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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Crítica: Histórias Que Contamos (Stories We Tell)

Discutir o documentário como gênero e suas implicações como registro de fatos é uma questão que de alguns anos para cá ocupa os seus feitores documentaristas, os analíticos do cinema e os historiadores. Não muito mais do que isso. O público em geral pouco se questiona sobre a veracidade das histórias montadas nestes filmes. Talvez por ignorância, inocência ou até mesmo comodismo.

O maior feito de Sarah Polley ao fazer um documentário sobre a própria mãe talvez seja despertar esta reflexão em quaisquer de seus espectadores. Acredito que, mesmo inconscientemente, todos os que assistirem a este filme pegar-se-ão pensando sobre a verdade (ou inverdade) da própria existência, mesmo que num nível supérfluo de fofoca, no que acreditar ou não e sobre a subjetividade dos fatos em toda e qualquer releitura de acontecimentos.

Sarah entrevista sua família e amigos afim de recapitular a história da própria mãe. Por ser a caçula dos seis filhos de Diane, Sarah não conviveu com a mãe por muitos anos, o que torna plausível a vontade de tal recapitulação. Mas as surpresas que o desenrolar da história guarda tornam tudo ainda mais plausível. Sarah, na verdade, sabia onde tudo daria, pois passara por este processo de resgaste da memória materna antes de resolver filmá-la. Portanto, o filme é menos sobre uma busca de identidade e mais sobre memória. Cada um ali conta a sua visão dos fatos e, como a personagem principal é falecida, ficam(os) todos à deriva da imaginação dos depoentes e da nossa própria imaginação.

Contando assim, parece mais um documentário que discursa sobre o tema, mas “História que Contamos” é feito com tamanha afeição, delicadeza e (aparente) honestidade dos seus envolvidos que pega pelo sentimento e faz doer na alma, ao mesmo tempo que a acalenta. A aparente felicidade do início desmorona aos poucos e mostra uma história de traição, amor (e falta de), abandono e busca por um sentido à própria existência. Para isso, Sarah conta com a ajuda de cada um dos seus entrevistados, que se despem de qualquer vaidade e falam com maturidade sobre os defeitos e percalços da própria família. Sem fazer o menor drama, tudo parece tão verídico e próximo de qualquer realidade do que qualquer álbum de família em Osage County. Ao mesmo tempo, é tudo tão falso e reconstruído como qualquer filme de Hollywood. As imagens de arquivo revelam-se dubiosas e a diretora não faz questão de nos esconder isso. Pelo contrário, filma a própria câmera, dubla a si mesma e nos convida a brincar de quebra-cabeças com ela.

Reflexões sobre memória à parte, fica difícil conter as lágrimas com as reflexões do pai de Sarah, Harry. Ele lê uma carta num estúdio de gravação de áudio durante todo o filme, como se fosse seu narrador, mas é no final que ele faz, mesmo sem querer, uma das declarações de amor já vista e dá um show de desprendimento e maturidade. Doloroso, mas muito emocionante.

Trailer



(Stories We Tell, 108 minutos, Canadá, 2012)
Dir.: Sarah Polley

Nota 8,0


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Crítica: A Brand New Life


Esta autobiografia da diretora franco-coreana Ounie Lecomte, sobre a infância dela em um orfanato após ter sido abandonada pelo pai, é dura. O sofrimento internalizado de uma criança é algo difícil de se sarar, ainda mais quando aquilo vem de forma tão traumática e numa idade já consciente.

A diretora fala do assunto com óbvio conhecimento de causa e não se sabe até que ponto as situações são baseadas em fatos reais, mas todas elas são incrivelmente verossímeis e, por mais que dê vontade de dar uns sacolejos na menina – que catalisa suas emoções em forma de silêncio e grosseria com crianças e freiras do orfanato – é difícil não se compadecer com ela, ainda apenas (oras) uma criança.

A fotografia é muito bonita e o ritmo, como quase todo drama coreano, é lento – o que faz uma história assim ganhar ainda mais intensidade. Os outros personagens, apesar de ter sua importância individual, servem na verdade como apenas objeto de observação da garotinha protagonista, que tira de cada das atitudes alheias lições para si. O que parece é que ela amadurece por si só (o que não deixa de ser verdade).


Este longa marca a ótima estreia da diretora, que levou a Menção Honrosa “pelo trabalho de ajuda às crianças”, no Festival de Berlim 2010. Por enquanto ela ainda não anunciou outro projeto. Tomara que este filho único não represente apenas sorte de principiante e que ela mostre talento para contar outras histórias que não sejam tão próxima às dela.

