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quinta-feira, 16 de julho de 2009

La Môme Piaf

Seria óbvio dizer que Piaf – Um Hino ao Amor é um filme melodramático. Afinal, a história de vida da Edith Giovanna Gassion (a La Môme Piaf, como batizada no início da carreira, pela comparação de sua voz com um pássaro) foi percalçada por tantos acontecimentos trágicos, que fatalmente encaixaria-se nessa classificação. Sobre sua carreira, todos sabem que foi brilhante e que ela era dona de uma das vozes mais bonitas que já se ouviu. O filme inova ao trazer à tona sua história pessoal com detalhes, mesmo sem deixar de lado sua carreira, para conhecimento e admiração de todos, principalmente da geração mais nova, que pouco conhece da cantora e da sua obra.

Na infância, Piaf foi abandonada pela mãe (que fugiu com um homem, por paixão), seu pai era um bêbado e ela acabou sendo criada num prostíbulo. Quando jovem, caiu na vida boêmia e desregrada, passando a cantar nas ruas de Paris em troca de moedas. Foi descoberta por um olheiro, gravou seu primeiro disco e daí pra diante sua carreira deslanchou. Foi parar nos EUA, país que não lhe agradou, mas foi onde conheceu seu grande amor. Faleceu aos 42 anos, totalmente fragilizada pelo acúmulo de doenças (icterícia, cirrose e dependência em morfina) que teve no decorrer da vida.

Alguns críticos depreciaram esta cinebiografia, alegando que era um filme que denegria a imagem da cantora e fazia melodrama em cima de sua história, mostrando-a como uma pessoa seca e antipática. Para mim, isso é crítica de quem a idolatra cegamente e não aceita que digam que Piaf era uma mulher cheia de defeitos e excentricidades, como qualquer outro ser humano pode sê-lo. Mostrar esse lado é mostrar que ela foi uma mulher que sofreu muito, mas que nunca se deixou ser tomada pela amargura. Amou intensamente, tanto sua música quanto aqueles que desfrutaram da sua companhia.

Tudo no filme é pensado para beneficiar Piaf e a atriz que a interpreta, Marion Cottilard. A tonelada de maquiagem e a encarnação de Piaf por Cottilard são extraordinárias, uma (a maquiagem) ajudando a outra (a atriz) a realizar um dos trabalhos de interpretação mais impressionantes dos últimos anos. Mas não é só pelo trabalho técnico de caracterização: Cottilard encarna todos os trejeitos da cantora, seu olhar distante, como quem esconde amarguras, sua postura curvada, com um definhamento gradativo, mas que se ergue ao subir no palco, tendo ali seus momentos de glória. Oscar mais que merecido para a atriz e para a equipe de maquiagem.

A fotografia também trabalha a serviço da protagonista, com planos gerais nos momentos de apresentação da cantora, intercalados com close-ups, ambos com uma luz que recorta seu rosto e seu corpo, como se estivesse entronando-a, como a endeusada cantora que era. Há cenários meticulosamente construídos, para possibilitar a execução de planos sequência bem elaborados, principalmente na casa de Piaf, onde a câmera passeia por todos os cômodos com total liberdade e onde também acontece uma transição muito boa, numa cena em que Piaf está em desespero por uma notícia que acabara de receber e precisa cantar para fugir dos fantasmas que a atormentam, correndo pelo quarto e quando ultrapassa a cortina, lá está o palco montado e o público à sua espera.

A escolha por uma edição não-linear, muito comum em biografias, começando o filme com a última apresentação de Piaf, em seu estado maior de definhamento e intercalando sua infância, juventude e seus últimos dias, aqui se justifica nos momentos finais do filme, quando, em seu leito de morte, Edith confessa um segredo que até então nunca havia sido de conhecimento do público, algo que talvez tenha aterrorizado-a muito mais do que qualquer outra tragédia que tenha sofrido e que toma-nos de assalto, pelo tamanho de sua tristeza e pelo fardo que aquela mulher foi destinada a carregar. Ali, é chegada a sua hora. Ela morre, mas antes que subam os créditos, finalmente é concluída a sua última apresentação (aquela que iniciou o filme), na qual ela interpreta a sua canção mais contundente, No, Je ne Regrete Rien, que ela mesma classificou como o resumo de sua vida. Nessa altura, a emoção já está à flor da pele e as lágrimas contidas durante 140 minutos agora escorrem, e com elas, despedimo-nos de Piaf e ficamos com sua obra.

Piaf teve, pelo menos na versão de Olivier Dahan, o seu Gran Finale!



