Crítica: Marmaduke

Quem me conhece sabe que não sou dos maiores fãs de filmes com bichos falantes em live-action. Para mim, se é para bicho falar, que seja no formato da animação, porque aí tudo pode. É muito chato ver aquela barra forçada dos coitadinhos dos animais fazendo graça e piada com algo que já deixou de ter graça há muito tempo. Scooby-Doo ainda passa no teste – e olha que seus filmes têm sido sofríveis – mas Scooby “pode”. Os outros, não!

Para piorar a situação, a sessão de jornalistas de Brasília foi dublada – terrivelmente dublada, diga-se de passagem. É difícil se conter em não ser mal humorado ao falar/escrever sobre um filme tão ruim. Até o projetor parecia não querer aturá-lo: parou de funcionar no meio da sessão e demorou um tempinho até que fosse reajustado.

Aos que querem saber: Marmaduke é  um cão falante, cujos donos mudam-se do Kansas para uma cidade praiana, onde um publicitário (o dono do Marmaduke) resolve promover um campeonato de surfe canino, na tentativa de elevar as vendas de uma empresa especializada. O filme é uma adaptação do desenho animado homônimo da década de 80.

Sabe aquele chato e inconveniente, que se acha o extrovertido da turma? Este é o Marmaduke. Papo ruim, é quase um Will Ferrel canino! Santos são aqueles que o aturam, já que ele só erra, ignora os que gostam dele, causa os maiores prejuízos aos donos, mente em prol da construção de status, deixa o poder lhe subir à cabeça e no fim pede perdão e tudo fica bem. É este o “herói” da história, mas convenhamos, não é este o tipo de lição de moral que eu acredito que os pais devam querer passar para os seus filhos. Não serve nem como exemplo negativo.

Com time de atores B e equipe de produção idem, Marmaduke não passa de um projeto para render uns (bons) trocados a mais para o estúdio. E os brasileiros que se contentem com a versão dublada, já que a original, com as vozes de famosos como Owen Wilson, Emma Stone, Stacy Ferguson, Kiefer Sutherland e Marlon Wayans vai passar longe do país.

Talvez Marmaduke divirta as crianças... de colo, porque as demais, como o mínimo de exigência que possuem, não devem se agradar de tanta falta de graça. Se tivessem adaptado como animação, talvez tivesse um resultado mais satisfatório.

Quem diria que um dia eu fosse sentir saudades dos filmes do Scooby...

Trailer:

Marmaduke

(idem, EUA, 87 minutos, 2010)

Dir.: Tom Dey

Com Lee Pace

Nota 1,0