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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Crítica: Cinco Vezes Favela - Agora Por Nós Mesmos


Em 1962, cinco diretores de classe média alta fizeram, cada qual, um curta mostrando sua visão sobre as favelas cariocas. Eram eles Miguel Borges, Cacá Diegues, Marcos Farias, Leon Hirszman e Joaquim Pedro de Andrade. Nomes que entraram para a história do cinema brasileiro, posteriormente.

Exibido na seleção oficial do Festival de Cannes deste ano (só que fora de competição), Cinco Vezes Favela – Agora Por Nós Mesmos não é uma refilmagem do Cinco Vezes Favela do início da década de 60. Inspirado no curta Escola de Samba Alegria de Viver, segmento que Cacá Diegues dirigiu no longa original, o filme trás agora a visão dos diretores que moraram ou moram em favelas no Rio de Janeiro, todos capacitados através de cursos ministrados por nomes consagrados no cinema nacional, como Walter Salles, Fernando Meirelles, Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, João Moreira Salles, dentre outros.

Cacá funcionou como um coordenador do projeto, além de assinar a produção, ao lado de Renata Almeida Magalhães.

Abre parênteses: os dois estiveram presentes (vejam só que ironia) na pré-inauguração das salas Platinum (salas VIP, cujo público-alvo é a elite da capital federal) de um shopping em Brasília. Era um coquetel para a imprensa e convidados “da alta sociedade”, cuja atração principal era... um filme sobre favela! Nada mais exótico.

Pois bem. Naquela ocasião, o produtor disse que a intenção foi fazer um filme leve, sem a visão pessimista de que em favela só existe violência e tráfico; era fazer um filme sobre o cotidiano daquelas comunidades. O comentário só serviu para que o filme caísse no meu conceito, já que em quase todos os segmentos havia criminalidade, violência e outros fatores depreciativos. Uma apresentação contraditória, que eu, pelo menos, fiquei sem entender. Fecha parênteses.

Quanto aos curtas, alguns eram muito bons, outros nem tanto, o que é característico destas compilações de curtas. O primeiro curta, Fonte de Renda, tinha como protagonista um jovem da favela que ganhava uma bolsa na faculdade de direito, onde sofria preconceito indireto, sendo abordado pelos colegas de classe alta, que achavam que, por ele ser da favela, conseguiria drogas facilmente. Um bom curta, com boas atuações e roteiro bem desenvolvido.

No segundo segmento, Arroz com Feijão, duas crianças tentam conseguir dinheiro para comprar um frango, para comemorar o aniversário do pai de uma delas. Assim como o título, trata-se de um curta básico desde a trilha sonora (à Menino Maluquinho), roteiro, direção e atuações. Mais didático e sem graça do que deveria ou poderia.

Concerto para Violino, o terceiro segmento, foi para mim o mais impactante. É o que curta que mais vai de encontro ao discurso de favela-paz-e-amor do Cacá Diegues e mesmo sendo o mais distante do que parecia ser a proposta inicial, foi o que mais me tocou. Tão arrepiante quanto o som do violino. Uma história forte e emocionante, de três amigos que, separados na infância, reencontram-se já adultos, numa situação que explicita os diferentes caminhos que cada um seguiu. Excelente.

Em Deixa Voar, um jovem resolve atravessar a ponte que dá para uma área proibida para quem mora do seu lado, em busca de uma pipa que caiu por lá, na região onde por coincidência mora a garota pela qual ele nutre uma paixão. Atores simpáticos - com destaque para a excelente Vitor Carvalho, no papel do protagonista Flávio - sustentam uma história que poderia ser piegas, mas que dirigida com criatividade e sensibilidade torna-se bem interessante.

O último segmento, Acende a Luz, é o que mais se aproxima do que disse Cacá no início da sessão: é um curta que trás o cotidiano da favela, o que passam seus moradores, aquilo que não é notícia jornalística. Nele, uma comunidade está em polvorosa para que a companhia elétrica coloque para funcionar um dos pontos de luz de lá. É véspera de natal e caberá a um simpático e desavisado funcionário a missão de consertar o tal ponto de luz, antes que anoiteça. É uma espécie de Ó Paí, Ó carioca, cheio de tipos caricatos, mas muito divertido. Encerra de maneira descontraída o longa.

Cacá Diegues demonstra que continua antenado e mantém a lucidez no cinema nacional, frescor que nem todos os cineastas do cinema novo conseguiram conservar. Apesar de não funcionar em alguns momentos, Cinco Vezes Favela – Agora Por Nós Mesmos é uma iniciativa louvável e muito bem-vinda. 

Trailer:

(idem, Brasil, 96 minutos, 2010)
Dir.: Cacau Amaral, Cadu Barcelos, Luciana Bezerra, Luciano Vidigal,
Manaira Carneiro, Rodrigo Felha, Wagner Novais
Nota 7,0

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