Piaf – Um Hino ao Amor
(La Môme, França/ Inglaterra/ República Tcheca, 140 minutos, 2007)
Dir.: Olivier Dahan
Com Marion Cottilard, Jean Pierre Martins, Gerard Depardieu, Emmanuelle Seigner, Marlene Dietrich

Nota 8,9

14 comentários:

Anderson disse...

Adoro suas notas com números decimais hehe. Acho q o filme vale pela grande interpretação de Cotillard e só, não gostei tanto qto vc. Mas é pq tbm já cansei de cinebio, é o tipo de filme q menos gosto e hj em dia tá tendo demais - pro povo ganhar Oscar. ;-)
Abs!

Roberto Queiroz disse...

Eu sou suspeito pra falar do gênero, pois sou louco por cinebios. Achei Piaf, o máximo! Lembro que fui assistir o filme na época por causa de um comentário que o José Wilker fez no programa de cinema dele na Rádio Paradiso e saí, ao final da projeção, realizado. E a menina, a Marion Cottilard, é um primor!

Amanda disse...

Concordo, Fred, sai do cinema com uma sensação pesada, mas o filme é bom sim, retrata uma realidade da vida dessa grande cantora, as pessoas ficam esperando um musical tal qual a peça (que aqui foi muito bem interpretada por Bibi Ferreira), mas o filme cumpriu seu papel. Eu, inclusive, tinha indicado ele nas dicas da semana no meu post de domingo.

Guest disse...

Belo filme, belo comentário!
Adoro filmes que mostram o Dark Side (o lado escuro, atrás dos holofotes) das grandes celebridades. O artista paga um preço pelo seu caminho.
Abraços,
Felipe.

altieres bruno machado junior disse...

Olá Fred

Este para mim foi um dos melhores filmes que vi no ano passado. CHOREI MUITO (confesso). Mas como não se emocionar com a história triste dessa grande cantora. E as músicas então, belíssimas. A fotografia do filme é incrível e a interpretação da Marion Cotillard, sem igual (merecido o oscar).

Abraços e até mais.

Fred Burle disse...

Entendo você não ter gostado por esse motivo, Anderson. Sou assim com os filmes de guerra: geralmente não gosto, porque enjoei do gênero.
Mas se não fosse a Cottilard, o filme não seria tão bom quanto foi.
Quanto às notas, que bom que gosta! É uma forma de não dar a mesma nota para um monte de filmes. Sinto-me mais justo colocando-as na casa dos décimos.
Abraço!

Fred Burle disse...

Um não gosta, outro adora...
Eu fico no meio termo. Nem sempre gosto de cinebios, mas esta é das melhores que já vi.

Fred Burle disse...

Infelizmente não vi a peça, Amanda.
Mas imagino que seja boa mesmo, já que Bibi Ferreira é um ícone do teatro brasileiro.
E que incrível a sintonia! Não tinha visto que você indicou esse filme! ehehe
Rolou o que chamo de "transmamento de pensação"! =)

Fred Burle disse...

Desse jeito vou começar a fica metido...
Obrigado pelo elogio!
Eu também gosto muito quando desmistificam os grandes ícones. Quebra esta vontade que muita gente tem de tomá-los como exemplo só porque têm uma grande obra. Nem sempre são exemplos a serem seguidos.
Mas guardam belas histórias, apesar de trágicas, como essa.

Fred Burle disse...

Também foi dos meus favoritos, só que de 2007.
Chorei mesmo (e muito) no fim do filme, quando o grande segredo de Piaf é revelado.
Rachou meu coração no meio (que piegas!).

Matheus disse...

"Piaf - Um Hino Ao Amor", apesar da narrativa fragmentada que falha em seus propósitos, é um filme lindo! E a interpretação da Marion Cotillard é coisa de outro mundo, uma das melhores de toda a história do cinema.

Fred Burle disse...

Para mim, o propósito da narrativa não linear foi o de deixar os dois clímaxes para o final (o segredo que ela só revelou à beira da morte e a última apresentação), então, o êxito foi alcançado. Qual era o propósito que você entendeu, Matheus?

E Cottilard é a única unanimidade do filme. Também acho uma das interpretações mais viscerais do cinema.

Rafael Carvalho disse...

Acho incrível como muita gente tachou o filme de hollywoodiano e comercial, mas o que eu vi ali foi pura sofisticação de direção e trabalho técnico em prol de contar a história sofrida e amargurada dessa mulher que cantou tão bem o amor. Para mim, foi um dos melhores filmes de 2007 e a Marion Cotillard arrasa tudo.

Fred Burle disse...

Assino embaixo, Rafael!

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