têm suas pequenas surpresas. O epicentro é o personagem de Ashton Kutcher, um florista que acaba descobrindo alguns segredos, pois é ele que entrega as encomendas de meia cidade.
Já houve alguns bons filmes-românticos-com-elenco-estelar-e-histórias-que-se-cruzam, como Simplesmente Amor e o divertido Ele Não Está Tão Afim de Você. Não é a regra. Idas e Vindas do Amor não passa de um primo pobre (de espírito) destes filmes.
Geralmente os filmes do estilo acontecem por ocasião de datas comemorativas, exigências de mercado. Acabam por resultar em produtos mal pensados, com o único propósito de arrecadar alto nas bilheterias. Este é o caso deste novo filme do diretor Garry Marshall (Uma Linda Mulher).
O longa conta com um elenco impressionantemente estelar. Impressionante porque é difícil entender o porquê de tanta gente de peso ter submetido-se a filmar um roteiro tão fraco. Mais impressionante é saber o orçamento do filme: US$ 52 milhões, praticamente de graça, para quem tem no elenco Julia Roberts, Ashton Kutcher, Jessica Alba, Anne Hathaway, Queen Latifah, Kathy Bates, Bradley Cooper, Patrick Dempsey, Jennifer Garner, Jamie Foxx, Taylor Lautner e Shirley McLaine, entre tantos outros. Não se pode nem dizer que o interesse de todos foi o cachê.
Cheio de situações inverossímeis e diálogos vergonhosos, o filme não consegue ser nem cômico, nem dramático, nem romântico. Um imenso vazio, uma tortura de mais de duas horas de duração.
Para não dizer que nada salva, há uma cena que respira algo de interessante, protagonizada por Jennifer Garner quando descobre que namora um homem casado.
No fim, o único são é o florista do elenco de apoio, que diz que “para alguns, o amor só existe se for proclamado diante de todos”. De preferência proclamado por galãs e mocinhas lindos, com seus corpos sarados e suas vidas perfeitas. Tão medíocre que a mensagem que tentam passar é a que vem por último: “não importa, o que todos querem dizer, afinal, resume-se a três palavras: 'vamos ficar nus'”. Deprimente.
Este longa faz do amor um sentimento pequeno e dos romances algo fácil de ter seus problemas resolvidos. Todos sabem que não é simples assim, bem como não é fácil fazer um bom filme.
Trailer:
(Valentine's Day, EUA, 125 minutos, 2010)
Dir.: Garry Marshall
Com Julia Roberts, Ashton Kutcher, Jessica Alba, Anne Hathaway, Queen Latifah, Kathy Bates, Bradley Cooper, Patrick Dempsey, Jennifer Garner, Jamie Foxx, Taylor Lautner e Shirley McLaine
10 comentários:
acabei de assistir... muito bom o filme... não ha clichê nenhum neste filme...
Assisti ontem, num achei legal tb não... o filme parecia que não tinha fim, uma tortura msmo ver aqle filme ate o final. E eu não fui o único a achar isso, na saída ouvi mtos dizerem a msma coisa que eu. Enfim, poucas risadas e pouca emoção.
Oloko - ô, loko, hein?!
Vinicera, os jornalistas da minha sessão também não gostaram nada nada...
Esse é o tipico filme "assista ao lado de um romance que você tenha ou com uma barra de chocolate".
E realmente não deve ter sido pelo cachê que alguns atores se propuseram a isso. Eu lembro que Kathy Bates tinha UMA FALA. Poderia ter posto a mãe dele naquele papel que teria o mesmo impacto.
Mr Dalloway, nem com um romance do lado o filme fica bom, pelo contrário, faz é incitar briguinhas de casal!
Eu gostei do filme. Não vou mentir. A história é mais ou menos.
Eu tive uma certa surpresa nesse filme: a atuação de Jessica Biel. Eu simplesmente odiei a atuação dela em O Vidente, mas até que nesse filme foi bem legal, acho que ela pega melhor com comédia.
Você me fez lembrar o filme Simplesmente Amor. E agora analisando a coisa, os dois se parecem muito: uma história "boba" e os atores ótimos, super aclamados da época.
Mas o filme é legal.
Bjo
Sophia, que bom que você gostou. Eu não!
Mas me diga: Simplesmente Amor é bem melhor, não?!
Em comparação a esse, sim. Principalmente porque tem Rodrigo Santoro... brincadeira!
O importante foi que eu me divertir, foi legal. Só espero que agora não seja produzido mais nenhum desses. Hum, sabe uma coisa que eu achei meio sem graça, Jessica Biel odiar o Dia dos Namorados o filme todo e no final ficar com Jamie Fox. Ela que continuasse odiando...
Obrigada por responder todos os comentários.
bjos
Achei o filme muito bonitinho. Mas só isso! O elenco é maravilhoso. Mas as tramas são uma grande conjunção de clicês mais batidos que nunca! Acho também que tem personagens de mais. Alguns são totalmente insuportáveis e dispensáveis, Taylor e Taylor. Rsrs! Outros mereciam mais destaque, como os de Julia Roberts e Bradley Cooper, a proposta das duas histórias é bem interessante. Posso estar falando besteira, mas é isso que eu acho. Alguns acham a atuação de Jessica Biel forçada e artificial, mas eu gosto, acho diferente. Um dos melhores personagens no filme. A personagem de Queen Latifah ficou deslocada, apesar de eu amar ela. A trama que envolve os personagens de Ashton Kuchter e Alba é muito bestinha, depois fica melhor quando entra Jennifer Garner. Mas o que é aquela cena no aeroporto? Meu Deus! Acho que é o maior clichê das comédias românticas! Anne Hathaway está muito boa mesmo, atuação perfeita, talentosíssima, e o personagem não é dos piores, hilário e bem construído! Enfim, é um filme pra deixar o cérebro em casa quando for assistir. Não exige nada do espectador. Nada mesmo! É isso.
Fred, parabéns pelo site/bloger. Amo ler suas críticas. Mesmo! Já li todas desse ano. Amo seu jeito de escrever. Simples e inteligente. Veleu Fred
Sophia, que bom que acha isso! Ufa! Eu também gostaria de ter me divertido um pouco mais com este filme, mas não deu para mim. E de nada! Respondo sempre que posso e com o maior carinho. Beijo!
Magno, haja clichê, não é mesmo?! Você lembrou bem: a cena do aeroporto é mais que batida. Como não deixei meu cérebro em casa, como você recomenda, não consegui gostar do filme. Muito obrigado pelos elogios. Fico muito feliz que goste tanto assim das críticas minhas. Um grande abraço pra você e comente sempre que tiver vontade. É muito bem vindo!
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