Hoje o post funciona para falar das estreias de dois diretores super cultuados na atualidade: Christopher Nolan e Darren Aronofsky, cujas famas iniciaram-se no mesmo ano, em 1998. Fica a dica, para quem ainda não conhece estes trabalhos.
Quem diria que ali seria apenas o pontapé inicial da carreira de alguém que hoje já possui no currículo filmes como Amnésia, Batman Begins e Batman - o Cavaleiro das Trevas, O Grande Truque e A Origem. Um dos poucos diretores contemporâneos a conseguir unir qualidade a grandes sucessos de bilheteria.
Aqui, seu protagonista é um sujeito obcecado em perseguir pessoas. Seu problema surge quando um de seus perseguidos percebe o fato e os dois estranhamente tornam-se parceiros... de assaltos a casas, especialidade do perseguido.
Desde o seu primeiro curta, Doodlebug, Nolan já explorava a questão da memória, mas aqui ele começou a dar os sinais dos traços que o marcaram no filme seguinte, Amnésia. A narrativa entrecortada, editada sem nenhuma linearidade, incita o espectador a montar toda a história, juntando cada pedacinho do vai-e-vem dos acontecimentos, até que todo o quebracabeça se complete no final.
O melhor é que ele acredita na inteligência do público e nem sequer dá pistas óbvias – pela fotografia ou pela maquiagem dos personagens – sobre o que é passado em cada tempo. Isto é algo difícil de assimilar nos primeiros minutos, mas depois se torna um jogo muito interessante.
A fotografia é outro aspecto bem trabalhado, d'um preto-e-branco pixelizado meio ficção-científica, que bem lembra a estreia de outro grande contemporâneo, Darren Aronofsky, que naquele mesmo ano mostrava ao mundo seu primogênito, Pí.
Os custos de realização para esta interessante obra: US$ 6 mil, tendo lucrado oito vezes este número em bilheterias.
A estreia de Darren Aronofsky na direção de longas metragens não poderia ter sido melhor. Com Pí ele já mostrava de cara a que veio.
Trata-se de uma mistura de thriller e ficção científica com doses dramáticas, sobre um matemático obcecado em desvendar um número que poderia ser a chave para desbloquear os padrões universais da natureza.
Filmado com um orçamento ínfimo de cerca de 60 mil dólares, rendeu mais de 3 milhões de dólares só nos EUA. O longa consegue intrigar dos pseudocults até aqueles que estejam apenas à procura de um thriller tenso do começo até o fim. Resultado de uma direção inteligente, uma montagem precisa, uma incrível fotografia preto-e-branca saturada, um roteiro enxuto e criativo e um elenco totalmente imerso em seu trabalho.
Uma pequena joia que marcou o início da carreira de um dos maiores cineastas em atividade, cuja assinatura já consta em filmes como Requiem Para um Sonho, O Lutador e Cisne Negro.
3 comentários:
Sou mais o Nolan...
Cumprimentos cinéfilos!
O Falcão Maltês
o pi é de longe o melhor filme do Aronofsky e é o trabalho do de tcc dele
Merlyn, se levarmos em consideração a forma como feito o Pí, juntamente com sua qualidade final, daí concordo que seja seu melhor trabalho. Mas acho difícil fazer um ranking dele.
Abs
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