Na onda dos mockumentarys (falsos documentários) e toda a discussão sobre a manipulação de informações, edições tendenciosas, o que é ou não verídico em um documentário, surge “Catfish”, vendido como o registro da relação de um fotógrafo com uma fã de oito anos de idade que transforma o trabalho dele em pinturas.
Nev Schulman, o fotógrafo, trabalha no mesmo escritório que o irmão e um amigo, ambos documentaristas. Quando Abby, a garotinha, envia para Nev por e-mail uma foto do primeiro quadro que pintara com base no trabalho dele, os três resolvem documentar a relação que começara a ser construída, desde o começo.
A partir daí, muita coisa acontece e é recomendado que ninguém busque mais informações sobre o filme antes de assistí-lo. Marketing ou não, esta é a melhor atitude a se tomar. E é por isso, também, que esta crítica está enxuta: para não denunciar mais que o essencial.
Discussões sobre realismo ou farsa à parte, “Catfish” é um filme de história incrível e aparentemente sem roteiro. Talvez por isso, passeie desde o romance, até a comédia, o drama e o suspense. Fala sobre afeição, relacionamentos, arte e imaginação e o uso da internet como terreno fértil e livre para ser o que se queira.
O bagre (ou catfish, em inglês) é um peixe predatório que era comumente colocado nos containers de pesca enviados para a China, para que os outros peixes passassem a viagem tentando evitá-los e assim, mantendo-se em movimento constante, evitando que suas carnes se amaciassem em demasiado ao chegar no seu destino.
Catfish, o filme, trata de pessoas que são como estes bagres, que servem para agitar a vida daqueles ao seu redor e mantê-las em movimento, trazendo renovação, novos respiros. O próprio documentário é assim: trás inovação, fôlego ao gênero e coloca um pulga atrás da orelha de quem o assiste: aquilo tudo é ou não real?
Edificante, tocante, envolvente, surpreendente: adjetivos que cabem para seja lá o que esta obra for, pois no fim, o que menos importa é a resposta.
(idem, EUA, 87 minutos, 2010)
Dir.: Ariel Schulman, Henry Joost
Nota 9,0
Previsão de estreia no Brasil (atualizado em 12/03): infelizmente, o filme ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.
2 comentários:
Eai Fred...vlew pelo comentário lá no blog.!
Eu tinha visto sua lista antes, já acompanho o blog a algum tempo, inclusive foi ela uma das que me influenciaram a realizar uma, boa lista sua!
Em relação ao começo da década, na primeira parte da lista dos 100 filmes eu explico porque eu fiz entre aquele intervalo de tempo...
abaixo tem alguns sites que eu achei e ratificam a minha idéia de que a década aconteceu entre 2001 e 2010, mas também tem muitos outros que falm o contrário, enfim, essa discussão e tanto..
http://www.oragoo.net/quando-acaba-a-primeira-decada-do-seculo-21/
http://blog.nois.com.br/2009/12/afinal-quando-termina-decada-ou-quando.html
http://raquel-blogoitentista.blogspot.com/2009/10/eu-ja-tinha-estudado-isso-na-escola-mas.html
Em todo caso, parabens pelo blog..e abraços!
Diego, que bom saber que a minha lista também te influenciou. Quanto à discussão da década, mantenho a minha convicção e acredito que a maioria concorda. Afinal, todas as principais listas de "melhores da década" foram publicadas no ano passado.
Enfim... deixa isso pra lá.
Abraço!
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