Quando soube da sequência de Os Normais – o Filme, achei ótimo. Roteiro bom era garantido e mais uma grande bilheteria para o cinema nacional também. Não foi bem por aí o que vi no cinema.
A gripe suína continua afetando as bilheterias (a sessão não estava cheia como esperava) e o roteiro não era tão bom assim.
Rui e Vani estão noivos há 13 anos e a relação está morna. Eles resolvem apimentar o noivado e saem em busca de alguém para fazer um mènage à trois. Pronto. Acabou a história.
Acontece que o tempo passa para todo mundo e Fernanda Young e Alexandre Machado (os roteiristas), dessa vez, perderam o espírito das brincadeiras de Rui e Vani e erraram na dose.
A loucura que os torna normais ainda está lá, mas os roteiristas parecem ter esquecido de que a graça que sempre sustentou o programa (e o primeiro filme) está neles por eles mesmos e não em situações que forçam ser engraçadas, mas que dão até vergonha em quem assiste.
Muito palavrão e situações ridículas sempre foram bem vindos, mas colocar Rui e Vani em situações que parecem plagiadas de besteiróis americanos não combina. Nunca foi o humor pastelão que sustentou a graça.
O filme tem sim, seus momentos divertidos, mas há cenas muito fracas (que em sua maioria nem dizem respeito aos protagonistas) que poderiam ter sido cortadas sem o menor prejuízo para a história. Erro de montagem e apego excessivo do diretor. Cenas como as do velho no karaokê, logo no início, ou a do cara que se prepara para um exame de próstata ou toda a sequência da francesa que procura empregada doméstica no Brasil são de um mau gosto terrível. Não é questão de ter ou não pudor, é questão de bom gosto.
Mas não saí tão frustrado assim, da sessão. Os Normais 2 contém cenas hilárias, como a cena que abre o filme, com Rui e Vani desafinando Livin' La Vida Loca, de Ricky Martin; toda a sequência da festa de uma bicampeã de kickboxing (Danielle Suzuki), na qual eles conhecem uma mulher estranha (Cláudia Raia) e Vani fica doidona ao puxar um baseado. Todas as cenas têm como ponto forte a despirocada da Vani. Fernanda Torres dá um show, mesmo sem ter a ajuda do parceiro Luiz Fernando Guimarães, sujeito cujas piadas... bem, ele não tem piadas.
Dessa vez o diretor José Alvarenga Jr perdeu o controle da situação e errou na mão, ao contrário da sua outra grande bilheteria, Divã.
Mas Os Normais é Os Normais e é bom matar as saudades do casal Rui e Vani, mesmo tendo que filtrar bons e maus momentos durante os 75 minutos de projeção.
Trailer:
Os Normais 2 – A Noite Mais Maluca de Todas
(Brasil, 75 minutos, 2009)
Dir.: José Alvarenga Junior
Roteiro: Fernanda Young e Alexandre Machado
Com Fernanda Torres, Luiz Fernando Guimarães
Nota 6,0