É muito válida a tentativa belga de fazer um longa de animação acessível para toda a família e com potencial para ser sucesso de bilheteria mundial. Mas o projeto padece de santa inocência e preguiça roteirística. Fica só na intenção.
Espécie de mamãe-quero-ser-Nemo, o longa não atinge sequer o nível tecnológico do alvo almejado – e olha que já faz quase oito anos que “Procurando Nemo” invadiu os cinemas. Fazendo analogia ao primeiro, os elementos daquele estão todos presentes neste, só que sem nenhuma graça. A procura por alguém amado, a mensagem de “aprender a crescer”, amigos que tentam ser divertidos (mas que são deixados no chinelo por qualquer rascunho da inesquecível Dóri) e por aí vai.
Inicialmente, vemos a tartaruga Sammy, aos 50 anos de idade, parada na beira da praia, dissertando como a natureza mudou em decorrência da ação do Homem, que a tem devastado. Em seguida, propõe contar a história de sua vida. A (superficial) mensagem ecológica é deixada de lado e a historinha bobinha se inicia, não engatando uma piadinha sequer.
Ressalvas ao cinemão estadunidense à parte, é preciso admitir que, no segmento das animações-para-toda-a-família, o resto do mundo ainda está muito longe de alcançar seu primor. A única exceção ainda é o rei japonês Hayao Myiazaki.
Lançado no formato 3D, o filme só deve agradar criancinhas recém-saídas do colo e aqueles que ainda são vidrados em qualquer efeito divertido que os óculos especiais podem proporcionar. Nisso, “As Aventuras de Sammy” se dá bem, já que o ambiente marítimo é perfeito para que os produtores explorem as cores e o destaque dos personagens da tela. Mas nem isso consegue disfarçar a ingenuidade e falta de tempero deste desenho.
Trailer:
(Sammy´s Adventures: The Secret Passage, Bélgica, 88 minutos, 2010)
Dir.: Ben Stassen
Nota 3,0
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