A sinopse do filme é bem simples: professora novata e promissora vê sua carreira e casamento ruírem a partir do momento em que é acusada de ter relações sexuais com um de seus alunos.
A professora em questão é Sheba Hart (Cate Blanchett), que acaba de iniciar seus trabalhos no ginásio e já se torna a queridinha da direção e encantadora dos alunos. Sua primeira amizade na escola é com outra professora, a veterana Barbara Covett (Judi Dench), que é justamente o seu oposto: aparentemente ranzinza, é odiada pelos alunos, mas tem o reconhecimento do corpo discente. Está prestes a se aposentar.
Depois de um tempo de formada a amizade, Covett tem um dilema: ela vê a amiga consumando as tais relações sexuais com um aluno e tem que decidir se denuncia ou não, abrindo mão da amizade pela qual ela se apaixonou.
A partir daí, a trama entra num ritmo doentio, cheio de ameaças e cada um vai tropeçando em seus próprios erros, num ritmo que vai de bola de neve a avalanche, até o ponto em que os personagens se revelam como são no fundo. E nesse fundo nem sempre tem coisas boas, geralmente é o excesso, a borra do café, que se ingerida, acaba com o gosto de todo o resto.
Mas vai saber! Tem gente que gosta de borra de café!
Cada personagem aqui é cheio de “pecadinhos” ocultos e os cometem por uma confusão de sentimentos que se colocados em primeiro lugar em ações e momentos incorretos da vida, são responsáveis por atitudes neuróticas, beirando a insanidade. Tudo quando o controle sobre seus sentimentos é deixado de lado pelo medo de perder o amor do outro.
O roteiro é escrito por Patrick Marber, o mesmo de Closer, mas aqui seu trabalho, baseado no livro de Zoe Heller, não é o ponto forte do filme. Ao contrário do filme de Mike Nichols, Notas não tem o tom de maturidade e ainda por cima é cheio dos clichês típicos dos filmes que querem parecer baseados em fatos reais, mas são fatores perdoáveis dentro do “pacote”.
O clima intimista, o desenvolvimento sempre crescente e tenso da trama e a capacidade de envolvimento do público provavelmente não seriam possíveis caso a escolha das atrizes fosse diferente. Poderia chamar de “guerra de atuação”! E no final acho que tudo termina num empate glorioso, com a sensação de ter visto atrizes cumprindo seu papel com louvor e dedicação.
Cate Blanchett e Judi Dench mereceram e sempre merecerão indicações a prêmios se continuarem com a postura profissional com a qual lidaram até hoje.
Li uma crítica do filme comparando-o a O Pentelho, com Jim Carrey, e realmente tem suas semelhanças (!), pelo lado psicótico que alguns personagens revelam ter, mas este aqui é feito com muito mais competência que aquele, sem precisar de muita pompa.
Vale a pena pra quem gosta de filmes intimistas, em tom de “história real”. Quem costuma assistir (e gostar) de besteirol, nem se dê ao trabalho.
(Notes on a Scandal, Inglaterra, 90 minutos, 2006)
Dir.: Richard Eyre
Com Cate Blanchett, Judi Dench, Bill Nighy
Nota 8,0
10 comentários:
Grande filme!
Eu achei um filme excelente... As atuações realmente são o ponto forte...
PS: Eu gosto de besteirol, rs, mesmo sabendo que a qualidade é duvidosa... :)
Olá Fred
Estou bem interessado em ver esse filme, já tinha ouvido falar dele a agum tempo, mas já tinha esquecido. Obrigado por me lembrar. Adoro a Cate Blanchett e a Judi Dench, acho que só por elas estarem no filme, ele já merece ser visto.
PS: dediquei alguns selos a todos os blogs que eu acompanho, inclusive o seu, não sei se vc viu.
Abraços =D e até mais.
E sem mania de grandeza!
Todo mundo tem o seu "besteirol do coração"!
Eu também gosto de alguns, mesmo sabendo que são ruins...
=)
Grande filme, grandes interpretações, excelente elenco! Nada mais a dizer!
Oi, Altieres! Muito obrigado pelo selo! Pegarei agora!
Abraço!
Então tá dito! ehehe
Não sou tão entusiasta do filme assim, muito embora as duas protagonista sustentem bem o filme do início ao fim, com destaque para uma Judi Dench odiosa. É de fato um filme de atriz.
As atuações são o ponto mais forte do filme, mas gosto muito dos outros quesitos também.
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