Adaptação do best-seller literário de Chico Buarque, o filme conta a história de um ghost-writer (Leonardo Medeiros), ou seja, um sujeito que escreve livros por outras pessoas. Ele sofre uma crise no casamento, porque sua esposa (Giovanna Antonelli) não sabe do seu real ofício e acha que ele é um fracassado. A caminho de Istambul, onde iria participar do encontro anual de ghost-writers, um acidente acontece e ele acaba aterrisando em Budapeste, onde encontra um estátua dedicada à sua profissão, atração turística da cidade. Lá, ele terá um caso com uma húngara (Gabriela Hámori).
Os direitos da adaptação foram comprados por Rita Buzzar, produtora e roteirista, que recrutou Walter Carvalho para a direção e o filho dele, Lula Carvalho, para a direção de fotografia e câmera. Rita apostou alto, desembolsando do próprio bolso 2 dos 6 milhões de reais que o filme custou. Dinheiro conquistado pela alta bilheteria que obteve seu filme anterior, Olga. O restante foi obtido através de editais e da parceria de co-produção com a Hungria e Portugal. “Cinema é risco”, disse ela. Não só o risco financeiro rodeou a produção, como o risco artístico também.
A história funcionou muito bem no livro, mas isso não significava que também funcionaria na tela.
Budapeste é um filme morno. Assistí-lo não é sacrifício, mas é um programa tão sem graça que é difícil ter outra reação além da indiferença.
Leonardo Medeiros está muito bem na pele do escritor, principalmente por ter que falar em húngaro boa parte do filme, língua que ele não conhece e que confessou ter decorado as suas falas. Nem quando contracena com a gringa Gabriela Hámori ele se deixa ofuscar.
Há cenas belíssimas, como a do transporte da estátua de Lênin, aos pedaços, de barco, pelo rio Danúbio e a cena do confronto do escritor com a outra estátua, a dos ghost-writers, contrastando com um nuvem de pombos numa praça da cidade. Mas nem sempre Lula Carvalho obtém êxito. Há momentos desnecessariamente escuros e outros cheios de grânulos inadequado à situação.
A produção como um todo, é redondinha. Correto e nada mais.
Tomara que o filme pelo menos se pague nas bilheterias.
Leia a coletiva de imprensa no AdoroCinema.com .
Trailer:
(Brasil/Hungria/Portugal, 113 minutos, 2009)
Dir.: Walter Carvalho
Produção e roteiro: Rita Buzzar
Fotografia: Lula Carvalho
Com Leonardo Medeiros, Gabriela Hámori, Giovanna Antonelli, Paola Oliveira...
Nota: 5,5
6 comentários:
Olá
Navegando pelos blogs alheios encontrei o seu. Gostei muito. Virei seguidor.
Nossa, como é difícil um filme brasileiro mais dramático arrecadar grande bilheteria no Brasil. Este por exemplo eu nem me lembrava, mas agora com os seus comentários vi que realmente não é um filme tão bom : )
Até mais...
Oi, Altieres!
Muito obrigado pelo elogio!
Realmente, é muito difícil algum filme brasileiro dramático conseguir uma boa bilheteria... Por coincidência, estou fazendo um levantamento de dados da década de 70 pra cá, pra postar sobre isso. Daqui uns dias farei isso.
Mas Budapeste não foi tão mal na estréia, não. Só que entrou em poucas salas, então parece difícil que se pague, já que custou muito caro...
Abraço!
As pessoas têm me dito que o filme é melhor pra quem já leu o livro.
Tenho vontade, mas ao mesmo tempo tenho preguiça em ver Budapeste...
Talvez seja mesmo. Pelo menos as pessoas já vão mais envolvidas afetivamente com a história...
Rola de você assistí-lo nesse fim de semana. Estará na sessão das 15hs (2 reais) no pier.
=)
Esse sim eu tô muito a fim de ver. Quando li o livro do Chico, a primeira coisa que me veio à mente é que deveria relê-lo algum tempo depois. Vou tentar fazer isso antes de conferir o filme. E tô super curioso para conferir Hunger também!!!
Ah, adicionai seu blog lá entre os link do Moviola Digital. Abração cara!!
Rafael, talvez você goste mais do filme. Como a Celina disse aí em cima, as pessoas têm dito que quem leu o livro dá mais a pala do filme também. Eu, como não li o livro, achei que faltou mais graça.
Não deixe de ver Hunger (pus o torrent no post). E muito obrigado pelo link! O seu blog já estava linkado aqui também!
Abraço!
Postar um comentário
Concordou com o que leu? Não concordou?
Comente! Importante: comentários ofensivos ou com palavras de baixo calão serão devidamente excluídos; e comentários anônimos serão lidos, talvez publicados, mas dificilmente respondidos.