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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Revendo: O Cheiro do Ralo

A paixão de um homem por uma bunda. Esse é o tema central do segundo filme de Heitor Dhalia, pernambucano que dirigiu anteriormente o filme Nina (narrativamente e visualmente inovador no cinema brasileiro) e posteriormente o excelente filme À Deriva, ainda em cartaz pelo Brasil.

A trama da paixão pela bunda esconde o sentimento de autodeterioração do ser humano, que acontece o tempo todo, às vezes até mesmo conosco, mas não percebemos quando isso toma conta de nossas atitudes.

Lourenço é dono de uma loja que compra objetos usados, frequentada por pessoas com os mais diversos objetos à venda, cada qual com seu desespero, a fim de alimentar vícios ou simplesmente de se desfazer de bugigangas. Ali, Lourenço alimenta uma certa perversidade ao ter em suas mãos o poder de possibilitar ou não a chance de pessoas ganharem um dinheirinho. Ele encara isso como se fosse um deus e oferece pelos objetos o valor que lhe convém, com critérios que vão da afinidade dele pelo objeto oferecido até a afinidade pela pessoa que vende o objeto, tudo no maior sarcasmo e desprezo por cada ser humano que entra em sua “sala de análise”.

Tomado por esse exercício de oferta-e-compra, ele vislumbra um mundo em que pode comprar o que quiser, “coisificando” tudo, inclusive a bunda pela qual ele se apaixona, cuja dona é uma garçonete na lanchonete onde ele faz seus lanches diariamente e que estaria disposta a “dar-lhe a bunda” – horrível isso! -, mas que passa a recusá-lo quando ele faz oferta de compra do objeto desejado.

Seu mundo vai abaixo quando essa paixão se torna obsessiva e ele é obrigado a rever seus conceitos, levando-o a um mergulho profundo em sua essência, que pode ser nada agradável, como o cheiro horrível proveniente do ralo de seu escritório.

O filme foi produzido no chamado “esquema de guerrilha”, pois a grana disponível obrigou a produção a tomar coisas emprestadas, pedir favor aqui e ali para tornar viável sua produção com apenas 330 mil reais (uma pechincha para os padrões brasileiros), com elenco e produção trabalhando praticamente de graça, movidos pela vontade de tornar o projeto realidade.



Felizmente o público deu o retorno e o filme arrecadou mais que quatro vezes o seu valor. O próprio Selton Mello declarou que a realização só se tornou possível pelo “tesão” que todos os envolvidos tinham em fazer algo bom e inovador, com uma linguagem peculiar, sem empréstimos de influência televisiva ou teatral. Projeto nacional com linguagem totalmente cinematográfica.

Todo esse clima de “paixão” é percebido em cada momento do filme. O cuidado com figurino, cenários, caracterização dos personagens, os diálogos bem trabalhados, tudo faz com que O Cheiro pareça ter sido produzido com muito mais grana do que o foi.

O filme tem seus podres, torna-se algumas vezes enfadonho, com chances de ser engraçado desperdiçadas, mas nada que abafe seus méritos. Selton Mello entrega sua melhor e mais sutil atuação no cinema, provando que pode sair do estereótipo que vive fazendo, em busca de bilheteria.

Vitória para o cinema nacional, para o diretor (que amargou um fracasso injusto pelo seus outros longas), para Selton Mello e vitória para Lourenço Mutarelli, um sujeito excêntrico, que sofre constantemente com TOC (transtorno obsessivo compulsivo), mas que teve a confiança de Heitor Dhalia depositada nele para escrever esse roteiro que poderia ser denominado como “agulha no palheiro” e ainda ganhou um personagem no filme, o segurança do... Lourenço!



Trailer:



O Cheiro do Ralo
(Brasil, 112 minutos, 2006)
Dir.: Heitor Dhalia
Com: Selton Mello, Paula Braun, Silvia Lourenço, Lourenço Mutarelli, Alice Braga...
Nota 8,0

8 comentários:

Vinícius P. disse...

Gosto muito dos trabalhos do Heitor Dhalia e sem dúvida ele provou ser um ótimo diretor com esse filme. Destaque para o Selton Mello, num dos melhores desempenhos de sua carreira.

Amanda disse...

Com certeza, um filme muito bem construído, com Selton Mello fantástico no papel, interessante ver os extras do DVD, tem muita informação sobre a produção, do desespero do Selton para pegar o papel, da participação do Lourenço Mutarelli como o segurança... Muito bom.

O Cara da Locadora disse...

É um grande filme mesmo que se baseia principalmente na excelente atuação de Selton Mello...

PS: Não vi os extras mas agora quero ver...

Pedro Tavares disse...

Este é um filme que preciso rever. Vi uma vez apenas e gostei bastante.

Fred, aviso que devido esta mudança no blog, vc não verá as atualizações do Cinema O Rama na sua lista. Se puder, mude o endereço do link.

abraço

Fred Burle disse...

Vinicius, eu acho que o Dhalia ainda alcançará o status de grande diretor nacional, como o Meirelles e o Walter Salles. Meu preferido é À Deriva, mas O Cheiro do Ralo foi uma inovação no cinema brazuca e também tem muitas qualidades.

Amanda, comprei o dvd, mas não assisti os extras. Vou assistir agorinha! Valeu pela dica!

O Cara da Locadora - o Selton foi uma unanimidade neste filme. Muito bom mesmo.

Pedro, não entendi como mudar o endereço do link do seu blog. De qualquer forma, continuarei acompanhando-o, já que o blog é ótimo.

Abraços para todos vocês!
Obrigado pelos comentários!

Rafael Carvalho disse...

Acho que esse filme trouxe um vigor incrível para o cinema nacional. O tipo de produção ousada e criativa que se diferencia da grande maioria dos nossos filmes e ainda é uma grande surpresa. Selton Mello é dono de um personagem sujo por dentro e por fora. E o filme parece viver ao redor desse homem e suas amoralidades e falta de caráter. O texto é muito bom. Para mim, o melhor filme do Dhalia, disparado.

Maria Celina disse...

Ainda não consegui ver O Cheiro do Ralo, apesar da enorme curiosidade...

Ah, consegui ver Magnólia. Esse vale a pena resenhar. ;)

Fred Burle disse...

Rafael, o filme é muito bom, mas você já viu À Deriva? Talvez passe a ser o seu preferido do Dhalia...

Celina, eu tenho! Precisamos gravar filmes pra você! Que bom que gostou do doidão do Magnólia!

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