Trailer


A Brand New Life (Yeo-haeng-ja, 2009)
Dir.: Ounie Lecomte


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Crítica: À Procura do Amor (Enough Said)

Primeiro acerto da carreira da diretora Nicole Holofcener (“Amigas com Dinheiro”; “Sentimento de Culpa”), “À Procura do Amor” representa também um singelo canto da cigarra para James Gandolfini, falecido no ano passado e conhecido pelo chefe da Máfia na série “Os Sopranos”. Gandolfini confere dignidade e humanidade ao seu personagem Albert, um sujeito despreocupado (com a vida e com o corpo), cujas características latentes foram determinantes para o término do seu casamento Marianne (Catherine Keener).

Mas a figura central aqui é Eva (Julia Louis-Dreyfuss), massagista também divorciada que conhece Albert numa festa e, mesmo nunca tendo imaginado-se com um “gordo desleixado”, é vencida pela sua simpatia e aceita seu convite para sair. Começa ali um relacionamento de química – que só funciona pela cumplicidade de Dreyfuss e Gandolfini – mas assombrado pelos medos gerados pelos relacionamentos anteriores. Mais sobre a história é melhor não saber antes de assistir, pois essa é daquelas que você vai simpatizar desde o começo e se surpreender com os pequenos e com os grandes embaraços que brotam com sutileza pelo caminho.

Despretencioso, “À Procura do Amor” é um filme sobre tolerância, carências e o constante amadurecimento que nos acompanha em qualquer fase da vida.

Trailer



(Enough Said, EUA, 2013)
Dir.: Nicole Holofcener
Com James Gandolfini, Julia Louis-Dreyfuss, Catherine Keener, Toni Colette

Nota 7

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Crítica: My Winnipeg

Faz um tempo que tento espantar a preguiça de assistir as obras do canadense Guy Maddin, talvez pela constante comparação que fazem entre ele e David Lynch, diretor que eu já desisti de entender – até porque nem o mesmo consegue se explicar. Das obras de Maddin, resolvi então começar por My Winnipeg, obra que brinca de ser documentário, sobre a cidade natal do diretor.

Se o ponto de partida foi o melhor, ainda não posso dizer, mas é verdade que este filme chamou minha atenção desde os primeiros minutos. Diferentemente de Lynch, que busca inspiração para suas loucuras na ficção total, Maddin faz surrealismo da sua própria realidade e das suas memórias.

Partindo das lembranças que tem de sua cidade natal, o diretor faz uma espécie de exercício de exorcismo dos traumas da época em que lá morava, assim como faz do filme um veículo para suas queixas e mágoas sobre a região e seus habitantes. Por isso, o seu maior personagem – à parte a cidade – é sua própria mãe, presente como um fantasma repressor, expresso em foto de alto contraste, sempre imponente e ditatorial.

É a mãe e o núcleo familiar que dominam o primeiro terço de filme, como uma explicação do contexto, sobre como era vida do diretor naquela época. A opinião forte expressa rende momentos tensos, mas também muito divertidos e não raramente, claramente carinhosos, melancólicos.

Depois, é a vez da cidade se fazer personagem principal e inicia-se então um tour pelos pontos de maior valor sentimental para Maddin. Ele nos apresenta uma antiga loja de departamento, uma piscina de três andares, muitas ruas, fatos que aconteceram por lá no início do século XX, simula uma invasão nazista durante a Segunda Guerra Mundial, e o mais interessante: um estádio de hóquei, onde ele experimentou os primeiros sentimentos homossexuais. Lá ele relembra os jogadores mais bonitos, como também os melhores em campo. Reconstitui até um jogo atual, imaginando como seria reunir as diversas gerações de jogadores numa única partida.

Tudo é retratado com uma fotografia granulada, muitas vezes embaçadas e propositadamente velhas. Uma clara referência aos primeiros documentários, mas com a diferença de que há aqui a inclusão da verborragia inexistente nos primórdios.

É no mínimo uma experiência curiosa, observar como ele constroi (literalmente) uma memória que nada tem de coletiva. Há cenas de arquivo misturadas às encenações – sim, ele usa atores para representar a si mesmo e aos outros – e em alguns momentos não é possível distinguir o que é real e o que criado. É tão parcial que até o que não lhe apetecia ele faz questão de excluir, como se não tivessem existido. Exemplo maior é a eliminação do pai, a quem ele parece nutrir repúdio.

Ele diz que tudo que acontece na cidade é em eufemismo, o que se configura como o contrário do que ele faz com sua narração, direta e sem poupar ninguém.

Com as incontáveis colagens, Maddin realiza um experimentalismo com nexo e linha de pensamento bem estabelecida. Só faltou levar o espectador para dentro daquele mundo. Divertido e afetivo, ele parece ter feito este filme apenas para si, o que torna o acesso bem difícil.

É um trabalho que só envolve emocionalmente a ele. Apesar da inacessibilidade de seu conteúdo, sua forma singular aguça a curiosidade sobre suas outras obras.

Trailer



(idem, Canadá, 80 minutos, 2007)
Dir.: Guy Maddin

Nota 7,5
 
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