Até o início da década de 2000, eram poucos os filmes de temática homossexual que retratavam de forma coerente ou decente esta parcela da sociedade. Cinematograficamente falando, após o ano 2000 é que surgiram dezenas de filmes bons com tal temática.
Patrik 1,5 é uma produção sueca de 2008, que chega agora ao Brasil. Fala sobre um casal gay, recém-chegado num município do interior. Casados, Göran e Sven – que outrora foi casado com Isabell, com quem teve uma filha – há algum tempo estão na fila de espera para adotar um bebê. Quando a esperança já estava no fim, chega finalmente uma carta da assistência social, informando-lhes que o filho deles estava para chegar. Para a surpresa deles, ao invés de uma criança de 1,5 ano de idade, chega um garoto de 15 anos.
A construção dos personagens deixa-os com perfis muito claros, ou seja, aquele que já foi casado tem uma tatuagem de mulher no braço, em meio a uma queimadura, adquirida numa tentativa de retirá-la. É o sujeito que um dia precisou impor-se para a sociedade como macho, enquanto que o outro nunca fez questão disso e alimenta o espírito materno, sendo sempre bonzinho e querendo acolher a todos como filhos. E por aí vai.
Pelo menos o garoto Patrik não é exageradamente rebelde e nem o é sem causa. A situação imposta é plausível e não força a barra.
Desenvolvido com excessiva simplicidade, o longa torna-se previsível, mas nem por isso deixa de agradar. Faz rir nas horas certas e sabe se fazer sério quando necessário.
O destaque vai para Gustav Skargard, absolutamente bonzinho e cativante no papel de Göran, o gay de vocação maternal.
A trilha sonora é um show (brega) à parte, com músicas country suecas piegas, como diria o caipira, “até não poder mais”.
Mesmo se acorvadando quando poderia ousar, o filme diverte, faz pensar e é extremamente simpático.
Serve para mostrar que os direitos podem – e devem – ser iguais para todos e como isso é desrespeitado, por puro preconceito, até mesmo nos países onde o casamento e a adoção por casais gays são permitidos por lei.
Trailer:
(Patrik 1.5, Suécia, 97 minutos, 2008)
Dir.: Ella Lemhagen
Nota 7,0
2 comentários:
Se você quer chorar, está aí o filme.
Pois é, Leandro. É clichê, mas tem capacidade para emocionar.
Abs
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