Em meio a uma safra tão boa e renovadora de documentários nacionais, “Uma Noite em 67” surge como um bom instrumento de informação, mas seu formato extremamente tradicional o torna quadrado e cansativo.
Os diretores Ricardo Calil e Renato Terra contam a história do histórico festival da canção da Rede Record, em 1967, através do depoimentos dos participantes daquele evento, dentre eles cantores, jurados, compositores e alguns integrantes da equipe do programa.
O festival teve sua importância elevada ao nível histórico por mobilizar fervorosamente os espectadores, parar o país para assistí-lo, além, é claro, de ter revelado músicas e artistas hoje consagrados no Brasil.
A fórmula escolhida para falar sobre o festival foi através das cinco primeiras colocações dos festival. Uma linearidade insossa e ultrapassada, cuja única vontade que desperta é a de que chegue logo a apresentação das músicas em questão.
As cinco músicas, além do número em que o cantor Sérgio Ricardo se exaltou por causa das vaias, chegando a quebrar o próprio violão, são apresentadas na íntegra, assim como várias entrevistas nos bastidores do programa.
A pesquisa de imagens de arquivos é um dos pontos fracos do filme, pois concentra-se apenas em resgatar o programa em si, sem contextualizar a situação também através de imagens da época. Pode ter sido uma opção dos diretores em falar apenas daquela “noite em 67”, mas tal escolha empobreceu o documentário, colocando-o em nível de programa de tevê, destes sobre as curiosidades de um evento.
“Uma Noite em 67” é feito com preceitos primários dos documentários, sem apresentar o menor dinamismo ou (tentativa de) inovação. Só se salva da condição de “ extremamente chato” porque trata de um assunto interessante.
Trailer:
(idem, Brasil, 85 minutos, 2010)
Dir.: Ricardo Calil e Renato Terra
Nota 4,0
4 comentários:
Fred hj você está impiedoso! hahahha
Que nada, ju.
Só digo o que acho justo dizer!
Abs
Ví recentemente o documentário em questão e compartilho da mesma opinião. Frustrou todas as minhas expectativas.
Pois a mim, Uma noite em 67, agradou e muito.
Sinto uma enorme tristeza em não ter nascido na época dos festivais. Ao passo que tb me sinto aliviada por ter podido conhecer o brilhante trabalho desses músicos, hoje consagrados, mas que no documentário são apenas jovens, cheios de dúvidas, vontades, inseguranças e talento, muito talento.
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