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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Entrevista exclusiva com o cineasta Sérgio Rezende

Terça-feira, quatro horas da tarde. Lá vou eu, debaixo de um sol castigante para a minha primeira entrevista profissional. Estreia em grande estilo, pois o entrevistado era ninguém menos que Sérgio Rezende, diretor de grandes sucessos nacionais, como O Homem da Capa Preta, Guerra de Canudos e Zuzu Angel e cujo novo filme, Salve Geral, foi o escolhido desse ano para representar o Brasil no Oscar 2010.

Obviamente estava nervoso, mas bastou começar a conversar que tudo fluiu e o que era para ser uma entrevista de 15 minutos virou um bate-papo super agradável de 40 minutos, permeado de “causos” impagáveis (mas infelizmente impublicáveis) e interrompidos aqui e acolá por algum veículo de comunicação querendo falar com o Sérgio, afinal, Salve Geral estreará nesta sexta-feira em todo o país e todos querem falar com ele.

O diretor demonstrou estar muito ansioso para saber como será recebido seu filme pelo público, mas bem otimista e sempre simpático com os jornalistas, independente de quais veículos cada um representava, o que surpreendeu-me positivamente.


O resultado da entrevista vocês conferem adiante:


Fred BurleSérgio, será que finalmente veremos um drama nacional fazer boa bilheteria neste ano?

Sérgio Rezende – Rapaz, este negócio é igual eleição. Só depois da apuração... não dá para cantar vitória antes da hora. Eu estou com uma expectativa boa, acho que esse filme tem um punch maior que Zuzu Angel, que já teve uma bilheteria excelente, perdendo naquele ano somente para Se Eu Fosse Você, coincidentemente a maior bilheteria desse ano, com sua continuação. Salve trata de um assunto mais contemporâneo, de São Paulo, que é o maior mercado de cinema do Brasil... Mas temos que ver. Cinema é imprevisível.



FBSeus filmes quase sempre contam um pedaço da história do Brasil, mas em Zuzu Angel e Salve Geral o enfoque é numa mãe em busca da salvação da filho, ficando o aspecto histórico como pano de fundo. O que te atrai nas histórias dessas mulheres, quer sejam reais, quer sejam fictícias?

SR – É evidente que essas histórias me atraem, mas na verdade é o público que gosta mais disso do que eu, porque já fiz doze filmes, mas os filmes que o público mais viu foram aqueles baseados em histórias verídicas. Até mesmo em Guerra de Canudos o cerne do filme era uma família e que também tinha uma mulher como protagonista. Eu acho que tem umas questões na dramaturgia, que quanto mais quente a relação entre os personagens, mais dramático aquilo se dá. Se você faz um filme sobre dois desconhecidos que se encontram num trem, ok, aquilo pode esquentar. Se forem dois amigos que se encontram no trem, já esquentou. Se forem dois irmãos, pô, já esquentou mais ainda. Se eles dois se comerem, aí a temperatura... (risos) Quanto mais próximos os personagens forem, mais facilmente o público se identificará com aquilo. Em Zuzu, a personagem era ela porque o filme obviamente era sobre ela, mas em Salve não. A Lúcia foi inventada, mas eu achei que aquilo esquentava, porque é uma mulher de classe média que vai descobrir um mundo jamais imaginado. Ela está lá, tocando piano, no seu mundinho, quando de repente uma bomba cai no seu colo e ela percebe como as coisas realmente são lá fora.



FBQue foi o que aconteceu com a população de São Paulo no dia daqueles ataques, ou seja, a realidade invadiu a vida das pessoas e aquilo foi como uma bomba pra todo mundo...

SR – Exatamente, esse submundo irrompeu como se fosse um bueiro e começaram a sair larvas dali de dentro e as pessoas, sem saber, estavam sentadas em cima de um vulcão.



FBPosso interpretar então, que você, quando escolhe um argumento para desenvolver, você leva sempre em consideração a identificação com o público...

SR – Com certeza. Eu não faço filme para mim. Não tenho essa arrogância de não querer falar com os outros. Estou num jogo e convido o público para jogar esse jogo. Pode ser que o público aceite e goste, pode ser que não goste. É um jogo. O público não é formado de bossais ou “Zé Manés”. Não dá para desconsiderá-los e eu não desconsidero mesmo.



FBDe onde você tirou todas aquelas informações de bastidores do PCC?

SR – Foi a coisa mais fácil do mundo. Informação, no mundo de hoje, é mato. Na época do acontecido, a tevê dedicou horas de cobertura, os jornais publicaram páginas e mais páginas, na internet você clica e encontra um monte de informação, então esse negócio de pesquisa foi muito fácil.



