Assistir um filme que tenha em seu elenco John Malkovich (Quero Ser John Malkovich; Adaptação) é quase garantia de cenas bizarras. Em A Mente que Mente ('tradução' cretina para The Great Buck Howard), a dose de bizarrice é menor, mas a excentricidade está lá, em cada gesto do ator. Para fazer-lhe contraponto (e servir-lhe de escada), lá está Colin Hanks (Orange County; Mais do Que Você Imagina).
Colin faz o papel de Troy, um jovem infeliz com a faculdade de direito, que resolve abandonar tudo e seguir em busca do seu sonho: escrever. Ele só não sabe que caminhos tomar para chegar lá. Arruma um emprego de gerente de produção do mentalista – não o chame de mágico, ele pode não gostar – Buck Howard, conhecido nos anos 70 por ter feito várias aparições no programa de Johnny Carlson, The Late Show. Buck é o típico artista cheio de manias, em decadência, mas que não admite isso e fará de tudo para voltar a fazer sucesso.
Trata-se de uma comédia dramática de fórmula simples. John Malkovich é o grande destaque e sua insanidade faz o filme respirar. Pena que isso não contagiou o restante do elenco e produção, que parece-me apática e sem muita vontade de fazer um filme bom.
Há algumas participações que poderiam render situações bem engraçadas, mas são, em sua maioria, um desperdício. Tom Hanks (pai de Colin Hanks) aparece como o pai de Troy, numa cena nada crível e levada mais a sério do que deveria. Depois vem Emily Blunt, com as mesmas caracteríticas da sua personagem em O Diabo Veste Prada e Steve Zahn, errr... como sempre também.
O relacionamento entre os dois protagonistas é pouco desenvolvido. Era para ser uma daquelas histórias em que duas pessoas têm um difícil relacionamento, mas aprendem lições um com o outro, mas o que vemos são dois personagens distantes, que não brilham juntos. Cada um tem sua história desenrolada separadamente. Isto é, no mínimo, estranho.
Mas nem tudo dá errado. John Malkovich protagoniza uma cena em que seu personagem dá entrevista em um talk-show, simplesmente impagável. Dá até para desconcentrar, em meio a tantas risadas.
No mais, algumas cenas engraçadinhas (bem “inhas”) dão o tom e só. O tempo passa sem muitos danos, a sessão termina e daqui alguns dias o filme será esquecido.
Trailer:
(The Great Buck Howard, EUA, 90 minutos, 2008)
Dir.: Sean McGinly
Com John Malkovich, Colin Hanks, Emily Blunt
Nota 6,0
2 comentários:
apesar da nota relativamente baixa e de você dizer que o filme será esquecido (o que eu acredito) algo no seu review me chamou a atenção...
a história me pareceu bacana e digna de se avaliar! é o que farei em breve.
Abraços.
Bruno, raiva você não vai passar. É um film tranquilo de ver. Mas criticamente não posso dizer que seja bom. Boa sessão!
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