Quando
se quer fazer um filme de super-herois e não se tem dinheiro para
efeitos especiais, simplificam-se as cenas, usa-se a imaginação e
investe-se no desenvolvimento dos personagens. Foi assim que o
australiano Griff
The Invisible
conseguiu todo o seu êxito.
Sua
história é prima de Kick
Ass,
só que, com orçamento e hype bem menores, a criatividade precisou
entrar em cena e o resultado foi ainda mais bacana que o do primo
rico.
Griff
(Ryan
Kwanten) trabalha num escritório durante o dia. Lá é sempre objeto
de gozação dos colegas. É tido como um banana, ideal para ser saco
de pancadas. Em casa, ele faz experimentos estranhos, que ele
acredita que podem transformá-lo num superheroi. Todas as noites,
sai pela cidade com a intenção de combater o crime. Seu único
amigo é seu irmão mais velho, Tim (Patrick Brammal). Mas a única
pessoa em quem Griff encontrará apoio para seus experimentos é
Melody (Maeve Dermody), namorada de Tim. Só que Melody também acha
que consegue ter poderes especiais, caso treine-os com dedicação –
ela acha que pode atravessar paredes, um dom que provocará
gargalhadas no público.
O
mais interessante é que o diretor Leon Ford conseguiu desenvolver
uma história de superheroi com o mínimo de efeitos visuais
possíveis, sem por isso diminuir a fantasia na cabeça das pessoas.
Ainda melhor, ele cria uma história de amor entre dois renegados
pela sociedade, superherois mais comuns na vida real do que se possa
imaginar. Por isso, a fantasia cria imediata identificação com o
público e o envolvimento com os personagens graciosos é fácil. É,
acima de tudo, uma história de pessoas que sentem-se isoladas por
não serem compreendidas e que por isso, se conectam e se protegem.
Para eles, não importa se ninguém acredita no que eles acreditam; o
que importa é que aquela verdade os move e os faz felizes. É
piegas, mas é sincero.
Ryan
Kwanten é uma revelação. Sua mistura de patetice juvenil com a
maturidade de quem já se sustenta sozinho é bem equilibrada. Fora
isso, o ator dota de uma expressão corporal incrível – leia-se
estabanado – e um timing afiado para comédia. Sua química com
Maeve Dermody é imensa, assim como a interação com Patrick Brammal
– os dois parecem irmãos na vida real, tamanha semelhança e
introsamento. Este trio sustenta o filme, faz rir e apaixonar.
A
trilha sonora engraçadíssima complementa o êxito desta comédia
cute indie, que só peca um pouco pela técnica, especialmente a
fotografia, muitas vezes embaçada (e não era defeito da projeção)
e outras excessivamente pixelizada.
O
cinema australiano já mostrou potencial para atravessar oceanos com
a emocionante animação Mary
& Max
e agora confirma que tem potencial para mais, com esta comédia
romântica de humanidade visível e fantasia invisível.
Trailer:
(idem,
Austrália, 90 minutos, 2011)
Dir.:
Leon Ford
Com
Ryan Kwanten, Patrick Brammal, Maeve Dermody
Nota
8,5
4 comentários:
Já estava com vontade de ver, depois de ler sua crítica então....
Parece ser bem legal..vou conferir..
as suas críticas são ótimas Fred.. valeu por compartilhar bom gosto por cinema com agente!!!
Boa sua postagem, parabens
Cris, JJ e Ramon - muito obrigado pelos seus comentários.
Espero que consigam assistí-lo e gostem.
Postar um comentário
Concordou com o que leu? Não concordou?
Comente! Importante: comentários ofensivos ou com palavras de baixo calão serão devidamente excluídos; e comentários anônimos serão lidos, talvez publicados, mas dificilmente respondidos.