FBMas você conversou com policiais, presidiários...

SR – Com policiais sim, com presidiários, não. Conversei com promotor de justiça, com procuradores, com jornalistas, com o delegado Rui Fontes, que foi o cara responsável por prender a maior parte daqueles líderes. Até acho que o filme não trata dos bons policiais, mas eles existem. Tanto que aqueles caras estão presos. Se fosse tudo porcaria, a prisão estaria vazia. Mas nesse caso específico, a polícia formou um outro lado, a banda podre, que fez coisas escabrosas. Com os presidiários não conversei, porque os líderes estavam presos em regime diferenciado e não dava pra eu chegar lá e dizer “olha, estou fazendo um filme e quero falar com vocês”...



FBPor que a fixação em ter a Andréa Beltrão no papel principal, em meio a tantos rostos desconhecidos?

SR – A Andréa tem uma carreira no teatro, que eu acompanho faz muito tempo e sempre tive loucura em trabalhar com ela. Escrevi pensando nela e ainda bem que deu certo. Não tenho nada contra as grandes estrelas, já fiz muito filme com elas e quero voltar a fazer um dia, mas nesse filme eu queria um figura pública um pouco mais discreta e a Andréa é assim. Eu precisava de um elenco desconhecido, para dar um certo mistério sobre quem era o mocinho ou o bandido, mas evidentemente nenhuma distribuidora me daria recursos pra fazer um filme, se eu não tivesse pelo menos um nome. Apesar de a Andréa ser superconhecida do público e reconhecida como uma grande atriz, ela não tem a superexposição que uma atriz de novelas tem. E por ser de teatro, sabia que ela estaria à vontade com o restante do elenco.



FBAlém da Andréa, a Denise Weinberg também está muito bem no filme, como todo o elenco. Como foi a preparação do elenco? Seí que você fez questão de prepará-los, sem que fosse preciso ter um preparador de elenco na equipe...

SR – Aí entra a questão pornográfica da história, porque “pô”, você casa, mas ao invés de ir pra lua-de-mel, você chama um preparador de sexo pra ir no seu lugar? Como é que eu vou abrir mão do maior prazer, o orgasmo do cinema, que é preparar os atores? Não que não dê certo ter um profissional assim. Até dá certo, o cara “pode ser bom de cama”, mas “pô”, dá licença que essa noite é minha! (risos)



FBVocê já declarou não ser muito a favor da câmera na mão, mas nesse filme você cedeu e resolveu usá-la em favor da narrativa e da própria dinâmica do filme. Depois disso, você mudou sua opinião com relação aos “tremidos” na fotografia?

SR – Mudei! Mas é que quando você faz um filme histórico, o seu espaço cenográfico é limitado. O cenógrafo construi ali uma parede e você não pode mexer a câmera fora dali, senão aparece um carro 0Km num filme de época e isso não dá. Isso engessa um pouco a câmera. Mas nesse filme, que é um filme contemporâneo, eu resolvi soltar a câmera, porque isso dá aos atores uma liberdade total de movimentação, porque a câmera pode seguí-los à vontade. Até comecei filmando com steadycam, mas lá pelas tantas vi que o Fábio Burti (operador de câmera) era tão bom que resolvi deixá-lo fazer a câmera na mão, porque aí os atores criavam a mise-en-scène e o câmera os seguia jornalisticamente. Não acho que tenha ficado treme-treme, mas que dessa liberdade da câmera eu gostei pra cacete, isso eu gostei!



FBTive uma curiosidade com relação à trilha sonora, que rege momentos incríveis no filme, especialmente na sequência dos ataques. Uma vez o Ronaldo Duque (diretor de Araguaya) me disse que não dava para contratar uma orquestra inteira para compor um trilha (por questões financeiras), então era comum usar elementos falseadores para criar uma música orquestrada, mas que na verdade era feita por apenas umas três pessoas! Você teve que usar desses recursos ou o orçamento do filme deu pra pagar uma orquestra inteira?

SR – Deu pra fazer orquestrada! Mas o Miguel Briamonte (que assina a trilha do filme), que é um grande diretor de musicais para teatro, conhece muitos músicos e não sei que mágica que ele fez com os caras, mas ele reuniu a maior orquestra que eu já tive num filme. Eram 21 violinos, não sei quantas violas e violoncelos, era uma maçaroca sonora brutal e por um preço, cara... barato pra caramba!



FBSérgio, você consegue vislumbrar um cenário cinematográfico nacional mais industrial e menos estatal? Pra você, qual dos dois sistemas é melhor?

