Fui assistir Vigaristas apenas com a intenção de me distrair, mas a sessão foi mais que isso. Com um senso de humor incrível, diálogos inteligentes e um conceito cinematográfico muito bem sucedido, o filme ganhou a minha simpatia e muitas gargalhadas dos que estava na sala de cinema.
A história não é lá das mais inovadoras. O diferencial está no seu contexto.
Os irmãos Bloom (Adrien Brody) e Stephen (Mark Ruffalo) são golpistas aventureiros em busca constante por “ricos otários” para enganar. Stephen adora fazer dos seus golpes um espetáculo teatral e adora a vida que leva. Já Bloom está cansado e decide parar com a “profissão”. Convencido pelo irmão, ele resolve partir para sua última missão: conquistar o coração da jovem solitária Penelope (Rachel Weisz) e obviamente, dar-lhe o golpe. A jovem descobre a “esquema”, mas encanta-se com a vida agitada da dupla e resolve cair na estrada com eles e sua parceira japa, calada e perigosa Bang Bang (Rinko Kikuchi).
O elenco é um show à parte. A japonesa Rinko Kikuchi prova talento mais uma vez, após tê-lo mostrado em Babel e Adrien Brody também está ótimo, apesar de insistir em ser galã, o feioso. Mas o grande destaque fica com Rachel Weisz. Acostumada a papéis mais densos (Um Beijo Roubado, A Fonte da Vida e O Jardineiro Fiel), a atriz faz chorar de rir com sua intrépida personagem, cheia de “habilidades inúteis”. A cena em que Penelope mostra seus dotes é impagável!
Até então desconhecido, Rian Johnson (Brick, 2005) demonstra talento na direção e bom gosto nas suas escolhas. A combinação de elementos cheios de hype fica muito boa, com figurinos elegantérrimos, belos cenários e trilha sonora calcada no jazz. É estilo pra mais de metro! Além disso, o diretor mexe com os mais diversos sentimentos do espectador: faz rir, chorar, ter medo, adrenalina; tudo com a mesma competência.
Quem for assistir ao filme, repare nos inúmeros planos-detalhe das mãos dos personagens, que sempre indicam o sentimento que eles querem esconder, mas que o corpo não os deixa mentir. São sempre planos acelerados, que entrecortam outro plano aberto.
Vigaristas é um filme de trapaça com estilo inglês, que mistura o humor inteligente ao pastelão, faroeste mexicano (!) com filmes de máfia italiana, tudo na medida certa. Sua diegese é deliciosa.
Um respiro.
(The Brothers Bloom, EUA, 113 minutos, 2008)
Dir.: Rian Johnson
Com Rachel Weisz, Adrien Brody, Mark Ruffalo, Rinko Kikuchi, Joseph Gordon-Levitt
Nota 8,2
3 comentários:
Valeu pela dica. Quero muito ver esse filme. Sou fã da Rachel Weiz, do Adrien Brody e do Mark Ruffalo
Ah Fred, o filme anterior do diretor, você já viu? É bom? Ele vive passando no telecine, deram o nome de A Ponta de um Crime (péssima tradução como sempre). Próxima vez que passar espero ver.
Fiu (devo te chamar assim?), veja mesmo. Vale muito a pena.
Quanto ao Brick, não assisti e só agora descobri que foi lançado no Brasil.
Pus na minha lista, porque fiquei bem interessado.
Abraço!
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