Assim como ocorre com os filmes de guerra, os filmes de época geralmente seguem à risca seus clichês e raramente sair da mesmice.
Em A Jovem Rainha Vitória, o diretor Jean-Marc Vallée (do excelente canadense C.R.A.Z.Y.) conta a história da rainha que dá título ao filme, passando rapidamente pela sua infância e concentrando-se nos primeiros anos do seu mandato.
Vitória assumiu muito cedo o poder e teve que amadurecer precocemente para tanto, mas foi preciso identificar quem era ou não confiável dentre aqueles que a cercavam. Foi neste contexto que ela conheceu o Príncipe Albert e é aí que se encontra o grande trunfo do longa.
Diferentemente de outras obras sobre a monarquia ou sobre grandes governos, nos quais geralmente o roteiro concentra-se em contar os grandes feitos ou as grandes guerras lideradas por aquelas pessoas, este filme dá maior atenção para aquilo que foi determinante para a rainha exercer um mandato bem sucedido: ter encontrado um grande amor. Piegas, eu sei, mas é verdade.
É muito bom quando uma história consegue se sustentar sem precisar de artifícios impactantes, como grandes problemáticas ou sequências excessivamente dramáticas e de discursos histéricos.
Rupert Friend faz com simpatia o papel Príncipe Albert, enquanto Jim Broadbent encarna com competência o Rei William, tio da jovem Vitória, que por sua vez é interpretada muito bem por Emily Blunt, a grande surpresa do filme. É este o trio responsável por encantar o público.
Óperas e cenários dimensionam a grandiosidade da vida e do governo daquela rainha, assim como a pompa dos figurinos – um espetáculo à parte.
Filmes de realeza são, muitas vezes, maçantes e pesados como as roupas que seus personagens vestem, mas A Jovem Rainha Vitória é leve e bonito como as flores que enfeitam os vestidos da protagonista.
Geralmente desgosto destes filmes, mas desta vez paguei minha língua. Mas paguei com muito gosto!
Trailer:
(The Young Victoria, Inglaterra/EUA, 105 minutos, 2009)
Dir.: Jean-Marc Valée
Com Emily Blunt, Rupert Friend, Paul Bettany, Miranda Richardson, Jim Broadbent
Nota 9,0
2 comentários:
Ultimamente, para mim, filmes de época estão parecendo sempre a mesma coisa. Não consegui ver grande coisa em "A Jovem Rainha Vitória", a não ser aquelas coisas de sempre: figurino e direção de arte. Ah, mas a exceção é que acho que a Emily Blunt merecia reconhecimento por esse filme...
Ah, Matheus! Achei que este seria o tipo de filme que você gostaria... Que pena! Eu achei tão agradável e romântico!
Pelo menos você concorda que arte, figurino e a Emily Blunt estão ótimos. Abraço!
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