SR – O melhor sistema é o empresarial. Eu acho uma coisa constrangedora que eu, aos 58 anos, tenha que de dois em dois anos prestar vestibular de novo. Nenhum médico faz vestibular outra vez, nenhum engenheiro faz vestibular duas vezes. O cineasta faz. Ele vai ao BNDES, se inscreve, faz até prova oral pra defender o projeto, pra ver se continua trabalhando ou não. Nas outras profissões, se o cara demonstrar capacidade, continuará trabalhando, mas no cinema você tem que demonstrar sempre que você é capaz de fazer os filmes. Isso acontece porque o mercado de cinema brasileiro é ridículo. O Brasil tem 180 milhões de habitantes, mas vende 90 milhões de ingressos ao ano, ou seja, cada um vai meia vez por ano ao cinema. Isso compõe um mercado deste tamaninho e que não é rentável. Isso é um problema do Brasil, porque quando houver renda suficiente pra população ir ao cinema duas vezes ao ano, aí vai dar pra ir ao banco, pegar o dinheiro, fazer seu filme e recolher o recurso no mercado, senão o Estado tem que continuar apoiando, o que é maravilhoso, porque só assim fazemos nossos filmes, mas tem todas essas aporrinhações.



FBComo você recebeu a notícia da seleção do Salve Geral para representar o Brasil no Oscar? Você pretende divulgá-lo no circuito de festivais que antecedem o Oscar?

SR – Não, eu estou jogando no campeonato nacional. Se eu chegar entre os quatro, aí eu vou disputar a Libertadores. Se eu ganhar a Libertadores, eu vou pra Tóquio. Eu acho que o meu objetivo é conquistar o mercado brasileiro. Sexta-feira o filme vai entrar em cartaz e é isso que me deixa doente, ansioso, porque é o Brasil, é pra cá que eu fiz o filme, pro público daqui. Então esse é o primeiro desafio. Se a gente conseguir atrair o espectador brasileiro e ele gostar, eu acho que o espectador é igual no mundo todo. Quando a luz apaga, somos todos iguais. Se conquistarmos o público brasileiro, isso me dará mais confiança de que podemos conquistar o público externo. Achei uma maravilha ter sido indicado, mas também já estou numa idade que não tenho mais deslumbramento com as coisas, porque sei que tudo é possível, mas tudo é difícil. Mas vou jogar o jogo, porque acho ridículo o cara entrar em campo dizendo que treinou a semana inteira, mas está preparado pra perder. Tem que ter coragem pra ganhar e tem que ter coragem pra perder.


Agradecimentos: Luciana Seabra.

10 comentários:

Kamila disse...

Mas que honra, Fred! Parabéns pela entrevista! Ficou ótima!!!!

Amanda disse...

Que beleza, heim? Gostei da entrevista. Parabéns. Espero para ver Salve Geral.

Cristiano Contreiras disse...

Que legal, Fred, muito bom!

Ah, tentei te aceitar no meu orkut, deu erro..e travou! preciso que me adicione de novo, viu? pode ser?

e aparece, anda sumido! fica bem!

Daniela Marinho disse...

Muito boa a entrevista! Parabens Fred! E parabens também ao Sérgio Resende por toda essa garra pelo cinema nacional! Bora todos ver o filme neste primeiro final de semana!
Beijos

Cristian FS disse...

Eu queria manda um SALVE PRA GERAL ai que vai brilha muito na telona! :)
entrevista 10 parabens

Caique Gonçalves disse...

Obrigado por sociabilizar esse belo bate-papo! Muito boa a entrevista. O filme tem seus méritos e acredito que deva conquistar uma ótima bilheteria.

Pedro Tavares disse...

Parabéns rapaz. Ficou ótima a entrevista!

Fred Burle disse...

Kamilla, Amanda, Cristiano, Daniela, Cristian, Caíque e Pedro, muito obrigado pelos comentários.
A entrevista foi muito legal e adorei tê-la compartilhado com vocês.
Foi pensando nos leitores que eu a fiz.
Tentei não fazer perguntas clichês e imaginei coisas que cinéfilos teriam vontade de perguntar ao diretor, depois de verem o filme.
Mais uma vez, muito obrigado pelos comentários e elogios. Isso só me incentiva a fazer um trabalho cada vez melhor.
Beijos e abraços a todos!

Anônimo disse...

Your blog keeps getting better and better! Your older articles are not as good as newer ones you have a lot more creativity and originality now keep it up!

Fred Burle disse...

I agree with you, but there are some older posts of mine that I really like!
But, it's very good that I'm getting better, isn't?!
Thank u so much for the comment and forgive me for my english not so well!
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